Confissão de Fé

Nossa Fé e Teologia é baseada nos seguintes aspectos:

A Trindade

Cremos na existência de um Ser Supremo, pessoal, eterno, soberano na criação, providência e redenção. Três Pessoas co-iguais, co-eternas, co-substanciais que subsistem numa mesma essência – Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, tal como revelado nas Escrituras (Sl 115.3; Is 6.3; Jr 10.10; Jo 4.24; At 17.24-25; 1Co 8.4; 1Ts 1.9; 1Tm 1.17; 6.15; Tg 1.17; Ap 4.11; 5.12-14).  

As Escrituras

Cremos na inspiração plenária das Escrituras, que elas são a Palavra de Deus ao homem, Sua revelação plena e final de Si mesmo e de Sua santa vontade. Elas devem ser recebidas como completa e verbalmente inspiradas, assim como a única, suprema e suficiente autoridade em todas as questões de fé e prática (Ef 2.20; 1Ts 2.13; 2Tm 3.16; 2Pe 1.21; Ap 22.18-19).

A Queda

Cremos que Deus, por um ato criativo definido e direto, fez Adão à Sua imagem e semelhança – íntegro, inocente e justo, capaz de comunicar com seu Criador, servi-Lo e glorificá-lo; todavia, Adão, tendo pecado e sendo destituído da glória de Deus, e seu pecado tendo sido imputado à sua posteridade, sofreu as consequências de sua desobediência. E não somente ele, mas Eva e toda sua posteridade já nascem num estado de culpa e condenação, corrupção, inclinação ao pecado – todos filhos da ira, separados e alienados de Deus, sujeitos à morte eterna (Gn 3.6-8, 13; 6.5; Ec 7.20; Rm 3.10-18, 23; 5.12, 20-21; 11.32; 1Co 15.21-22; 2Co 11.3; Ef 2.1-3).  

A Divindade de Cristo

Cremos na verdadeira divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho eterno e unigênito de Deus, escolhido, desde antes da fundação do mundo, para ser o mediador do povo eleito de Deus. Assumindo, mediante a Encarnação, uma real e completa natureza humana no ventre da Virgem Maria, Jesus Cristo viveu uma vida perfeita, em tudo semelhante a nós, mas sem pecado. Obediente à vontade do Pai, Ele livremente ofereceu a Si mesmo como um sacrifício perfeito e suficiente para a satisfação da ira de Deus contra os pecados dos Seus eleitos .

Ora, tendo cumprido a obra da redenção, e tendo feito a reconciliação pelos pecados de Seu povo, Ele, ao terceiro dia, ressuscitou corporal e gloriosamente dentre os mortos, subiu ao céu e está agora assentado à destra do Pai, com toda glória e majestade, tendo enviado, conforme Sua promessa, o Espírito Santo à Sua Igreja, pronto a receber todos os que o Pai Lhe dá e a interceder por Seu povo como Justo Advogado que é; ademais, reina soberanamente como o Cabeça da Igreja, de modo que todos Lhe devem submissão, respeito, santo tremor e temor (Jo 1.1,14; Lc 1.27, 31, 35; Mt 16.16; Gl 4.4-5; Fp 2.61; Hb 2.14; 4.15; 1Tm 2.5; Jo 5.20; Is 42.1; 1Pe 1.19-20; Jo 3.16). 

Salvação Somente pela Graça (Sola Gratia)

Cremos que os pecadores são declarados livres da condenação do pecado e contados como justos perante Deus pela Sua graça somente (justificação) e também somente com base nos méritos expiatórios de Cristo e de Seu sacrifício vicário, sem consideração alguma de qualquer boa obra que venham a realizar; de maneira que o perdão de nossos pecados e transgressões – passados, presentes e futuros – advém somente por meio do arrependimento genuíno e da fé em Cristo, de acordo com as riquezas de Sua graça (Jo 1.16; Rm 11.35; 1Co 4.7; Ef 1.3, 6, 12, 14, 2.1-10).

 O Espírito Santo

Cremos na necessidade da obra do Espírito Santo naquele ato poderoso de Deus mediante o qual um indivíduo, anteriormente morto em seus pecados e transgressões, de modo sobrenatural e monergístico, passa viver espiritualmente (regeneração) e torna-se capaz de, mediante um ato consciente, de se voltar a Deus em arrependimento e fé (conversão), sendo também renovado na sua totalidade segundo a imagem de Deus; vivendo cada vez mais para a justiça e retidão (santificação) e morrendo dia a dia para o pecado, através do mesmo poder divino que preserva, até o dia da salvação final, aqueles que foram chamados eficazmente. Ora, nada pode arrebatar aqueles que se encontram seguros nas mãos de Cristo, de maneira que não pereceram jamais, mas serão ressuscitados no último dia (segurança eterna) (Tt 3.5; Tg 1.18; Jo 3.5-7; 2Co 1.22; Ef 4.30; Hb 9.14; Jo  6.37-40, 48; 10.22-28; 11.26; 6.37, 44, 47; Rm 8.29-30, 35-39; 1Co 1.8; Fp 1.6; 2Co 1.21-22; 1Pe 1.5).    

O Retorno de Jesus Cristo

Cremos que num dia e hora desconhecidos por todos os homens, o SENHOR Jesus Cristo irá novamente retornar em pessoa, em toda Sua glória, levantando dentre os mortos tanto justos quanto injustos, para em seguida julgar todos os homens. Ele lançará os ímpios à condenação eterna, preparada para o diabo e seus anjos, e receber os justos e piedosos no Reino que lhes preparou desde a fundação do mundo (Mt 16.27; Lc 21.27, 34-36; Jo 14.1-3; 1Co 1.7-8; Hb 9.28; Tt 2.11-14; 1Ts 2.19; 3.13; 5.23; 2Ts 2.1, 8; Ap 20.11-15).


OS 5 SOLAS DA REFORMA PROTESTANTE

Sola Scriptura 

Reafirmamos a Escritura inerrante como fonte única de revelação divina escrita, única para constranger a consciência. A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado, e é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado.

Negamos que qualquer credo, concílio ou indivíduo possa constranger a consciência de um crente, que o Espírito Santo fale independentemente de, ou contrariando, o que está exposto na Bíblia, ou que a experiência pessoal possa ser veículo de revelação.

Solus Christus

Reafirmamos que nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai.

Negamos que o evangelho esteja sendo pregado se a obra substitutiva de Cristo não estiver sendo declarada e a fé em Cristo e sua obra não estiver sendo invocada.

Sola Gratia

Reafirmamos que na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.

Negamos que a salvação seja em qualquer sentido obra humana. Os métodos, técnicas ou estratégias humanas por si só não podem realizar essa transformação. A fé não é produzida pela nossa natureza não regenerada.

Sola Fide

Reafirmamos que a justificação é somente pela graça e por intermédio da fé somente por causa de Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus.

Negamos que a justificação se baseie em qualquer mérito que em nós possa ser achado, ou com base numa infusão da justiça de Cristo em nós.

Soli Deo Glória

Reafirmamos que, como a salvação é de Deus e realizada por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus e para sua glória, somente.

Negamos que possamos apropriadamente glorificar a Deus se nosso culto for confundido com entretenimento, se negligenciarmos ou a Lei ou o Evangelho em nossa pregação, ou se permitirmos que o afeiçoamento próprio, a autoestima e a autorrealização se tornem opções alternativas ao evangelho. 




OS 5 PONTOS DO CALVINISMO

Confirmamos este esquema teológico na forma acróstica TULIP (formado pelas iniciais em inglês) como o resumo da Fé Reformada que se aproxima da interpretação mais fiel das Escrituras. 


Depravação Total (Total Depravity)
Eleição Incondicional (Unconditional Election)
Expiação Limitada (Limited Atonement)
Graça Irresistível (Irresistible Grace)
Perseverança dos Santos (Perseverance of the Saints)



T

A Bíblia diz que Deus criou o primeiro homem, Adão, à Sua imagem e semelhança. Deus fez um pacto com esse homem a fim de que, através da obediência aos Seus mandamentos, este pudesse obter vida. Contudo, o homem falhou desobedecendo a Deus deliberadamente, fazendo uso do seu livre-arbítrio, rebelando-se contra o seu Criador. Este pecado inicial de desobediência (conhecido como a Queda do Homem) resultou em morte espiritual e ruptura na ligação de sua alma com Deus, o que mais tarde trouxe também sua morte física. Sendo Adão o representante de toda a raça humana, todos caímos com ele e fomos afetados pela mesma corrupção do pecado. Tornamo-nos objetos da justa ira de Deus e a morte passou a todos os homens. Toda a humanidade herdou a culpa do pecado de Adão e por isso todos nascemos totalmente depravados e espiritualmente mortos. A morte espiritual não quer dizer que o espírito humano esteja inativo, mas sim que o homem é culpado (tem um passado manchado) e corrupto (possui uma natureza má). 

A Depravação Total não quer dizer que os homens são intensivamente maus (que somos tão maus quanto poderíamos ser), mas sim que somos extensivamente maus (todo o nosso ser, intelecto, emoções e vontade estão corrompidos pelo pecado). A depravação total também significa que o homem possui uma inabilidade total para restaurar o relacionamento com seu Criador. Por causa da depravação, o homem natural, por si mesmo, é totalmente incapaz de crer verdadeiramente em Deus. O pecador está morto, cego e surdo para as coisas espirituais. Desde a Queda o homem perdeu o seu livre-arbítrio e passou a ser escravo de sua natureza corrompida e por isso ele é incapaz de escolher o bem em questões espirituais. Devido ao estado de depravação do homem, se Deus não tomasse a iniciativa de salvá-lo, ele continuaria morto eternamente. O homem natural sem o conhecimento de Deus jamais chegará a este conhecimento se Deus não ressuscitá-lo espiritualmente através de Jesus Cristo.


REFERÊNCIAS BÍBLICAS: Gn 2.17; Gn 6.5; Gn 8.21 / 1Rs 8.46 / Jo 14.4 / Sl 51.5 / Sl 58.3 / Ec 7.20 Is 64.6 / Jr 4.22; Jr 9.5-6; Jr 13.23; Jr 17.9 / Jo 3.3; Jo 3.19; Jo 3.36; Jo 5.42; Jo 8.43-44 / Rm 3.10-11; Rm 5.12; Rm 7.18, 23; Rm 8.7 /1Co 2.14 / 2Co 4.4 / Ef 2.3 / Ef 4.18 / 2Tm 2.25-26 / 2Tm 3.2-4 / Tt 1.15



U

Devido ao pecado de Adão, seus descendentes entram no mundo como pecadores culpados e perdidos. Como criaturas caídas, elas não têm desejo de ter comunhão com o seu Criador. Deus é santo, justo e bom, ao passo que os homens são pecaminosos, perversos e corruptos. Deixados à sua própria escolha, os homens inevitavelmente seguem seu coração corrupto e criam ídolos para si. Consequentemente, os homens têm se desligado do Senhor dos céus e têm perdido todos os direitos de Seu amor e favor. Teria sido perfeitamente justo para Deus ter deixado todos os homens em seus pecados e miséria e não ter demonstrado misericórdia a quem quer que seja. É neste contexto que a Bíblia apresenta a eleição. 

A Eleição Incondicional significa que Deus, antes da fundação do mundo, escolheu certos indivíduos dentre todos os membros decaídos da raça humana e os predestinou para serem o objeto de Seu imerecido amor e para trazê-los ao conhecimento de Si mesmo. Esses, e somente esses, Deus propôs salvar da condenação eterna. Deus poderia ter escolhido salvar todos os homens (pois Ele tinha o poder e a autoridade para fazer isso), ou Ele poderia ter escolhido não salvar ninguém (pois Ele não tem a obrigação de mostrar misericórdia a quem quer que seja), porém não fez uma coisa nem outra. Ao invés disso, Ele escolheu salvar alguns e excluir (preterir) outros. Sua eterna escolha de determinados pecadores para a salvação não foi baseada em qualquer ato ou resposta prevista da parte daqueles escolhidos, mas foi baseada tão somente no Seu beneplácito e na Sua soberana vontade. Desta forma, a eleição não foi condicionada nem determinada por qualquer coisa que os homens iriam fazer, mas resultou inteiramente do propósito determinado pelo próprio Deus. Os que não foram escolhidos foram preteridos e deixados às suas próprias inclinações e escolhas más para serem punidos pelos seus pecados. Não cabe à criatura questionar a justiça do Criador por não escolher todos para a salvação. Deve-se ter em mente que, se Deus não tivesse graciosamente escolhido um povo para Si mesmo e soberanamente determinado prover-lhe e aplicar-lhe a salvação, ninguém seria salvo.


REFERÊNCIAS BÍBLICAS: Dt 4.37; Dt 7:7-8 / Pv 16.4 / Mt 11.25; Mt 20.15-16; Mt 22.14 / Mc 4.11-12 Jo 6.37; Jo 6.65; Jo 12.39-40; Jo 15.16 / At 5.31; At 13.48; At 22.14-15 /Rm 2.4; Rm 8.29-30; Rm 9.11-12; Rm 9.22-23; Rm 11.5; Rm 11.8-10 /Ef 1.4-5; Ef 2.9-10 / 1Ts 1.4; 1Ts 5.9 / 2Ts 2.11-12; 2Ts 3.2/ 2Tm 2.10,19/1 Pe 2.8 / 2 Pe 2.12 / Tt 1.1 / 1Jo 4.19 / Jd 1.3-4 / Ap 13.8; Ap 17.17



L

Embora Deus tenha resolvido salvar da condenação um certo número de homens, Sua santidade e justiça exigem que o pecado seja punido. Como os escolhidos de Deus são pecadores, uma expiação completa e perfeita era necessária. Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem, suportou o castigo merecido pelos pecadores e obteve a Salvação para os Seus eleitos. A eleição em si não salvou ninguém; apenas destacou alguns pecadores para a salvação. 

Os que foram escolhidos por Deus Pai e dados ao Filho precisavam ser redimidos para serem salvos. Para assegurar sua redenção, Jesus Cristo veio ao mundo e tomou sobre Si a natureza humana para que pudesse identificar-se com o Seus eleitos e agir como seu representante ou substituto. Cristo, agindo em lugar do Seu povo, guardou perfeitamente a lei de Deus e, dessa forma, produziu uma justiça perfeita a qual é imputada aos eleitos ou creditada a eles no momento em que são trazidos à fé nele. Através do que Cristo fez, esse povo é constituído justo diante de Deus. Os eleitos são libertos da culpa e condenação como resultado do que Cristo sofreu por eles. Através do Seu sacrifício substitutivo, Jesus sofreu a penalidade dos pecados dos eleitos e assim removeu a culpa deles para sempre. 

Por conseguinte, quando Seu povo é unido a Ele pela fé, é-lhe creditada perfeita justiça pela qual ficam livres da culpa e condenação do pecado. São salvos não pelo que fizeram ou irão fazer, mas tão somente pela fé na obra redentora de Cristo.A obra redentora de Cristo foi definida em desígnio e realização. Foi planejada para render completa satisfação em favor de certos pecadores específicos e, de fato, assegurou a salvação para esses indivíduos e para ninguém mais. A salvação que Cristo adquiriu para o Seu povo inclui tudo que está envolvido no processo de trazê-los a um correto relacionamento com Deus, incluindo os dons da fé e do arrependimento. Deus não deixou aos pecadores na decisão se a obra de Cristo será ou não efetiva. Pelo contrário, todos aqueles por quem Cristo morreu serão infalivelmente salvos. A redenção, portanto, foi designada para cumprir o propósito divino da eleição.


REFERÊNCIAS BÍBLICAS: 1Sm 3.14 / Is 53.11-12 / Mt 1.21; Mt 20.28; Mt 26.28 / Jo 10.14-15 /Jo 11.50-53; Jo 15.13; Jo 17.6,9-10 / At 20.28 / Rm 5.15 / Ef 5.25 / Tt 3.5 /Hb 9.28 / Ap 5.9



I

Cada membro da Trindade divina – Pai, Filho e Espírito Santo – participa e contribui para a salvação dos pecadores eleitos. Deus Pai, antes da fundação do mundo, selecionou aqueles que iriam ser salvos e deu-os ao Filho para serem o Seu povo. Na época oportuna o Filho veio ao mundo e assegurou a redenção desse povo. Mas esses dois grandes atos – a eleição e a redenção – não completam a obra da salvação, pois está incluída no plano divino para a recuperação do pecador perdido a obra renovadora do Espírito Santo, pela qual os benefícios da obediência e da morte de Cristo são aplicados ao eleito. 

A Graça Irresistível ou Eficaz significa que o Espírito Santo nunca falha em trazer à salvação aqueles pecadores que Ele pessoalmente chama a Cristo. Deus aplica inevitavelmente a salvação a todo pecador que tencionou salvar, e é Sua intenção salvar todos os eleitos. O apelo do evangelho estende uma chamada à salvação a todo que ouve a mensagem. Ele convida a todos os homens, sem distinção, a beber da água da vida e viver. Ele promete salvação a todo que se arrepender e crer. Mas essa chamada geral externa, estendida igualmente ao eleito e ao não eleito, não trará pecadores a Cristo. Por quê? Porque os homens estão, por natureza, mortos em pecado e debaixo de seu poder. Eles são, por si mesmos, incapazes de abandonar os seus maus caminhos e se voltarem a Cristo, para receber misericórdia. Nem podem e nem querem fazer isso. Consequentemente, o não regenerado não vai responder à chamada do evangelho para arrepender-se e crer. Nenhuma quantidade de ameaças ou promessas externas fará um pecador cego, surdo, morto e rebelde se curvar perante Cristo como Senhor e olhar somente para Ele para a salvação. Tal ato de fé e submissão é contrário à natureza do homem. Por isso, o Espírito Santo, para trazer o eleito de Deus à salvação, estende-lhe uma chamada especial interna em adição à chamada externa contida na mensagem do evangelho. Através dessa chamada especial, o Espírito Santo realiza uma obra de graça no pecador que inevitavelmente o traz à fé em Cristo. A mudança interna operada no pecador eleito o capacita a entender e crer na verdade espiritual. No campo espiritual, são lhe dados olhos para ver e ouvidos para ouvir. O Espírito Santo cria no pecador eleito um novo coração e uma nova natureza. Isto é realizado através da regeneração (novo nascimento), pela qual o pecador é feito filho de Deus e recebe a vida espiritual. Sua vontade é renovada através desse processo, de forma que o pecador vem espontaneamente a Cristo por sua própria e livre escolha.


REFERÊNCIAS BÍBLICAS: Jr 24.7 / Ez 11.19-20; Ez 36.26-27 / Mt 16.17 / Jo 1.12-13; Jo 5.21; Jo 6.37; Jo 6.44-45 / At 16.14; At 18.27 / 1Co 4.7 / 2Co 5.17 / Gl 1.15 / Rm 8.30 / Ef 1.19-20 / Cl 2.13 / 2Tm 1.9 / 1Pe 2.9; 1Pe 5.10 / Hb 9.15



P

Os eleitos não são apenas redimidos por Cristo e regenerados pelo Espírito; eles são mantidos na fé pelo infinito poder de Deus. Todos os que são unidos espiritualmente a Cristo, através da regeneração, estão eternamente seguros nEle. Nada os pode separar do eterno e imutável amor de Deus. Foram predestinados para a glória eterna e estão, portanto, assegurados para o céu. A Perseverança dos Santos não significa que todas as pessoas que professam a fé cristã estão garantidas para o céu. Somente os santos – os que são separados pelo Espírito – é que perseveram até o fim. São os crentes – aqueles que recebem a verdadeira e viva fé em Cristo – os que estão seguros e salvos nele. Muitos que professam a fé cristã desistem no meio do caminho, mas eles não desistem da graça, pois nunca estiveram na graça. A perseverança dos santos está diretamente ligada à santificação, que é o processo pelo qual o Espírito Santo torna os eleitos cada vez mais semelhantes a Jesus Cristo em tudo o que fazem, pensam e desejam. A luta dos crentes contra o pecado dura toda a vida e, às vezes, eles podem cair em tentações e cometer graves pecados, mas esses pecados não os levam a perder a salvação ou a afastar-se de Cristo. A Bíblia diz que o povo de Deus recebe a vida eterna no momento em que crê. São guardados pelo poder de Deus mediante a fé e nada os pode separar do Seu amor. Foram selados com o Espírito Santo que lhes foi dado como garantia de sua salvação e, desta forma, estão assegurados para uma herança eterna.


REFERÊNCIAS BÍBLICAS: Is 54.10 / Jr 32.40 / Mt 18.14 / Jo 6.39; Jo 6.51; Jo 10.27-29 / Rm 5.8-10; Rm 8.28-32, Rm 8.34-39; Rm 11.29 / Gl 2.20 / Ef 4.30 / Fp 1.6 / Cl 2.14 /2Ts 3.3 / 2Tm 2.13,19 / Hb 7.25; Hb 10.14 / 1Pe 1.5 / 1Jo 5.18 / Ap 17.14



Extraído dos Cânones de Dort e resumidos no acróstico TULIP.