FÉ
(pistis)
E
a outro, pelo mesmo Espírito, a fé.
A Fé nesta lista não pode ser
a fé salvadora, visto que esse dom só é dado a alguns (1Co 12.9). Este dom
aparece significativamente distinto dos outros empregos da fé apenas em Mt
17.19, 20 e 1Co 13.2. Nesses textos a palavra fé está relacionada com feitos
milagrosos. Mesmo que já tenha sido listado o dom de operação de milagres, a
fé é listada como um dom distinto (a outro é dada fé). É possível que em 1Co
13.2, Paulo esteja se referindo às palavras de Jesus de Mt 17.19, 20.
Distintamente do dom de operação de milagres, o dom da fé tem a ver com “uma
convicção de algo que vai acontecer, a fim de ser dada uma ordem para que esse
algo aconteça (Mt 17.19, 20). Juntamente com os outros dons milagrosos, o dom da
fé é um dom revelacional.
A convicção do fato é obtida por meio de uma certeza revelada. Isto condiz com o entendimento do dom espiritual como sendo uma “operação de Deus” (energêmaton), (12.6). A fé milagrosa não é um dom exercido quando os homens querem, e sim quando Deus quer operar. Esta característica torna o dom da fé um dom dos feitos do Espírito, sendo, portanto, um dom inspirado (certo e eficaz). Foi usado na era apostólica para confirmar e dar credenciais aos atos e à doutrina apostólica como oráculo divino da Nova Aliança.
A convicção do fato é obtida por meio de uma certeza revelada. Isto condiz com o entendimento do dom espiritual como sendo uma “operação de Deus” (energêmaton), (12.6). A fé milagrosa não é um dom exercido quando os homens querem, e sim quando Deus quer operar. Esta característica torna o dom da fé um dom dos feitos do Espírito, sendo, portanto, um dom inspirado (certo e eficaz). Foi usado na era apostólica para confirmar e dar credenciais aos atos e à doutrina apostólica como oráculo divino da Nova Aliança.
DONS
DE CURAR
(Charismata
iamatôn)
E
a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de
curar.
Primeiramente, devemos
entender este dom como sendo o mesmo dom encontrado nos dias da igreja
primitiva de Atos 4.30. O contexto deste dom é muito distinto dos dias atuais,
pois o contexto das curas no NT sempre era de uma igreja que necessitava de
“curas, sinais e prodígios” para autenticar a universalização do Pacto
abraâmico (pacto da graça) no mundo gentílico. O mundo judeu e o mundo
gentílico careciam de provas irrefutáveis de que a Nova Aliança era, de fato,
a ampliação dessa aliança abraâmica, o que só poderia acontecer se houvesse uma
confirmação miraculosa. Era necessário um elemento ratificador irrefutável,
autêntico, infalível e autoritativo, que convencesse o mundo desses dois povos
de que Deus estava expandindo sua graça sobre todos os povos da terra. Isto
faria com que a mensagem apostólica fosse tida como verdade credenciada pela
vontade divina, e fosse acreditada por judeus e gentios como a Nova Aliança.
Essa ideia confere com o que Paulo pensa em 2 Coríntios 12.12, onde o termo credenciais da ARA é a tradução do termo grego sêmeion - “sinal”. A cura era um dom miraculoso subentendido no termo grego dynamesin (ato poderoso), como sinal do apostolado. O que devemos entender por apostolado? A resposta é: o ofício dado sobrenaturalmente por Deus a homens com a missão de autenticar a Nova Aliança numa época em que ainda estava acontecendo a revelação da referida aliança. O apostolado produziu o fundamento teológico da igreja (Ef 2.20). A grande diferença entre o dom de cura do Novo Testamento e o pretenso dom de cura moderno é o seguinte:
Essa ideia confere com o que Paulo pensa em 2 Coríntios 12.12, onde o termo credenciais da ARA é a tradução do termo grego sêmeion - “sinal”. A cura era um dom miraculoso subentendido no termo grego dynamesin (ato poderoso), como sinal do apostolado. O que devemos entender por apostolado? A resposta é: o ofício dado sobrenaturalmente por Deus a homens com a missão de autenticar a Nova Aliança numa época em que ainda estava acontecendo a revelação da referida aliança. O apostolado produziu o fundamento teológico da igreja (Ef 2.20). A grande diferença entre o dom de cura do Novo Testamento e o pretenso dom de cura moderno é o seguinte:
1. Era infalível - os
apóstolos não falharam em nenhuma cura, o dom moderno falha todos os dias;
2. Era revelacional - eles
sabiam que a cura funcionaria porque tinha sido revelada tal cura;
3. Era feita por uma ordem ou
palavra - não era feito por meio de oração, “campanhas”, ou “correntes”;
4. Era pública - sempre
realizada nas ruas diante do público, não feita dentro de ambientes fechados;
5. Cada cura estava dentro de
um fato histórico que ficaria registrado para testemunho às nações - não um
fato corriqueiro como é hoje;
6. O dom de cura era
direcionado à pouquíssimas pessoas - não às multidões;
7. Os apóstolos curaram
muito pouco - pois a missão e o ministério deles não era a cura de enfermos;
8. Havia o dom de cura e não
ministério de cura - os apóstolos nunca divulgaram um pretenso ministério de
cura, porque só há um ministério: o da Palavra);
9. Era credencial apostólica -
pertencia apenas aos apóstolos, aos seus auxiliares e aos espirituais
portadores do dom, esses que estavam participando da ratificação da Nova
Aliança naquela época;
10. Era esporádica - acontecia
só quando precisava-se de testemunho da Nova Aliança entre os pagãos e judeus
incrédulos, não existindo nenhum registro de campanhas de curas realizadas
pelos apóstolos;
11. Os enfermos não eram
convidados – os apóstolos iam até eles;
12. O nome de Jesus era
glorificado – nos dias modernos o nome de Cristo é envergonhado todos os dias,
pois os curadores falham muitíssimo em suas pretensas curas, jogando a culpa na
falta de fé dos fiéis seguidores;
13. O dom de cura apostólico
tinha o caráter de inspiração divina, pois acreditamos nele sem provas
empíricas – no dom moderno é preciso acreditar em pessoas mentirosas, errantes e não inspiradas, que afirmam curas que não se pode averiguar;
14. O dom apostólico era
direcionado para problemas crônicos de saúde - as curas modernas são sempre de
problemas superficiais e temporários, (dores diversas, problemas
circunstanciais de saúde, sendo, na maioria das vezes, problemas que se resolve
no médico ou com remédios analgésicos);
15. O dom de cura não foi dado
para evangelizar – não existe ordem de Deus para a cura ser um dom evangelizador,
pois os apóstolos sempre pregavam o evangelho depois da cura, além do que
algumas pessoas curadas não foram salvas.
OPERAÇÕES
DE MARAVILHAS (MILAGRES)
(energemata
dynameon)
E
a outro a operação de maravilhas.
O dom de milagres é um dom de
credencial apostólica assim como o dom de cura (2Co 12.12). Diferentemente do
dom de cura, que era mais específico (para enfermidades), o dom de milagres
abrangia muitos feitos poderosos, nos quais o poder de Deus era confirmado. Se
o apóstolo Paulo o usou como argumento para referendar seu ofício apostólico,
logo, podemos entender que este dom era mais um dom voltado para ratificar a
revelação da Nova Aliança por meio dos sinais e maravilhas apostólicos. Se o
dom era uma credencial apostólica, a quem pertencia? Possivelmente só aos
discípulos da escola apostólica.7 Exemplos de milagres podem ser vistos em
Atos, mas sempre imediatamente relacionados com os apóstolos: a morte de
Ananias (Pedro), a ressurreição de Dorcas (Paulo), a cegueira de Elimas
(Paulo).
Quem mais participou desse
dom? Os falsos profetas também realizaram milagres (dynamei, Mt 7.22), pelos
quais receberam a condenação deles, pois tais milagres não eram da vontade de
Deus (Mt 7.21), e não estavam relacionados com a história da redenção, como os
modernos milagres. Os falsos profetas dos dias de Jesus eram religiosos que
afirmavam o senhorio de Cristo (“Senhor, Senhor”), mas estavam reivindicando
credenciais apostólicas que não tinham o objetivo de ratificar a Nova Aliança;
seus milagres tinham um fim particular, voltado para seus próprios interesses,
como fazem hoje os milagreiros modernos (Mt 7.22). Como, pois, poderíamos
explicar a autenticidade desses milagres? Ora, os milagres de Mateus 7.22 eram
fato, os milagres aconteciam, mas não tinham o devido fim para o qual Deus os
destinou, que era testificar a veracidade da revelação da Palavra de Deus que
estava acontecendo naqueles dias. Se o verdadeiro propósito não estava presente
naquele exercício dos dons de milagres, então os milagreiros usavam para si
mesmos, o que é altamente pecaminoso, pois todo milagreiro rouba a glória de
Deus para si; o pecado pelo qual os pastores curandeiros serão condenados será
o de roubar a glória de Deus, e fazer o povo acreditar que eles são poderosos
como Deus.
Não é por acaso que todo
milagreiro é famoso e suas igrejas possuem nomes que requerem para si
grandiosidade, imponência e majestade, como Igreja Universal, Igreja Mundial,
Igreja internacional da Graça de Deus, etc. Não vai demorar a aparecer a igreja cósmica, igreja
galáctica e intergaláctica; seus pastores também só querem ser grandes e
imponentes, pois chamam a si mesmos de bispos e apóstolos. Igualmente ao
Papa de Roma, se estabelecem como figuras teocráticas, autoritárias e
totalitárias sobre todas as igrejas e subalternos de suas seitas. Toda essa
ganância e aquisição de poder são produtos do falso dom de operação de
maravilhas encontrados hoje em vários canais de televisão e em cada salão
milagreiro encontrados pela cidade. Como tais milagres não servem mais aos
propósitos da Nova Aliança, eles servem para condenar seus portadores, enganar e arrastar os não predestinados para a condenação final (Mt 7:23).
NOTA:
7. O termo dynamei não se aplica, em todo o NT, a pessoas que não sejam Jesus e o grupo dos apóstolos; fora esses dois, o dom era usado somente pelos falsos profetas.