Antes, ele quer dizer uma libertação do erro e da idolatria
mediante um chamado externo do Cristianismo e uma separação para a obra do
ministério pela qual foram, em certa medida, conduzidos por Cristo (como o
Senhor) que os adquirira e os tomara como seus, chamando-os para sua casa (como
os senhores outrora compravam servos e os empregavam nas atividades
domésticas). Que esta é a intenção do apóstolo, pode-se coligir de várias considerações:
(1) ele faz menção de um despotou, palavra que significa um
senhor e proprietário, em vez de um salvador (a quem pertence a redenção
propriamente assim chamada). (2) A palavra agorazein,
tomada simplesmente, é usada no sentido de um tipo de livramento e de
aquisição. (3) O tipo de redenção aqui em vista é aquele por meio do qual se
declara que os que foram adquiridos escaparam “das contaminações do mundo
mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo”, mediante o qual
conheceram “o caminho da justiça” (vs. 20-21). Isso não se encaixa em nada mais
senão no livramento dos erros e idolatrias do paganismo e no chamado à verdade,
de cujo afastamento, por meio da apostasia e da introdução de heresias mui
perniciosas, lemos que renegaram seu Senhor que os trouxera e os chamara para
seu serviço.
Autor:
Fraçois Turretini
Trecho extraído do Compêndio
de Teologia e Apologética, volume 2, pág 572.