22 de outubro de 2015

Quando é errado ser simpático (1/2)


O modo como Jesus lidava com pecadores normalmente era marcado por uma ternura tão grande que ele chegou a ganhar um apelido desdenhoso de seus críticos: amigo de pecadores (Mateus 11:19). Quando encontrava os casos mais graves de leprosos morais (desde uma mulher que vivia em adultério, em João 4:7-29, a um homem infestado de uma legião inteira de demônios, em Lucas 8:27-39), Jesus sempre ministrava na vida deles com notável benevolência — sem fazer nenhum sermão ou duras repreensões. Invariavelmente, quando se aproximavam dele, essas pessoas já estavam destruídas, humilhadas e cheias da vida de pecado. Ansioso, ele lhes concedia perdão, cura e plena comunhão com ele com base na fé que elas possuíam, e nada mais (cf. Lucas 7:50; 17:19).

A única classe de pecadores com a qual Jesus sempre lidava com rigor eram os hipócritas profissionais, falsos religiosos, falsos mestres e os moralistas que promoviam a espiritualidade plástica — os escribas, peritos na lei, saduceus e fariseus. Esses eram os líderes religiosos em Israel — as “autoridades” (usando um termo que as Escrituras muitas vezes usam para se referir a eles) religiosas. Eram os guardiões déspotas da tradição religiosa. Preocupavam-se mais com costumes e convenções do que com a verdade. Quase todas as vezes que aparecem nas histórias do evangelho, a preocupação deles é, principalmente, manter as aparências e agarrar-se ao seu poder. Qualquer pensamento que pudessem ter tido com relação à autêntica piedade sempre vinha depois de outras questões acadêmicas, pragmáticas ou de interesse próprio. Eles eram os hipócritas religiosos por excelência.

O Sinédrio e os Saduceus  

O poder de controle que esses homens tinham provinha de um grande concílio com base em Jerusalém, composto de 71 autoridades religiosas importantes, conhecidas coletivamente como Sinédrio. Entre os membros do concílio estavam o Sumo Sacerdote e setenta principais sacerdotes e estudiosos religiosos. (O número provinha dos setenta conselheiros designados por Moisés em Números 11:16 para ajudá-lo.)

O Sinédrio tinha autoridade máxima sobre Israel em todas as questões religiosas e espirituais (e até em alguns assuntos civis). A autoridade do concílio era formalmente reconhecida até por César (embora nem sempre fosse respeitada pelos representantes oficiais de César nem por suas tropas no território de Jerusalém). O concílio era uma presença constante na Jerusalém do século I e constituiu o grupo mais importante de autoridades em todo o Judaísmo, até a destruição do templo em 70 d.C. (O Sinédrio continuou na ativa no exílio depois disso por mais de 250 anos — embora, por razões óbvias, seu poder tenha diminuído consideravelmente. A frequente perseguição romana, finalmente, silenciou e dissolveu o concílio em algum momento no século IV.)

As histórias do evangelho sobre a crucificação de Cristo referem-se mais de dez vezes ao Sinédrio como “os chefes dos sacerdotes, os mestres da lei e os líderes religiosos” (p. ex., Mateus 26:3; Lucas 20:1). É claro que o sumo sacerdote presidia todo o concílio. Os chefes dos sacerdotes eram a aristocracia superior da linhagem de sumos sacerdotes. (Alguns deles eram homens que já haviam sido sumo sacerdote em algum momento; outros estavam aguardando para ocupar esse ofício por um tempo.) Praticamente todos os chefes dos sacerdotes também eram saduceus. Os líderes religiosos eram os principais dirigentes e membros influentes de famílias importantes fora da linhagem de sumos sacerdotes — e eram, em sua maioria, saduceus também. Os mestres da lei eram os estudiosos, não necessariamente de origem nobre como os chefes dos sacerdotes e líderes religiosos, mas homens que se distinguiam principalmente por causa de sua competência acadêmica e seus conhecimentos enciclopédicos sobre a lei e a tradição judaicas. Esse grupo era dominado por fariseus.

Assim, o concílio era formado por uma mistura de fariseus e saduceus, e ambos eram grupos rivais. Embora o número de fariseus fosse muito maior que o de saduceus na cultura de um modo geral, os saduceus, contudo, mantinham uma maioria significativa no Sinédrio e tinham firmemente nas mãos o controle do poder. O status de sacerdote que tinham como direito nato, na realidade, era mais importante que a autoridade erudita dos fariseus, uma vez que, sendo tradicionalistas tão devotos, os fariseus chegavam a se curvar diante da autoridade da linhagem de sumos sacerdotes — mesmo divergindo contundentemente de quase tudo o que tornava distinto o sistema de crenças dos saduceus.

Por exemplo, os saduceus questionavam a imortalidade da alma humana — negando a ressurreição do corpo (Mateus 22:23) e a existência do mundo dos espíritos (Atos 23:8). O grupo de saduceus também rejeitava a ênfase que os fariseus davam a tradições orais — indo o máximo possível na direção contrária. Na verdade, os saduceus enfatizavam o Pentateuco (os cinco livros de Moisés) quase deixando de fora o restante do Antigo Testamento. Consequentemente, a forte expectativa messiânica que permeava o ensino dos fariseus desaparecia quase completamente da visão de mundo dos saduceus.

Os dois grupos também tinham opiniões contrárias com relação ao modo como os costumes cerimoniais deveriam ser observados. Tanto saduceus como fariseus costumavam dar mais atenção à lei cerimonial do que às ramificações morais da lei. Mas os fariseus geralmente faziam cerimônias o mais possível elaboradas, e os saduceus faziam 0 contrário. Em geral, os saduceus não eram tão rígidos como os fariseus na maioria das coisas — exceto em se tratando da questão de fazer cumprir a lei e a ordem. Uma vez que desfrutavam de certo poder reconhecido por Roma, os saduceus eram extremamente conservadores (e muitas vezes severos) em se tratando da implementação da lei civil e da imposição de castigos e penalidades.

Mas, em muitos sentidos, os saduceus eram liberais clássicos da teologia. Seu ceticismo com relação ao céu, aos anjos e à vida após a morte automaticamente fazia com que fossem apegados às coisas mundanas e tivessem fome de poder. Eles eram muito mais interessados (e experientes) na política do Judaísmo do que dedicados à própria religião.

Entram os fariseus

Contudo, foram os fariseus, e não os saduceus que se afastaram mais das doutrinas, que se tornaram as principais figuras de oposição pública a Jesus nas histórias de todos os quatro evangelhos do Novo Testamento. Seus ensinamentos dominavam e resumiam o sistema religioso de Israel no século I. Eles eram os descendentes espirituais de um grupo conhecido como os chassidianos nos séculos II e III a.C. Os chassidianos eram ascetas, dedicavam-se à lei judaica e se opunham a todo tipo de idolatria. Em meados do século II a.C., os chassidianos foram arrastados para a famosa revolta liderada por Judas Macabeus contra Antíoco Epífanes e, subsequentemente, seus ensinamentos tiveram um impacto profundo e permanente na cultura religiosa judaica popular. Hasid vem de uma palavra hebraica que significa “devoção”. (A seita chassídica moderna, fundada no século XVIII, não tem nenhuma linhagem direta dos chassidianos, mas suas crenças e práticas seguem a mesma trajetória.)

O mais provável é que o termo fariseu esteja baseado em uma raiz hebraica que significa “separado” — por isso, o nome provavelmente enfatiza o separatismo deles. Na verdade, os fariseus tinham um modo ostentoso para tentar manter-se separado de tudo o que tivesse qualquer conotação de profanação cerimonial. A obsessão pelos sinais externos de religiosidade era a característica mais notável, e eles a usavam nas mangas — literalmente. Usavam as tiras de couro mais largas possíveis para amarrar filactérios nos braços e na testa. (Filactérios eram caixas de couro contendo pedaços de pergaminhos com versículos das Escrituras hebraicas inscritos neles.) - Também alongavam as bordas em suas vestes (veja Deuteronômio 22:12) para tornar sua exibição pública de devoção religiosa o mais visível possível. Assim, tomaram um símbolo que deveria ser um lembrete para si mesmos (Números 15:38, 39) e transformaram-no em um meio de divulgar seu moralismo a fim de ganhar a atenção dos outros.

O historiador Josefo foi o primeiro escritor secular a descrever a seita dos fariseus. Nascido quatro ou cinco anos depois da crucificação de Jesus, Josefo registra que ele era filho de um sacerdote (um saduceu) proeminente de Jerusalém chamado Matias.1 Começando por volta dos dezesseis anos, Josefo estudou cada uma das três principais seitas do Judaísmo — os fariseus, os saduceus e os essênios. Não plenamente satisfeito com nenhuma delas, viveu no deserto por três anos e seguiu um mestre asceta (cujo estilo de vida espartano e difícil, em alguns sentidos, sugeria o de João Batista e, sem dúvida, era muito parecido com o dos essênios estabelecidos no deserto que, a princípio, esconderam os Pergaminhos do Mar Morto). Entretanto, depois de viver no deserto, Josefo voltou para Jerusalém e adotou a vida de um fariseu.2

Sua vida foi seriamente perturbada, sem dúvida, pela queda de Jerusalém, em 70 d.C. Josefo, posteriormente, tornou-se um legalista romano e escreveu sua história por ordem do império. A maioria dos estudiosos, portanto, acredita que ele, conscientemente, modificou partes dessa história de várias maneiras a agradar os romanos. Mas ele, não obstante, escreveu como alguém com conhecimento particular dos fariseus, e não há razão para duvidar de nenhum dos detalhes que deu nas descrições que fez deles.

Josefo observa que os fariseus eram a maior e mais rígida das principais seitas judaicas. Na verdade, ele diz que a influência dos fariseus era tão grande na vida judaica do início do século I que até os saduceus, adversários teológicos dos fariseus, tinham de se conformar ao estilo de oração dos fariseus, à observância do sábado e ao cerimonialismo em sua conduta pública, senão a opinião pública não os teria tolerado.3

Assim, a influência dos fariseus era palpável na vida diária de Israel durante a época de Jesus — especialmente com relação às questões de devoção pública como regras referentes ao sábado, lavagens rituais, restrições quanto à dieta e outras questões sobre a pureza cerimonial. Essas coisas tornaram-se os emblemas da influência dos fariseus e eles se propuseram a tentar impor seus costumes a todos na cultura — ainda que muitas de suas tradições não tivessem base alguma nas Escrituras. Grande parte de seus conflitos com Jesus concentrava-se precisamente nessas questões e, desde o início do ministério público de Jesus, os fariseus se opuseram a ele com a mais violenta oposição.

Sem dúvida, houve alguns fariseus excepcionais. Nicodemos era uma importante “autoridade entre os judeus” (João 3:1). É óbvio que ele era um membro do Sinédrio, o concílio religioso que imperava em Jerusalém (cf. João 7:50). “Ele veio a Jesus, à noite” (João 3:2), obviamente com medo do que seus companheiros fariseus pensariam se soubessem de seu sincero interesse por Jesus. Em um forte contraste com a maioria dos fariseus que se aproximavam de Jesus, Nicodemos fazia uma genuína investigação, e não colocava pura e simplesmente Jesus à prova. Por essa razão, Cristo falou com ele de modo franco e direto, mas sem o tipo de rigor que tingia grande parte do modo de Jesus lidar com os fariseus. (Examinaremos mais de perto o diálogo de Jesus com Nicodemos no capítulo 3.)

Os quatro evangelhos também mencionam um membro rico e influente do concílio chamado José de Arimateia, que se tornou um discípulo de Cristo (“mas o era secretamente, porque tinha medo dos judeus” — João 19:38). Marcos 15:43 e Lucas 23:50 expressamente identificam José como um membro do Sinédrio, e Lucas diz que José “não tinha consentido na decisão e no procedimento dos outros” quando conspiraram assassinar Jesus. Sem dúvida, foi José que obteve a permissão de Pilatos para remover o corpo de Jesus da cruz, e, juntamente com Nicodemos, às pressas, prepararam o corpo para o sepultamento e o depositaram em um sepulcro fechado (João 19:39). Não há registro no Novo Testamento de qualquer encontro direto entre Jesus e José de Arimateia durante o ministério terreno de Cristo.

Ao que parece, José mantinha-se distante, nem sequer se aproximando de Jesus à noite, como havia feito Nicodemos. Não era porque tivesse algum medo de Jesus, mas temia o que os outros líderes judeus poderiam dizer, fazer ou pensar a seu respeito se soubessem que era, secretamente, um discípulo de Jesus.

Por via de regra, as interações de Jesus com os fariseus, saduceus, escribas e principais sacerdotes eram marcadas por aspereza, e não ternura. Eles os repreendia em público e abertamente. Repetia coisas duras sobre eles em seus sermões e discursos públicos. Advertia seus seguidores para que tivessem cuidado com a influência fatal deles. Sempre usava uma linguagem mais forte quando denunciava os fariseus do que a usada contra as autoridades romanas pagãs ou seus exércitos de ocupação.

Esse fato, naturalmente, enfurecia os fariseus. Eles teriam aceitado com alegria qualquer messias que se opusesse à ocupação romana de Israel e reconhecesse suas tradições farisaicas. Jesus, no entanto, não disse uma palavra contra César enquanto considerava a aristocracia religiosa de Israel como tiranos mais perigosos do que o próprio César.

Na verdade, eles eram. Seus falsos ensinamentos eram muito mais destrutivos para o bem-estar de Israel do que a opressão política de Roma. Em termos espirituais, o falso moralismo e o tradicionalismo religioso dos fariseus representavam um perigo mais óbvio e presente para a saúde vital da nação do que o torno político tenso com o qual César e seus exércitos de ocupação já pressionavam Israel. Muito já se disse sobre isso, considerando o fato de que, em menos de meio século, os exércitos romanos devastariam completa- mente Israel e levariam a população a um extenso exílio (a diáspora) do qual o povo judeu, ainda hoje, não saiu completamente.

Mas tão sério e de grande repercussão como foi o holocausto de 70 a.C. para a nação judaica, uma calamidade muito maior surgia no falso moralismo institucionalizado da marca religiosa dos fariseus — especialmente sua preferência por tradições humanas à Palavra de Deus. Isso levou a um desastre espiritual de proporções eternas e infinitas, porque a maioria dos israelitas naquela geração rejeitou seu verdadeiro Messias — e multidões de seus descendentes insistiram implacavelmente na tradição religiosa por quase dois milênios inteiros, muitos negando-se a dar uma atenção mais séria às afirmações de Cristo como Messias de Deus.

O sistema legalista dos fariseus era, na verdade, um rolo compressor pavimentando o caminho para aquela tragédia. O apóstolo Paulo (ele mesmo um fariseu convertido) estava descrevendo perfeitamente a religião farisaica em Romanos 10:2,3 quando lamentou a descrença de Israel: “Posso testemunhar que eles têm zelo por Deus, mas o seu zelo não se baseia no conhecimento. Porquanto, ignorando a justiça que vem de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se submeteram à justiça de Deus.”

Os fariseus, de fato, tinham um tipo de zelo por Deus. Superficialmente, eles, sem dúvida, não pareciam representar uma ameaça tão grande quanto os exércitos romanos. Na verdade, os fariseus eram verdadeiros especialistas em se tratando de conhecer as palavras das Escrituras. Eles também eram meticulosos quando observavam os detalhes externos da lei. Se comprassem sementes para suas hortas, por exemplo, contariam meticulosamente os grãos em cada pacote e separariam o dízimo (Mateus 23:23).

Aos olhos de um observador superficial, a cultura religiosa que os fariseus cultivavam em Israel, no século I, ao que parecia, poderia representar um tipo de era dourada para a lei judaica. Sem dúvida, não era diversificada como a religião claramente falsa sobre a qual lemos com tanta frequência no Antigo Testamento — aquelas épocas frequentes de apostasia e idolatria com bezerros de ouro, adoração a Aserá e coisas piores.

Ninguém poderia acusar um fariseu de ser excessivamente tolerante com as crenças pagãs, certo? Eles eram, afinal, extremamente contrários a toda expressão de idolatria e totalmente comprometidos com as minúcias incidentais da lei judaica. Além disso, por questão de segurança, acrescentaram muitos rituais supérfluos que eles mesmos inventaram como uma forma de se proteger mais contra a profanação acidental. Se a lei bíblica exigia lavagens cerimoniais para os sacerdotes que ofereciam sacrifícios, por que não acrescentar outras lavagens a todos e torná-las uma parte essencial das rotinas diárias comuns? Foi exatamente isso que fizeram.

De uma perspectiva humana, todas essas coisas tinham a aparência de profunda devoção a Deus. Vistos por esse ângulo, os fariseus talvez fossem considerados os homens de sua geração que menos tinham chance de se tornar os piores inimigos do Messias. Eles eram profundamente religiosos, não eram descuidados nem profanos. Sem dúvida, não eram ateus declarados que atacavam abertamente a fé do povo na Palavra de Deus. Estimulavam a espiritualidade, e não a licenciosidade. Defendiam o zelo, o rigor e a abstinência — e não o interesse pelas coisas mundanas e a indiferença às coisas espirituais. Promoviam o Judaísmo, e não o tipo de sincretismo pagão pelo qual seus vizinhos samaritanos e tantas gerações anteriores de israelitas haviam se interessado. Sua religião era tudo para eles. Ela vinha primeiro até que o próprio Deus.

E é aí que está o problema. Os fariseus inventaram um belo disfarce, escondendo seu falso moralismo e sua hipocrisia debaixo de um verniz de zelo religioso. Tinham o cuidado de manter a aparência — mas não a realidade — da sincera devoção a Deus. Mais do que isso, misturaram tanto as tradições religiosas “fabricadas” por eles com a verdade revelada de Deus, que eles mesmos já não conseguiam mais saber qual era a diferença entre uma e outra. A despeito de toda a sua competência erudita na variedade peculiar de conhecimentos do Antigo Testamento que promoviam, eles insistiam em ver as Escrituras pelas lentes da tradição humana. A tradição, portanto, tornou-se sua principal autoridade e o princípio diretivo em suas interpretações das Escrituras. Sob essas circunstâncias, não havia como estas corrigirem suas tradições deficientes. Os fariseus, dessa forma, tornaram-se os principais arquitetos de um tipo corrompido de Judaísmo cultural e tradicional (mas não, de fato, bíblico). Na época de Jesus, já era um sistema terrível e opressivo de observância da lei, ritual, superstição, costumes humanos, legalismo sabático e falso moralismo — tudo acompanhado de perto pelo olhar crítico dos fariseus.

Os fariseus que cegamente seguiam a filosofia do grupo em nome da tradição eram falsos mestres, por mais devotos ou nobres que pudessem parecer ao olhar superficial. Eram a pior espécie de lobos vestidos de ovelhas — rabinos corruptos usando os mantos de lã de um profeta e, por debaixo desse disfarce, devorando as ovelhas do rebanho do Senhor. Eram, na verdade, rebeldes obstinados contra Deus e seu Ungido, mesmo escondendo-se sob uma exibição pretensiosa e enfastiante de devoção externa. Mesmo quando confrontados com a verdade bíblica libertadora, eles, obstinadamente, continuavam a apostar no legalismo.

Não é de admirar que Jesus os tratasse de modo tão severo. 




NOTAS:

1. Josefo. Jewish Wars, (prefácio, 1).
2. Josefo. The Life, 2.
3. Josefo. Antiquities, 18:3,4 (veja apêndice 1).



Autor: John MacArthur
Trecho extraído do livro A outra face, pág 41-51.