15 de setembro de 2016

Os crentes podem ser enganados?


Mateus 24.24 – Porque surgirão falsos Cristos e falsos profetas, que realizarão grandes sinais e milagres, a tal ponto que, se fosse possível, enganariam até os escolhidos. (Almeida Século 21)

[...] se fosse possível, enganariam até os escolhidosNão devemos entender que os escolhidos sejam os não “crentes”, ou crentes que perseveram e por isso são escolhidos. Não! Os escolhidos são verdadeiramente convertidos. São crentes escolhidos em Cristo. São crentes perseverantes. Indubitavelmente, são eleitos de Deus.

Todavia, a razão de serem eleitos e assim chamados, não é porque os crentes são convertidos, escolhidos e perseverantes. Pelo contrário, a razão pela qual eles são convertidos, tornam-se verdadeiros crentes, e perseveram até o fim, é porque eles são eleitos. A conversão, a fé e a perseverança não são as causas ou condições, mas sim, os frutos e os efeitos da eleição. Outrossim, falar da sedução final de um cristão perseverante é uma contradição em termos. Interpretar o versículo assim não é impertinente e absurdo para quem não sabe que um cristão perseverante não pode ser finalmente e totalmente enganado?

Os eleitos são um número restrito de pessoas específicas da posteridade de Adão, a quem Deus, por sua boa vontade soberana e prazer, não obstante a fé, santidade e boas obras deles, em Cristo, antes da fundação do mundo, os escolheu pela sua graça e glória. Portanto, enganar os eleitos finalmente e totalmente é impossível, como aqui é sugerido.  

Contudo, não é impossível, tendo em vista a própria fraqueza deles e a astúcia dos falsos profetas, que, se deixados a si mesmos, e o poder de tal engano, e a eficácia de Satanás, com todo embuste e maldade, podem ser facilmente seduzidos. Porém, considerando os propósitos e as promessas de Deus, as disposições de sua graça para eles, a segurança deles nas mãos de Cristo, e a preservação pelo poder de Deus, o engano final e total não só é difícil, mas impossível.

Os crentes podem ser e são enganados antes da conversão; esta é uma parte deles enquanto não regenerados, insensatos, desobedientes e desencaminhados (Tt 3.3). Por outro lado, eles podem ser e frequentemente são enganados após a conversão. Mas isso é apenas em partes, e não totalmente; em algo menor, e não nas grandes questões da fé. Não ao ponto de permitirem que a influência de Cristo desvie-se de suas mentes e abandonem a doutrina da salvação, ou caiam em heresias perniciosas, eles podem ser seduzidos a partir da simplicidade do Evangelho, mas não definitivamente, pois serão libertos do laço do diabo e não serão deixados a fim de perecerem em tais enganos. 

Esta cláusula, em que expressa o poder dos falsos profetas e a eficácia de Satanás, de modo que a influência e a certeza da eleição, da graça e da incontestável e firme perseverança dos santos até o fim, não obstante à astúcia e o ofício de homens e demônios, pois se estes, com todos os seus sinais e prodígios não podem enganá-los, então pode ser declarado impossível que eles nunca serão finalmente e totalmente enganados.   




Autor: John Gill
FonteStudy Light
Tradução: Leonardo Dâmaso
Divulgação: Reformados 21



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