9 de setembro de 2016

Expondo as Heresias da Igreja Católica: A Missa


O escritor da carta aos Hebreus é inescapavelmente claro sobre a natureza singular do sacrifício de Cristo.

Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus; nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado. E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação. (Hb 9.24-28)

A Escritura não hesita na finalidade do sacrifício de Cristo em nosso favor. Ele veio para realizar uma oferta única pelo pecado, para nunca mais ser repetido. Foi um contraste com a aliança mosaica, que necessitava de um sistema de sacrifícios quase constantes. Mas nenhum dos sacrifícios do Antigo Testamento podia verdadeiramente expiar o pecado. Eles só podiam servir como uma lembrança da libertação de Deus e prefigurar o sacrifício final de Cristo, o qual iria vencer o pecado.

Com a prática da missa, a Igreja Católica Romana tem reinstituído um sistema antibíblico de sacrifícios repetidos, blasfemando de Cristo e pervertendo Sua obra na cruz.

De que maneira a missa é importante para o Catolicismo? O Catecismo da Igreja Católica se refere a ela como a “fonte e o ápice da vida cristã”. Ou seja, é a origem e o ponto alto da fé católica. Ela não é periférica – é o coração e a alma de todo o sistema.

Em seu livro The Faith of Millions, [A Fé de Milhões], John O'Brien, um padre católico, explica o procedimento da missa:

Quando o sacerdote pronuncia as tremendas palavras de consagração, ele chega até aos céus, faz Cristo descer do seu trono, e coloca-o em cima de nosso altar para ser oferecido novamente como vítima pelos pecados do homem. É um poder maior do que o de monarcas e imperadores; é maior do que o de santos e anjos, maior do que o dos Serafins e Querubins. Na verdade, é ainda maior do que o poder da Virgem Maria. Ao passo que a Bendita Virgem foi o agente humano pelo qual Cristo se encarnou uma única vez, o sacerdote faz Cristo descer do céu e torná-lo presente em nosso altar como a eterna vítima pelos pecados do homem, não uma, mas mil vezes! O sacerdote fala: aqui está! Cristo, o Deus eterno e onipotente, curva a sua cabeça em humilde obediência ao comando do padre.

Simplificando, a Igreja Católica não deixa Cristo fora da cruz. Na missa, a substância do pão e do vinho são, supostamente, transformados no corpo e no sangue de Jesus, tornando-o como um sacrifício incompleto e repetido pelos pecados. Ele não é Senhor e Salvador – Ele é uma vítima eterna, perpetuamente limitado ao altar pelo poder do sacerdote, visivelmente e universalmente simbolizado no crucifixo católico romano.      

Isso é uma negação direta do ensinamento de Paulo em Romanos 6.8-10:

Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos, sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.

Ao negar o sacrifício singular de Cristo, o catolicismo impregna seu sacerdócio ilegítimo com poder e autoridade artificial, escravizando seus seguidores para um sistema redundante de ofertas ineficazes para o pecado dos ímpios. É essencialmente o paganismo regado com a terminologia cristã suficiente para enganar e iludir almas, convencendo-os de que a morte de Cristo na cruz não foi suficiente para realizar a salvação deles. Com efeito, a missa anula o verdadeiro significado da cruz.

J. C. Ryle explicou as implicações teológicas, espirituais e as imperfeições da missa católica:

A doutrina romana da presença real, se buscada até suas últimas consequências legítimas, obscurece toda a doutrina central do evangelho, prejudicando e comprometendo todo o sistema da verdade de Cristo. Se permitirmos por um momento que a Ceia do Senhor seja um sacrifício, e não um sacramento, permitirmos que cada vez que as palavras da consagração sejam usadas, o corpo e o sangue de Cristo estão presentes na mesa da comunhão sob a forma de pão e vinho, permitimos que todo aquele que come o pão e bebe o vinho consagrado realmente come e bebe o corpo e o sangue de Cristo. Se permitirmos por um momento essas coisas, veremos depois as consequências graves resultantes dessas premissas.

Vocês corromperam a bendita doutrina da obra definitiva de Cristo quando Ele morreu na cruz. Um sacrifício que precisa ser repetido não é algo perfeito e completo. Vocês corromperam a função sacerdotal de Cristo. Se há padres que podem oferecer um sacrifício aceitável a Deus além dEle, o grande Sumo Sacerdote, sua glória é usurpada. Vocês corromperam a doutrina bíblica do ministério cristão. Vocês engrandecem homens pecadores na posição de mediadores entre Deus e o homem. Vocês oferecem aos elementos sacramentais do pão e do vinho uma honra e veneração que eles nunca foram feitos para receber, e produzem uma idolatria abominável de cristãos fiéis. Por último, mas não menos importante, vocês derrubam a verdadeira doutrina da natureza humana de Cristo. Se o corpo nascido da Virgem Maria pode estar em mais lugares do que um, ao mesmo tempo, então não é um corpo como o nosso, e Jesus não era “o último Adão” de verdade da nossa natureza.

Em termos simples, a missa não tem nada a ver com o evangelho cristão, nada a ver com a vida cristã, e nada a ver com a igreja cristã. Ela rejeita a verdadeira natureza bíblica de Deus, Cristo, pecado, salvação, expiação e perdão. Ela rouba da cruz o seu significado e substitui com idolatria superficial, centrada no homem. É uma mentira, uma fraude e uma fabricação condenável que escraviza corações e prepara as pessoas para o inferno.




Autor: John MacArthur
Fonte: Grace to You
Tradução: Leonardo Dâmaso
Divulgação: Reformados 21




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