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8 de setembro de 2016

O Pluralismo do Pós-Modernismo (3/3)


F. Perigo do Consumismo Teológico

O pluralismo pós-modernista traz consequências imperceptíveis a muitos paladares. Uma delas é o consumismo em que vivemos em todas as áreas. Tudo tem a ver com a falta de verdade objetiva, absoluta. Todas as áreas são tratadas na esfera do comercialismo. O que se vende tem que ser de acordo com os mais variados paladares dos consumidores. "O pós-modernismo encoraja uma mentalidade de consumismo, fornecendo às pessoas o que elas gostam e querem."30  Esta mentalidade tem atingido a esfera da teologia e da liturgia. Quando a verdade objetiva e absoluta não existe mais, as teologias e liturgias passam a refletir o gosto do tempo presente. A teologia acompanha as filosofias vigentes. É curioso notar que, após a entrada do período pós-moderno, muitas teologias e liturgias têm surgido no cenário religioso, uma após outra, como os produtos de um supermercado. Elas fazem sucesso por algum tempo e, depois, outra surge para substituir o produto anterior. Há uma sede de novidade quase incontrolável. Não há nada que dura para sempre. Por quê? Porque não há verdade absoluta.

2 de setembro de 2016

Islamismo Hoje


Quando eu ensino sobre o Islamismo, seja no seminário ou em uma igreja,  invariavelmente eu recebo perguntas que começam assim: “O que é um muçulmano”? Minha resposta padrão é outra pergunta: “Qual muçulmano”?

Imagine alguém fazendo uma pergunta paralela: “O que um cristão deve pensar em tal e tal?” Bem, que tipo de cristão? Da Presbiteriana conservadora ou da Batista do Sul? Um liberal Metodista? Um Pentecostal? Um copta?1 Um membro de uma igreja plantada em Seattle ou uma igreja batista fundamentalista no sul? Um pastor, um estudioso ou um leigo? Um americano, um norueguês, um ucraniano, um sírio, um ruandês, ou um malaio? Tenho certeza de que você compreendeu a questão.

Na realidade, não existe tanta diversidade no mundo muçulmano como existe no mundo cristão. Assim como não queremos que os não cristãos não nos classifiquem com “um serve para todas” as visões do cristianismo, devemos reconhecer e responder adequadamente à pluralidade de perspectivas, tradições e práticas que existem entre os muçulmanos contemporâneos. Neste artigo, vamos examinar alguns dos principais pontos de diversidade encontrados no Islamismo hoje e considerar as implicações de como nos envolvemos com os muçulmanos.

6 de agosto de 2016

Deus quer que todos sejamos prósperos financeiramente? Sempre?


A prosperidade financeira obedece a normas, regras e métodos estabelecidos. Por outro lado, da perspectiva bíblica, a prosperidade é um dom de Deus. É ele quem concede saúde, oportunidades, inteligência e tudo o mais que é necessário para o sucesso financeiro. E isso, sem distinção de pessoas quanto ao que creem e quanto ao que contribuem financeiramente para as comunidades às quais pertencem. Deus faz com que a chuva caia e o sol nasça para todos, justos e injustos, crentes e descrentes, conforme Jesus ensinou (Mateus 5:45). Não é possível, de acordo com a tradição reformada, estabelecer uma relação constante de causa e efeito entre contribuições, pagamento de dízimos, ofertas e a religiosidade com a prosperidade financeira. Várias passagens da Bíblia ensinam os crentes a não terem inveja dos ímpios que prosperam, pois cedo ou tarde haverão de serem punidos por suas impiedades, aqui ou no mundo vindouro.

18 de janeiro de 2016

A ideia cristã do Estado (2/2)


1. TOMÁS DE AQUINO E A NATUREZA HUMANA: "NATUREZA COMO PORTAL DA GRAÇA" 

Cristo, o Verbo que se fez carne, deixou de ser visto como a Nova Raiz da ordem da criação, como o Retificador da verdadeira natureza. Declarou-se que a “natureza”, concentrada na “razão”, é autossuficiente e autônoma em sua própria área, a cosmo-ordem temporal. Tomás de Aquino, o ícone do escolasticismo católico romano, concebeu a razão natural como independente da revelação  de Deus em Cristo Jesus. A erudição, a moralidade, a vida política e a “teologia natural’ foram, então, tal como áreas autônomas da razão natural praticadas de uma forma pagã-aristotélica. Entretanto, além dessa ideia intrinsecamente pagã de “natureza”,  uma área “supratemporal” da graça que transcende a razão natural e que só pode ser apreendida à luz da revelação de Deus foi construída. A “Natureza” tornou-se um portal menor e autônomo da graça, e essa última somente traria a primeira à “mais elevada perfeição”. 

15 de janeiro de 2016

Jesus odeia Religião? Mesmo?


Eu acho que frases de efeito como Jesus é maior do que religião, ou ainda Jesus odeia religião, ou mesmo Eu sigo a Jesus; cristianismo é religião, não ajudam muito. Elas precisam de algumas definições para fazer sentido. 

11 de janeiro de 2016

A ideia Cristã do Estado (1/2)



Tendo apresentado aos nossos leitores o conceito calvinista de biocosmovisão, elaborado pela tradição neocalvinista holandesa, iniciaremos, desta vez, uma série de duas publicações de textos do professor, teólogo e filósofo calvinista Herman Dooyeweerd.  O presente artigo é resultado de uma palestra proferida no dia da Juventude anti revolucionária, em 3 de outubro de 1936. A palestra está publicada no livro Estado e Soberania, Ensaios Sobre Cristianismo e Política

Indubitavelmente, os argumentos apresentados por Herman Dooyeweerd ao longo do artigo surgem como uma poderosa arma não só contra o reducionismo gnóstico que restringe o cristianismo a esfera da vida privada, mas também contra a ideia nociva do Estado total defendida pelos ideólogos e pensadores de esquerda que, infelizmente, ganhou vida nos últimos anos na América Latina e no Brasil.    

A IDEIA CRISTÃ DO ESTADO

22 de outubro de 2015

Quando é errado ser simpático (1/2)


O modo como Jesus lidava com pecadores normalmente era marcado por uma ternura tão grande que ele chegou a ganhar um apelido desdenhoso de seus críticos: amigo de pecadores (Mateus 11:19). Quando encontrava os casos mais graves de leprosos morais (desde uma mulher que vivia em adultério, em João 4:7-29, a um homem infestado de uma legião inteira de demônios, em Lucas 8:27-39), Jesus sempre ministrava na vida deles com notável benevolência — sem fazer nenhum sermão ou duras repreensões. Invariavelmente, quando se aproximavam dele, essas pessoas já estavam destruídas, humilhadas e cheias da vida de pecado. Ansioso, ele lhes concedia perdão, cura e plena comunhão com ele com base na fé que elas possuíam, e nada mais (cf. Lucas 7:50; 17:19).