30 de novembro de 2015

O problema do mal (2/2)


 A confissão de Westminster afirma que Desde toda eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho de sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas (3.1). Essa afirmação cuidadosa diz que:

1. Tudo o que acontece é ordenado pela vontade de Deus.
2. Deus não é o autor do pecado.
3. Nenhuma violência é feita à vontade da criatura.
4. A contingência das causas secundárias é estabelecida pela preordenação divina.

O papel de Satanás na queda


Após um considerável número de anjos terem pecado e tornados em demônios, o diabo conspirou para a queda de Adão e Eva, a fim de impedi-los de glorificar a Deus, O qual odiava com ódio aterrador, visto que Ele rejeitara os demônios, excluindo-os eternamente da graça.

O diabo primeiramente atacou Eva quando ela se encontrava sozinha, provavelmente postada perto da árvore do conhecimento do bem e o mal. Ali ele a enganou, e Eva, tendo sido ludibriada (embora não consciente disso), também enganou a seu marido, Adão. Ora, o primeiro homem não foi enganado devido ao amor que nutria por sua esposa, mas, sim, por seu (de Eva) logro, e somente então os olhos de ambos foram abertos (Gn 3:7). O diabo foi, portanto, a causa sugestiva da Queda, e por isso é chamado de homicida desde o princípio e mentiroso (João 8:44).

27 de novembro de 2015

O ato de profetizar e determinar: Uma análise histórica, teológica e apologética (1/3)


Introdução

Nos últimos 30 anos, fatos importantes aconteceram no cenário evangélico brasileiro. As décadas de 80 e 90 trouxeram a lume muitas novidades religiosas e tendências doutrinárias inusitadas que ficariam marcadas. Muitos cristãos, especificamente os desatentos, que presenciaram a chegada dessas novidades e doutrinas no Brasil, não poderiam sequer imaginar que elas não seriam salutares e que devastaria, com o passar dos anos, de maneira implacável, uma proporção abrangente da igreja evangélica, embora os seus adeptos não concordem com isso, uma vez que são limitados ou praticamente leigos em relação ao conhecimento das Escrituras.

O ministério pastoral está mais estranho do que costumava ser: O desafio do pós-modernismo


 

Hoje em dia, uma preocupação comum parece surgir onde quer que os ministros se reúnam: o ministério pastoral está mais estranho do que costumava ser. Não que o ministério esteja mais difícil, mais cansativo ou mais exigente... está apenas diferente – e cada vez mais estranho.

Esse sentimento de estranheza deve-se à propagação da cultura e da filosofia pós-modernista; provavelmente, o movimento cultural e intelectual mais importante do atual século XXI. Que diferença o pós-modernismo tem causado? Para saber, basta olhar para a mídia moderna, para a cultura popular e para a forma como algumas pessoas arregalam os olhos, desconcertadas, quando falamos sobre a verdade, o sentido da vida e moralidade.

26 de novembro de 2015

O Princípio Regulador do Culto (2/2)


Adoração vã

Então chegaram ao pé de Jesus uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo: Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão. Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós, também, o mandamento de Deus pela vossa tradição? (Mt 15.1-3).

Os fariseus eram líderes religiosos respeitados do povo judeu. Eles criam ter a liberdade de fazer adições aos mandamentos divinos. A lei de Deus continha diversas lavagens cerimoniais para representar a purificação dos impuros. Os fariseus adicionaram outras lavagens para destacar e “aperfeiçoar” a lei de Moisés. Não existe mandamento expresso proibindo essas adições cerimoniais, exceto o Princípio Regulador (Dt 4.2; 12.31). Elas não tinham fundamentação na Palavra de Deus.

Quando você planeja pecar novamente


Não existem muitos livros que respondem essa pergunta: O que você deve fazer quando estiver planejando pecar novamente? Toda a Escritura, é claro, trata dessa questão, porque todos nós sabemos que pecaremos novamente, mas há dois padrões que são especialmente precários:

25 de novembro de 2015

O problema do mal (1/2)


Vamos deixar claramente afirmado aqui que o problema do mal pode ser resolvido de uma maneira honesta e franca propondo-se que, se Deus decide predestinar ou decretar males específicos, por qualquer propósito que possa ter, quem somos nós para discutir com  Deus (Romanos 9: 19-24)? Contudo, não importa quão aborrecido isso possa ser para mente carnal, Deus é o ponto de referência para tudo que é bom, não eu, um pecador. Se já houve uma aplicação prática da oração de Jesus não seja feita a minha vontade, mas a sua (Lucas 22:42), foi esta. O bem é bom porque Deus determina assim, não porque ele se ajusta à minha irrelevante concepção inata de como as coisas deveriam ser. É totalmente fora de propósito que eu possa pessoalmente preferir que as coisas sejam de modo diferente. O sofrimento humano é um corpo de dados que deve ser interpretado de acordo com as pressuposições antes que ele possa ser entendido em qualquer sentido. Ele não significa nada por si mesmo, não obstante quão horrível nós o possamos achar.

24 de novembro de 2015

O Islamismo é a "religião da paz" (2/2)?


No máximo, há muçulmanos que não estão empenhados na jihad, na guerra santa, 100% dos seus dias, como nem todos os cristãos são Cruzados ou debatedores escolásticos. A diferença é que o islamismo exige isso de todos os fiéis, enquanto a espada cristã é a defesa contra a tirania daqueles não-seguidores de um Amai-vos uns aos outros.

Um sinal claro de maturidade cristã


Acredito que todos nós sabemos que, como cristãos, estamos destinados a crescer e amadurecer. Nós iniciamos na fé como crianças e precisamos nos desenvolver até sermos adultos. Os autores do Novo Testamento insistem que todos nós devemos fazer esta transição, do leite para a carne, da mesa das crianças para os jantares de adulto. E apesar de estarmos cientes que devemos passar por este processo de amadurecimento, muitos de nós tendem a medir maturidade de formas erradas. Somos facilmente enganados. Eu acho que isso é especialmente verdade em uma tradição como a Reformada, que (com razão) coloca uma forte ênfase no ensino e nos fatos da fé.

23 de novembro de 2015

O uso das Escrituras na Filosofia (1/2)


O presente artigo é um sumário de uma comunicação realizada por Vollenhoven no dia 06 de janeiro de 1953, durante a conferência da Society for Calvinist Philosophy [Sociedade da Filosofia Calvinista]

Publicado em Mededelingen van het Vereniging voor Calvinistisch Wijsbegeertež Sept. 1953, p. 6-9.

INTRODUÇÃO

O tema mencionado no título deste artigo não deve ser identificado com o outro acerca da Escritura e filosofia. Naturalmente, este último artigo se encontra aqui pressuposto, todavia, nosso uso das Escrituras é algo totalmente diferente das Escrituras em si. Pois as Escrituras são divinas, mas o uso que dela fazemos continua sendo humano; ao passo que as Escrituras são santas, nosso uso permanece sempre contaminado pelo pecado. Ora, o uso das Escrituras, portanto, se encontra no nível da vida humana pecaminosa, envolvida com as Sagradas Escrituras.

A fé neopentecostal


Os curandeiros neopentecostais triunfalistas atribuem a fé como o fator determinante para que as bênçãos, curas e milagres aconteçam na vida do crente. Em contraposição, se o crente não conseguiu obter aquilo que foi pedido em oração a Deus ou “determinado”, o motivo do fracasso, segundo os profetas do "novo e falso Evangelho" neopentecostal, é que a fé do crente não foi forte o suficiente, impossibilitando-o de receber o que já é seu por direito. Conforme esta "teologia" ensina, a incredulidade impede a liberação das bênçãos.  

21 de novembro de 2015

Em que sentido a vontade é livre?


Os arminianos querem que a vontade seja livre de interferência externa. Frequentemente eles dizem que, em particular, Deus nunca atropela o nosso livre-arbítrio. Essa liberdade das causas externas é suposta para salvaguardar a nossa integridade e assegurar a nossa responsabilidade. Mas o que se entende por isso — que a vontade é livre de causação? Muitas vezes, esse problema é contornado dizendo-se que a vontade é auto-causada. Isso não significa que a vontade cria a si própria, mas que seus movimentos de escolher o curso de uma ação sobre outro são automotivados e espontâneos. A vontade é auto-movida em resposta ao que a mente conhece e pode causar tanto a ação em resposta às influências ou igualmente a resistência a elas. A vontade é livre para seguir ou resistir a qualquer que seja a opção que a mente lhe apresente. 

A gnose no contexto eclesiástico brasileiro (2/2)


A inversão axial da relação culto/cultura

Podemos afirmar ousadamente que aqueles que não cumprem o Princípio Regulador do Culto, ou que, no afã aparentemente louvável de diluir os elementos do culto na cultura local, alteram suas liturgias, são não apenas idólatras e insinceros, mas também solapam quaisquer tentativas de redenção cultural.

Ora, Kuyper já havia dito que uma cultura pode subsistir sem a arte (o que a empobrece, evidentemente), porém não sem a religião. Russel Kirk já atentara para o fato de que toda cultura (como a própria etimologia aponta) provém de um cultus. Dito de outro modo, a religião é o embrião de toda civilização, assim como o cimento que coere seus indivíduos organicamente. Não cabe aqui explorar todos as nuances e complexidades dessa questão – Christopher Dawson, o grande historiador católico, já estabeleceu e explorou tais princípios em seu livro Progresso e religião.

20 de novembro de 2015

A dificuldade de orar (e uma solução)


Oração não é fácil. Eu vejo que isso é verdade para mim, mas outros que têm meu respeito também dão testemunho da dificuldade de orar. Alguns indivíduos fazem parecer fácil; se eles passam horas por dia na tenda do encontro, provavelmente eles levam também o computador para lá.

Considere os seguintes testemunhos, que são de cheios de pensamentos que, muito curiosamente, não são normalmente ouvidos quando as pessoas dão seus testemunhos públicos:

Tudo que fazemos na vida cristã é mais fácil que orar (Martyn Lloyd-Jones).

Não há nada em que somos tão ruins em todos os nossos dias do que a oração (Alexander Whyte).

Houve momentos em minha vida em que preferia morrer a orar (Thomas Shepard).

O Princípio Regulador do Culto (1/2)


Devido à natureza humana pecaminosa, o povo pactual de Deus não raro se desvia da verdade. É comum o homem perverter a verdadeira religião ao eliminar elementos considerados desagradáveis. Ele também a corrompe pela adição de ideias próprias. Essa tendência de deturpar a verdadeira religião, mediante adição ou subtração, constitui a razão de Deus ter advertido Israel de nada acrescentar ou retirar de sua Palavra:
Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino, para os cumprirdes; para que vivais, e entreis, e possuais a terra que o Senhor Deus de vossos pais vos dá. Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando (Dt 4.1-2).

Esta passagem da Escritura — além de outras semelhantes a ela — forma a base da doutrina chamada sola Scriptura [só a Escritura] dos reformadores protestantes. Isto é, somente a Bíblia é a autoridade final em todas as questões de fé e prática.

19 de novembro de 2015

A Soberania de Deus e o Evangelismo


Muitas pessoas lutam com a soberania de Deus na eleição, porque acreditam que ela exclui a prática do evangelismo. Elas se perguntam: se as pessoas são ou não eternamente eleitas, que bem fará a pregação? Que diferença fará? No entanto, como a Escritura ensina, a soberania de Deus na eleição e a prática do evangelismo não são inimigas, mas amigas. O evangelismo está enraizado na eleição, e enquanto o homem planta e rega a semente do evangelho, Deus traz o crescimento.

Os Meios e os Fins

A soberania de Deus na salvação é mais clara e nitidamente vista no ensino da Escritura sobre a eleição. A eleição é incondicional, isto é, a escolha de Deus não se baseia em nada de bom ou meritório do escolhido, algo louvável que tencione ou influencie Deus em sua escolha. Ao invés disso, a escolha de Deus é feita exclusivamente com base na Sua boa vontade.

18 de novembro de 2015

Quando perdemos o amor por Deus


Texto base: Ap 2.1-7

A carta de Jesus à igreja de Éfeso é também a carta de Jesus à nossa igreja.1 Ela é oportuna, necessária e atual. Esta carta não retrata somente a situação espiritual da igreja histórica de Éfeso, que havia deixado de praticar o amor, mas também demonstra a situação espiritual que assola a igreja hodierna, que também deixou de vivenciar o amor.

INTRODUÇÃO

Na igreja primitiva, as pessoas consideravam Éfeso uma cabeça de ponte na província da Ásia, isto é, a cidade mais importante; por isso ela a primeira entre as sete igrejas a receber uma carta e ser denominada a igreja mãe da província da Ásia.2

O Islamismo é a "religião da paz" (1/2)?


Diferentemente de nossos colonizadores portugueses, o Brasil desconhece quase inteiramente a religião muçulmana, tendo seu provável primeiro grande contato com o islamismo no dia 11 de setembro de 2001, no ataque às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York.

Confuso e imerso em uma cultura embebida em um forte discurso anti-americanista, o brasileiro se sentiu perdido com um ataque terrorista perpetrado por um grupo de profundíssima base religiosa como a al-Qaeda. Ao mesmo tempo, logo o islamismo foi apresentado como a religião da paz

17 de novembro de 2015

A essência singular da fé (1/2)


Tendo visto o objeto da fé, partamos agora em direção à forma ou à essência singular e natureza da fé. A essência de algo é aquilo que faz com que este algo seja o que é. A essência de uma coisa a identifica e a distingue de todas as demais coisas. Uma coisa pode possuir apenas uma única essência. Logo, se há duas essências, há também duas coisas. Portanto, de semelhante modo, a fé possui um essência que lhe é exclusiva.

Neste ponto, devemos notar em que consiste (e também em que não consiste) a natureza essencial da fé.

Oração não é “magia branca”


E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não sejam iguais a eles, porque o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem. (Jesus Cristo no Evangelho de Mateus 6.7-8, ARA)

A Oração é um santo oferecimento dos nossos desejos a Deus, por coisas conformes com a sua vontade, em nome de Cristo, com a confissão dos nossos pecados, e um agradecido reconhecimento das suas misericórdias. (Resposta da pergunta #98 do Breve Catecismo de Westminster)

A oração é o grande privilégio do crente. Quando nós crentes vamos ao encontro do nosso Pai celestial em oração, através da fé em Seu Filho Jesus Cristo, nosso único mediador, literalmente entramos pelo Espírito Santo no que pode ser descrito como outra dimensão. Na oração nós nos achegamos ao trono da graça, entramos no santuário interno, o celestial Santo dos Santos, a própria sala do trono da presença de Deus onde o Criador do universo é servido por anjos, apóstolos, santos e mártires, e toda a companhia celeste (Hebreus 4.14-16; 12.14-24,28-29; Apocalipse 4-5; 7.9-12). 

16 de novembro de 2015

Jesus e Marx: Um diálogo impossível



No curso ministerial de teologia da Igreja em que congrego – Igreja Reformada Ortodoxa, resolvemos preparar e ministrar seis breves aulas sobre Teologia Reformada e política. Inicialmente, as aulas seriam apenas para os que fazem o nosso curso. Mas, convencidos da necessidade de toda igreja, resolvemos transformá-las em aulas abertas a toda congregação. O artigo que escrevo é um sumário da parte que me coube, a saber, o marxismo e sua relação com a realidade e com a Igreja. Evidentemente não passa nem perto de ser exaustivo. É apenas uma contribuição a um debate que tem sido levado a cabo por irmãos e pensadores muito mais capacitados!

As marcas da masculinidade


Quando um rapaz se torna homem? A resposta a essa pergunta está muito além do aspecto biológico e da idade. Conforme definida na Bíblia, a masculinidade é uma realidade funcional, demonstrada no cumprimento, por parte do homem, de responsabilidade e liderança. Com isso em mente, gostaria de sugerir treze marcas da masculinidade bíblica. Chegar a essas qualidades vitais identifica o surgimento de um homem que demonstrará verdadeira masculinidade bíblica.

1. Maturidade espiritual suficiente para liderar uma esposa e filhos

14 de novembro de 2015

Aborto: A morte oculta


Aborto é a interrupção precoce da gravidez por meio da remoção espontânea ou induzida de um embrião [antes de oito ou nove semanas de gestação] ou feto [depois de oito ou nove semanas de gestação], resultando em sua morte. 

O artigo 128 do Código Penal brasileiro (que é de 1940) permite o aborto quando há risco de vida para a mãe e quando a gravidez é resultado de violência sexual. Há pouco tempo, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou a obrigatoriedade do SUS (Sistema Único de Saúde) realizar o aborto nos termos da lei. Atualmente, existem projetos de ampliação da lei, que também asseguram o aborto no caso de má-formação do feto, com diminuta possibilidade de vida após o parto.

13 de novembro de 2015

A gnose no contexto eclesiástico brasileiro (1/2)


Estou certo de que muito já se comentou e analisou acerca da relação quase simbiótica entre o movimento pentecostal e sua cria teratológica denominada neopentecostalismo. Com efeito, há textos excelentes que versam magistralmente sobre essa temática, por exemplo, O gnosticismo e os pentecostais, de Michael Horton, e O pentecostalismo e seus danos à Igreja, do Pr. Marcos Granconato, de modo que quase se torna desnecessária nossa presente tarefa de radiografar a presença viral do gnosticismo no contexto eclesiástico brasileiro.

26 razões para não ver pornografia


As seguintes consequências são o que acontece quando um cristão vê pornografia. A lista cobre uma grande área dos resultados negativos que a pornografia tem sobre um homem (ou mulher) que é seguidor de Jesus.

1. Alienação de Deus. Você não mais se sente próximo de Deus. Você não experimenta o poder de Deus. Você não mais tem a alegria de sua salvação.

2. Cega você para as consequências. Temporariamente te desliga da sua caminhada com Deus, de seus relacionamentos com sua esposa, seus filhos e outros. Te cega sobre o que te acontecerá espiritual, física, emocional, mental, social, vocacional e relacionalmente.

3. Cria expectativas irrealistas. Os homens começam a pensar que toda mulher deveria se parecer com aquelas e que esse tipo de relação é como seu relacionamento com sua esposa deve ser.

12 de novembro de 2015

Exegese de Mateus 23.37


Mateus 23:37 – Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não quisestes.

Nada é mais comum na boca e na literatura dos arminianos do que essa Escritura, prontamente apresentada por eles em qualquer ocasião contra as doutrinas da eleição, redenção particular e do poder irresistível de Deus na conversão; e em favor da graça suficiente e do livre arbítrio e capacidade do homem; embora com pouquíssimo proveito, conforme se patenteará, quando as observações a seguir forem expostas.

O que procurar em uma igreja?


Clareza sobre o evangelho da graça

Existem muitas falsificações, especialmente as distorções do evangelho que fazem do pecado algo de que você não precisa se afastar ou se libertar. Atente cuidadosamente para o conforto e o chamado do evangelho. Primeiramente, preste atenção em Jesus dizendo, “Eu não te condeno”. Porém, também procure por “vá e não peques mais”. Essa ordem é muito importante. A remoção da condenação vem antes do chamado à obediência. Todavia, ambos precisam estar lá para que a igreja pregue o evangelho.

Pregação centralizada em Cristo

11 de novembro de 2015

Oferta sincera, eleição e expiação limitada – Por Turretinfan


Essa é uma objeção recorrente levantada particularmente por parte dos amiraldistas e arminianos. Se tu crês que o Evangelho consiste em afirmar: “Jesus morreu por ti”, então essa objeção de fato faz sentido. Se devemos dizer às pessoas, indiscriminadamente, que Cristo morreu por eles, quando Ele não o fez, a oferta efetivamente não parecer ser muito sincera.

As Escrituras, entretanto, não apresentam o Evangelho dessa forma. Nelas, o Evangelho é expresso em termo de arrependimento de nossos pecados e na crença (isto é, na confiança total) em Cristo para a salvação. Se tu crês em Cristo e te arrependes de teus pecados, Deus há de ter misericórdia de ti.

10 de novembro de 2015

Deus deleita-se com a arte não-cristã?


Essa é uma grande questão, mas vamos começar com alguns pontos básicos.

(1) A origem do impulso artístico humano não pode ser explicado humanamente. Comparando teorias sobre a origem da arte, Herman Bavinck, teólogo holandês do século XIX, escreveu: 

Hoje, existem muitas ideias divergentes, assim como existiam antigamente: alguém explica a arte a partir do teatro, outro a partir do desejo sexual, um terceiro a partir do ritmo, um quarto a partir de sentimentos e ações que também acontecem com animais, e por aí vai. Porém, mais e mais, a convicção que ganha terreno a respeito da arte, assim como da religião, é que devemos aceitá-la como um impulso humano original, e como um desejo que não podemos explicar a partir de outras inclinações ou atividades (Essays, p. 252-253). 

Exatamente. Existem muitos fatores que influenciam os artistas, mas nada pode explicar a origem do impulso artístico. Nascemos com ele. 

Um alerta contra a maldade


INTRODUÇÃO

Salomão traça uma descrição de seis pecados que Deus odeia, porém o sétimo Ele abomina. Cada um destes pecados demonstra a maldade do homem. Esta lista de sete pecados apresenta um quadro vívido e lacônico do “promotor de intrigas”. As formas de comportamento social enfatizadas por estes sete pecados destroem tanto o relacionamento de uma pessoa com a outra quanto o próprio “disseminador de contendas”.

Este catálogo de sete pecados baseia-se no que há dentro do coração do homem, isto é, na sua parte interior (veja Mt 15.19). Eles possuem uma ligação com o trecho antecedente (vs.12-14), e funcionam como um sumário destes alertas ao homem de Belial:

9 de novembro de 2015

O Escrituralismo é bíblico?


O Escrituralismo possui uma epistemologia não-escriturística – ironicamente. Tomemos, por exemplo, esta definição:

Uma cosmovisão cristã consistente declara que o ponto de partida epistemológico é o monopólio da Bíblia sobre a verdade... visto que todo conhecimento necessariamente provém de proposições (que são ou verdadeiras ou falsas), e dado que os sentidos, na interação com a criação, não fornecem proposições, a sensação não pode conduzir ao conhecimento [o artigo na íntegra se encontra aqui

O fogo estranho do pentecostalismo


Salmo 69:9 - Pois o zelo da tua casa me consumiu, e as injúrias que te ultrajam caem sobre mim

Davi consumia-se de tristeza e indignação diante de afrontas à santidade de Deus. Jesus, como narrado em João 2:17, também sentiu o mesmo. Depois de o verem expulsar os mercadores a chicotadas, "seus discípulos se lembraram do que está escrito: O zelo de tua casa me consumirá. Cito duas breves passagens bíblicas que exemplificam fortemente o sentimento de indignação e ira de que deveria ser tomado todo cristão ante a profanação do culto a Deus em tempos atuais. 

7 de novembro de 2015

Os cristãos devem se sentir culpados o tempo todo?


Eu imagino que há muitos cristãos que raramente sentem peso na consciência ou pontadas de culpa. Mas também conheço muitos, muitos cristãos (inclusive o que eu vejo no espelho) que facilmente se sentem culpados por muitas coisas que não estão fazendo ou que fazem menos que perfeitamente. De fato, estou convencido que a maioria dos cristãos sérios vivem suas vidas com um leve senso de culpa quase constante.

Por que nos sentimos culpados? Deixe-me fazer uma lista:

6 de novembro de 2015

A ideia de uma filosofia pautada nas Escrituras (2/2)


O correlato da soberania de Deus sobre todas as coisas e com a soberania das esferas é o principium exlusae antinomiae (o princípio da antinomia excluída). A prática e a ciência sempre deparar-se-ão com problemas, caso não partam do princípio de que as antinomias estão excluídas no cosmos. Pois se todas as áreas estão sujeitas à lei de Deus que lhes é particularmente válida, então é evidente que nenhuma dessas áreas se encontra sujeita à outra lei, de modo que toda tentativa humana de sujeitá-las a uma lei que não está adaptada para a área em destaque está condenada ao naufrágio.

Se o amor de Deus é livre, então o calvinismo está errado?


Eu escutei várias vezes uma objeção ao calvinismo bastante semelhante ao título deste post. O argumento é que a graça irresistível vai contra a natureza de Deus, já que Ele deseja que O amemos livremente. Paul Manata apresentou uma resposta sucinta a esse tipo de argumento.

5 de novembro de 2015

Samuel apareceu a Saul? A pitonisa era médium?


Duas perguntas se destacam no controvertido episódio da Pitonisa de En-Dor, descrito em 1Sm 8.19-20: 1. Samuel realmente apareceu a Saul? 2. Existe uma explicação bíblica para a mediunidade?

Os seguintes pontos são básicos para um entendimento sobre o assunto:

4 de novembro de 2015

Por que sou credobatista?


A teologia do batismo daquele que crê

Uma resposta simples para este post seria: Porque a circuncisão é o sinal da aliança para a descendência de Abraão?

Ora, pode ser que alguém coce sua cabeça agora, já que essa minha afirmação soa bastante pedobatista. De fato, boa parte do fundamento do pedobatismo é a ideia de que existe um pacto da graça abrangente, sob o qual se encontram todas as alianças bíblicas. Consequentemente, nesse sentido, a Nova Aliança (de certo modo, aparentemente não levando em conta Jeremias 31 e Hebreus 8, partes nas quais nos é dito que tal Aliança é completamente diferente) é basicamente o mesmo que a Antiga Aliança. De acordo com essa teologia pactual, não há uma grande diferença essencial entre Israel e a Igreja. E assim como o povo israelita circuncidava seus infantes do sexo masculino, demonstrando, pois, que pertenciam à comunidade do pacto, assim, devemos batizar nossas crianças, com o intuito de demonstrar que pertencem à nossa comunidade do pacto.

O feminismo e a igreja (2/2)



Gênesis 2:23 – Então disse o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.

A sutileza não é fácil de ser percebida. Principalmente quando é uma estratégia usada pelo inimigo. Ela, quando mal intencionada, causa mais estragos que qualquer ataque frontal. Sun Tzu, em sua obra A Arte da Guerra, escrita no século IV antes de Cristo, descreveu o general ideal como aquele que aplica eficazmente os princípios da dissimulação e da surpresa. Dissimulação e surpresa são essenciais para o sucesso da sutileza como estratégia.

3 de novembro de 2015

O Trabalho do Espírito Santo na criação dos céus e da terra


Texto base: Salmo 33.6; 104.30

INTRODUÇÃO

Ao dissecar sobre a obra da trindade na criação de todas as coisas, o bom estudante das Escrituras se depara com assuntos que, por um lado, são incríveis e, por outro, são pouco conhecidos por grande parte da igreja evangélica brasileira. Dentre estes assuntos pouco abordados, temos o papel que o Espírito Santo exerceu no passado, continua exercendo no presente, e ainda exercerá no futuro [na terra restaurada] na criação.

A necessidade da Palavra Escrita


Após Deus ter alargado Sua Igreja a fim de incluir Abraão e sua semente, na qual ela estava em um primeiro momento limitada até o tempo de Cristo, agradou-Lhe dar à Sua Igreja uma regra inamovível e sempiterna para a vida e doutrina, submetendo Sua vontade em forma escrita para ela. Isso não significa que, da perspectiva de Deus, tal ato era necessário, pois, mediante Sua onipotência, Ele poderia ter revelado o caminho da salvação para Sua Igreja sem a Palavra escrita e preservado a verdade no meio do Seu povo. Contudo, da perspectiva do homem, havia sim essa necessidade, para que a verdade fosse efetivamente preservada da impiedade do homem, cujo coração está inclinado para a superstição e para religião carnal, carregando dentro de si a semente de numerosas heresias.

2 de novembro de 2015

Comentário de Gênesis 1.1-2


No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.

No princípio. Interpretar o termo princípio relacionando-o a Cristo não nos é de maneira alguma útil, pois Moisés, neste ponto, simplesmente pretende afirmar que o mundo não havia sido aperfeiçoado em seus primórdios do modo como agora vemos, mas que foi criado um caos vazio de céus e terra. A linguagem mosaica deve, portanto, ser explicada. Quando Deus, no princípio, criou os céus e a terra, a terra era sem forma e vazia.1 Ele, ademais, nos ensina mediante o termo criada que aquilo que antes não existia foi agora feito; ora, ele não utilizou a palavra יָצַר (yatsar), que significa moldar ou formar, mas sim בָּרָ֣א (bara’), que significa criar.2 Consequentemente, sua intenção é dizer que o mundo foi feito a partir do nada. Logo, refuta-se, assim, a insensatez daqueles que imaginam que existia, desde a eternidade, uma matéria informe, bem como daqueles que nada absorvem da narrativa de Moisés a não ser que o mundo foi provido de novos ornamentos e recebeu uma forma da qual antes se encontrava destituído.