23 de fevereiro de 2016

Mais do que uma graça resistível: regeneração!


A atuação do Espírito Santo e a resposta humana ao Evangelho no molinismo, arminianismo e calvinismo à luz de 1 Coríntios 2:14

Introdução

Molinismo e arminianismo têm colocado em suas esquematizações da ordo salutis a regeneração como sendo posterior à fé.1 Isso parece se encaixar bem com sua visão da liberdade humana em contornos libertarianos.2 O arminiano F. Leroy Forlines (2011, p. 6) afirma que a “habilidade de escolher é o que chamamos de vontade”, e complementa: “Cada mandamento, cada proibição, cada exortação e cada súplica na Bíblia feita ao povo pressupõe que eles são capazes de fazer escolhas”. Assim, se somos exortados a crer na Palavra de Deus, por exemplo, é porque devemos ter a capacidade de exercer essa fé. Para explicar, então, como o homem pode ser totalmente depravado e ainda assim ter em seu poder a capacidade de crer, apela-se normalmente à doutrina da graça preveniente.

De acordo com Henry C. Thiessen, a ideia é que desde que “a humanidade está irremediavelmente morta em delitos e pecados e nada pode fazer para obter a salvação, Deus graciosamente restaura a todos os homens capacidade suficiente para fazer a escolha na questão da submissão a ele” (2011, p. 247).3 Isso significa que Deus ilumina a todos os homens para que, pelo uso do livre-arbítrio, possam tomar a decisão adequada de não resistir ao Espírito. Em todo o caso, essa graça ainda pode ser resistida.4

O modelo molinista é bem semelhante, embora Kenneth Keathley (2010) o prefira chamar de “graça conquistadora”.5 A ideia é a de que “Deus é o único trabalhador na salvação. A pessoa meramente se refreia de resistir” (KEATHLEY, 2010, p. 105), por isso essa graça é chamada por ele de monergística. Porém, “a graça de Deus é verdadeiramente oferecida e disponibilizada. A diferença entre o salvo e o perdido é a rebelião contínua do descrente” (KEATHLEY, 2010, p. 105). Assim, essa graça também pode ser descrita como resistível.6

Keathley acredita que essa formulação o livra das críticas ao arminianismo de colocar o fator decisivo da salvação no uso adequado do livre-arbítrio do crente, ao invés de no Senhor.7 “O modelo da graça conquistadora sustenta que a diferença entre aquele que crê e aquele que não é encontrada nos descrentes” (KEATHLEY, 2010, p. 105).8

Na prática, porém, ambos, arminianos e molinistas, afirmarão que toda a salvação é obra da graça (do Espírito), a qual, todavia, pode ser resistida. Nos referiremos, portanto, aos modelos de “graça preveniente” e “graça conquistadora” como “graça resistível”. Essa graça possibilita a fé que conduz à regeneração.

Por outro lado, calvinistas insistem que a fé é produto da regeneração,9 e não o contrário; que o homem permanece morto espiritualmente e em inimizade contra Deus até o dia em que o Espírito vem com poder e, através da pregação do Evangelho,10 o capacita a crer nas “palavras de vida eterna” (Joã. 6:68). Acerca disso, John Piper (2014, p. 32) afirmou: 

Se uma pessoa se torna humilde ao ponto de submeter-se a Deus, isso acontece porque Deus lhe deu uma natureza nova”. Isso é o que calvinistas chamam de “graça irresistível”: a “obra soberana de Deus de vencer a rebelião de nosso coração e trazer-nos à fé em Cristo, para que sejamos salvos (PIPER, 2014, p. 31).

Fica evidente que as posições molinista/arminiana e calvinista são diametralmente opostas em seu entendimento soteriológico e suscitam de nós uma resposta: de que lado ficaremos? Como arbitrar entre essas visões? Nesse ponto, todos os protestantes ortodoxos concordam: nossa autoridade final é a Escritura, e é nela que devemos encontrar as respostas.

Nosso objetivo, portanto, é analisar o que a Bíblia nos ensina a esse respeito. Devido ao espaço aqui, nos deteremos num dos textos didáticos mais claros sobre o assunto da relação entre o homem, o Espírito e a revelação divina: 1 Coríntios 2:14. Ao lidarmos com essa passagem, temos em mente dois problemas a serem resolvidos: Qual a resposta do homem natural ao Evangelho e como ele pode ser capaz de crer e ser salvo? Para respondermos a esses questionamentos, trabalharemos três tópicos importantes: 1) o significado da expressão “homem natural”; 2) a natureza da vontade desse homem natural; e 3) a natureza de sua razão.

2) O que significa ser um homem natural?

A expressão ψυχικς νθρωπος, traduzida comumente como homem natural, é entendida por Bauer, Arndt, Gingrich e Danker como uma referência a “uma pessoa não espiritual, alguém que meramente funciona materialmente, sem ser tocado pelo Espírito de Deus” (2000, p. 1100). Garland entende que essa expressão “representa a existência natural e psíquica que é dependente das faculdades humanas sem o auxílio do Espírito Santo” (2003, p. 100).

Dado o contraste estabelecido nestes dois versos (14-15), seria melhor definir ψυχικς νθρωπος negativamente como aquele homem que não recebeu o Espírito, ou como o fazem a NVI e a NTLH, que traduzem por “quem não tem o Espírito”.11 Em resumo, temos aqui o homem não habitado pelo Espírito e, consequentemente, não regenerado.12

3) O homem natural e a natureza de sua vontade

O texto passa a tratar da disposição do homem para com a revelação divina. É dito deste homem que ele não “aceita” (δχεται) “as coisas do Espírito de Deus”, coisas estas espirituais.13 Sua vontade está claramente em foco. O Espírito de Deus aqui é o próprio Espírito Santo, ou seja, o Espírito que é Deus.14

A ligação do Espírito com o δχεται (“aceitar”) traz uma ênfase sobre a natureza daquilo que não é aceito pelo “homem natural”, ou seja, “as coisas do Espírito”, a qual compartilha da essência do próprio Deus. Assim, não é algo de pouca importância o que o “homem natural” não aceita.

É interessante que δχεται é um verbo na voz média, o que indica, nas palavras de Daniel B. Wallace (2009, p. 414), que “o sujeito médio pratica ou experimenta a ação expressa pelo verbo de uma maneira tal que enfatiza a participação do sujeito”. Richard A. Young (1994, p. 134, apud WALLACE, 2009, p. 415) também acrescenta à definição a ideia de que o “sujeito participa intimamente nos resultados da ação”. Desse modo, o fato de o homem natural não aceitar as coisas do Espírito demonstra sua culpa, a despeito de não ter recebido (λβομεν) o próprio Espírito (v. 12); ele não deixa simplesmente de aceitar (negativamente), mas ele as rejeita (positivamente), e a ênfase aqui é exatamente nesta rejeição, sem falar que o resultado desta ação é sua alienação das coisas espirituais, o que o mantém, no mais íntimo de seu ser, completamente alheio àquilo que só o faria bem.

Piper (2011, p. 52) está correto ao afirmar, como continuaremos vendo a seguir, que a preferência da pessoa “pelo pecado é tão forte, que ela não pode escolher o bem. É uma escravidão verdadeira e terrível, mas não inocente”. A vontade do homem natural é completamente indisposta para com a revelação.

3.1 Por que o homem natural não aceita?

A explicação oferecida ao porquê deste homem não aceitar as coisas do Espírito é bem direta e simples: “porque [γρ] loucura [μωρα] é [στιν] para ele [ατ]”.15 A palavra μωρα é colocada bem no início da oração no grego, o que demonstra a ênfase do autor na avaliação que o homem natural faz das coisas espirituais. O veredito dele, como se entende pelo uso de στιν, um presente do indicativo ativo, é que não passam de “tolice” (outra tradução para μωρα). É assim que ele as considera.

4) O homem natural e a natureza de sua razão

É dito ainda que este homem natural “não pode [δναται] entendê-las [γνναι]”. Sua razão está em foco agora.

O verbo δναται é depoente, ou seja, “é médio [...] quanto à forma, mas ativo no seu significado” (MOUNCE, 2009, p. 183). Assim, enquanto na média teríamos uma ênfase no “agente [sujeito] do verbo”, na ativa “a ação do verbo” é que está em foco (WALLACE, 2009, p. 415). Seu significado ativo destaca aquilo que “o sujeito pratica, produz ou experimenta” em relação “a ação” do verbo, ou ainda, explicita sua existência “no estado expresso pelo verbo” (WALLACE, 2009, p. 410). O que o verbo expressa? [In]capacidade! Assim, toda a força recai sobre a [in]capacidade de entender (γνναι) as coisas espirituais. Na mentalidade paulina, o homem vive neste estado de incapacidade cognitiva quanto às coisas de Deus.

Se perguntarmos o porquê, o próximo verbo nos ajuda a encontrar uma das respostas resposta.

O segundo verbo, “entender” (γνναι), por ser ativo, também atrai ênfase para si, ressaltando quão inconcebível é aquilo que o homem não pode “reconhecer”,16 e por ser infinitivo, ligado a δναται, complementa, como normalmente acontece neste uso, o sentido do verbo auxiliar, esclarecendo o que o homem natural não pode fazer: ele é incapaz de “reconhecer” as coisas do Espírito como verdadeiras e dignas de confiança.

Piper esclarece que “esse ‘não pode’ é moral, e não físico”. Por essa impossibilidade Paulo “queria dizer que o coração é tão resistente a recebê-las, que a mente justifica a rebelião do coração por vê-las como loucura. A rebelião é tão completa, que o coração realmente não pode receber as coisas do Espírito” (2011, p. 51). Se entendermos liberdade aqui como algo além da capacidade de escolher segundo suas inclinações, estendendo-a à possibilidade, sem a possessão do Espírito, de ultrapassar sua rebelião de coração e escolher as coisas espirituais, certamente poderíamos afirmar que o homem natural não a possui. Tanto sua vontade quanto sua razão estão em completa rebelião.

Forlines protestaria contra a alegação anterior da necessidade da habitação do Espírito (= regeneração) para a fé, apressando-se em afirmar que “a influência do Espírito Santo trabalhando no coração da pessoa que ouve o evangelho traz à existência uma moldura de possibilidades nas quais uma pessoa pode dizer sim ou não ao evangelho” (2011, p. 22). A ideia é que a iluminação (não a regeneração) do Espírito é suficiente para restaurar ao homem um conjunto de possibilidades que antes estavam indisponíveis, dentre as quais se encontra a possibilidade de escolher Cristo ou rejeitá-lo. Cremos que nosso texto já deixou claro que a situação da vontade e razão do homem natural não permitem à mensagem do Evangelho ser uma opção válida em sua moldura de possibilidades, no entanto, prosseguiremos com a pergunta: essa mera iluminação da graça resistível é suficiente para vencer sua rebelião? Vejamos a resposta de Paulo.

4.1 Graça resistível é suficiente?

Se, neste ponto, a pergunta for novamente levantada sobre a razão para tal incapacidade de compreensão, a segunda resposta de Paulo está bem à mão. Além da vontade e razão naturalmente indispostas, o apóstolo acrescenta: τι πνευματικς νακρνεται (“porque elas se discernem espiritualmente”). Em outras palavras, 1) sua própria vontade caída o impossibilita e é seguida pela razão; e 2) aquilo que pode fazê-lo superar esta queda lhe falta – a habitação do Espírito Santo. Assim, mais que a iluminação de uma graça resistível, ele realmente precisa ter o Espírito.

É interessantíssimo o fato de νακρνεται (“discernir”) ser encontrado na voz passiva. Isto denota, conforme Wallace (2009, p. 431), que “nenhuma volição – nem mesmo necessariamente a consciência da ação – é implicada por parte do sujeito”. Isso não quer dizer que a vontade está sempre completamente ausente; “o sujeito pode ou não estar a par, sua volição pode ou não estar envolvida. Mas isso não é enfatizado quando a passiva é usada” (WALLACE, 2009, p. 431).

A ênfase, portanto, recai sobre a vontade do agente por meio de quem o homem é capacitado a discernir as coisas espirituais. E quem é o agente que torna o homem capaz de compreender e aceitar as coisas espirituais? O Espírito! Como esclarece o uso do advérbio πνευματικς, é pela agência do Espírito que o homem pode entender (ou discernir) as coisas do próprio Espírito. A concessão do Espírito, ao transformá-lo em homem espiritual, é a única coisa que vence sua rejeição obstinada. Assim, se alguém pergunta: como o homem pode crer? Uma coisa é certa: não por mera influência, mas sendo transformado em “espiritual” (= sendo regenerado).

É interessante que no v. 12 Paulo já havia explicado a razão pela qual os crentes haviam abraçado a revelação divina. Paulo inicia um novo subtema ali. Ele declara: Nós recebemos o Espírito que vem de Deus. Esta é a declaração de um fato. Este Espírito é o objeto do verbo, e o aoristo17  (λβομεν) é utilizado para emoldurar o ponto a ser desenvolvido, assim como o uso de um δέ18 confirma que se trata de um novo desenvolvimento, a saber, o recebimento do Espírito (= ser transformado em “homem espiritual”). Enquanto nos vv. 14 e 15 ele contrasta homem natural e espiritual, no v.12 ele explica qual a finalidade do recebimento do Espírito.

Este Espírito havia sido recebido com um propósito bem específico: conhecer as coisas de Deus. O verbo εδμεν, um perfeito ativo subjuntivo, indica que mais uma vez o autor muda o foco da declaração geral acerca do Espírito que “recebemos” (aoristo), para levar o leitor a olhar com mais atenção para o propósito e resultado de O termos recebido, conforme demonstra o uso de subjuntivo + να (“com o propósito de”), ou seja, O recebemos para “conhecermos” (εδμεν) as “coisas divinas” (τ) e, porque este é o propósito de Deus, o resultado é que nós realmente as conhecemos pelo Espírito que recebemos. Este uso é devido, dentre outras coisas, ao fato de que “no pensamento judeu [...], propósito e resultado são idênticos nas declarações da vontade divina” (BAGD, 1979, p. 378, apud WALLACE, 2009, p. 473).

O ponto de Paulo é o seguinte: o homem recebe o Espírito para compreender a revelação e não o contrário, como afirmam os molinistas e arminianos. Ambos os homens, natural e espiritual, tinham a mesma indisposição natural contra Deus. A única coisa que os distingue é que aos últimos foi concedida a habitação do Espírito com o propósito (να) de receber o Evangelho.

Em resumo, o motivo pelo qual o homem natural rejeita as coisas espirituais, a revelação, repousa na rebelião de sua própria vontade incapacitante: ele não quer e não pode! Talvez alguém pudesse imaginar que é exatamente por ser incapaz de entendê-las que ele as considera como tolice ou loucura. Mas as ênfases no texto, como vimos, nos levam a entender que o problema é mais que ignorância; é sua vontade caída e obstinada que o leva a considerar as coisas do Espírito dessa maneira.19 Como Piper (2011, p. 51) escreve: 

O problema não é que as coisas de Deus estão acima da compreensão do homem natural. O problema é que ele as vê como loucura. [...] De fato, elas lhe parecem tão loucas, que ele não pode compreendê-las. Ele só será capaz de desejar tais coisas se sofrer a experiência do recebimento do Espírito, sendo transformado em homem espiritual.20

Nas palavras de Calvino (2003, p. 94), Paulo “não teria dito nada além da verdade, caso afirmasse que os homens não desejam ser sábios, porém avança um pouco mais, dizendo que os homens nem mesmo têm o poder de o ser. Daí concluirmos que a fé não provém das próprias faculdades humanas”, mas ao contrário, esta fé é “divinamente conferida”. Em outras palavras, opondo-se completamente ao entendimento molinista e arminiano, o ensino de Paulo é que o homem natural sempre resistirá ao Espírito, até que o próprio Espírito o invada e o converta em homem espiritual, concedendo-lhe a fé que ele tanto necessita.

Assim, poderíamos concordar com a primeira parte da conclusão de Forlines (2011, p. 17) sobre a expressão “total” em “depravação total”: “total significa que a corrupção se estendeu a todos os aspectos da natureza do homem”, mas consideraríamos como incompleta sua definição para “depravação” como significando que, “por causa dessa corrupção, não há nada que o homem possa fazer para merecer favor salvador para com Deus”. Mais do que incapacidade de merecimento, o homem nem ao menos pode desejar tal favor salvador!

Essa situação de completa indisposição espiritual do homem natural (homem sem o Espírito) para com Deus e sua revelação é o que Paulo chama em outro lugar de “morte” (Efé. 2:1, 5).21 Tanto aqui como em Efésios (2:1-6), a solução para o problema é uma só: concessão de vida (= concessão do Espírito; vivificação; ressurreição; regeneração). Essa “concessão” é o que produz no homem a capacidade de crer; o que ele exerce, tão logo é regenerado.

Seja qual for a descontinuidade que se possa alegar existir entre a metáfora da morte espiritual e a realidade da morte física, uma coisa é certa: ela deve concordar com a completa incapacidade, exibida em 1 Co 2:14, do homem sem a habitação do Espírito de responder positivamente à revelação.


Conclusão

Voltando às perguntas da introdução, concluímos que a resposta do homem natural ao Evangelho, dada a condição caída de sua vontade e razão, é sempre negativa. Ele só pode crer e ser salvo se Deus o regenerar concedendo-lhe o Espírito.

Arminianos e molinistas falham por continuar esperando que mortos creiam antes de viver. Falham por não dar à metáfora da “morte” espiritual o exato peso de completa incapacidade que Paulo confere ao homem natural. Ao insistirem que a iluminação da “graça resistível” é suficiente, não apenas estão indo contra o texto acima exposto, mas também deixam a porta aberta para a pergunta: o que o homem se torna sob tal graça? Se a resposta é que ele permanece “natural”, ainda que supostamente iluminado, a sentença de Paulo continua verdadeira: Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (1 Cor. 2:14). O ônus da prova de uma via média que apresente o homem em algum estágio entre vida e morte, natural e espiritual, é algo que permanece sobre os ombros de molinistas e arminianos.


A grande verdade em 1 Co 2:14 é que o homem natural pode ouvir o Evangelho e ler a Bíblia diversas vezes e por diversos motivos; talvez até encontrar coisas interessantes e úteis , mas sem a atuação regeneradora do Espírito vindo habitar nele, seu veredito final quanto ao cerne e implicações da revelação, ainda que inaudito muitas vezes, continuará. Isso é uma “tolice” e um “absurdo”!



Autor: Nelson Ávila Mesquita Neto



Sobre o autor:


É Pastor da Igreja Batista Reformada em Russas e graduado em Teologia pela Escola Teológica Charles Spurgeon, onde também leciona na área de Teologia Sistemática.