Estudar a história do
surgimento do movimento feminista é de grande ajuda para nós. Geralmente, uma
perspectiva global e ampla do assunto em pauta nos ajuda a entender melhor
determinados aspectos do mesmo. No caso do movimento feminista, a sua história
nos revelará que a ordenação de mulheres ao ministério, em alguns setores do
movimento, é apenas um item de uma agenda muito mais ampla defendido por um
setor bastante ativista do feminismo nas igrejas cristãs.
Origens
do Movimento Feminista Fora da Igreja
Examinemos primeiramente o
movimento feminista fora da igreja, focalizando suas principais protagonistas.
Século
18: A Vindicação dos Direitos da Mulher
A “Primeira Onda” do feminismo
teve início na primeira metade dos anos de 1700, quando uma inglesa, Mary
Wollstonecraft, escreveu A Vindication of the Rights of Woman (A
Vindicação dos Direitos da Mulher). Um ano depois desta publicação, Olimpe de
Gouges publicou um panfleto em Paris intitulado Le Droits de La Femme (Os
Direitos da Mulher) e uma americana, Judith Sargent Murray, publicou On the
Equality of the Sexes (Sobre a Igualdade dos Sexos). Outras pensadoras
feministas surgiram em pouco tempo, tais como Frances Wright, Sarah Grimke,
Sojourner Truth, Elizabeth Cady Stanton, Susan B. Anthony, Harriet Taylor e
também John Stuart Mill. Seus pensamentos e obras foram defendidos com fervor, e
pouco a pouco foram deitando profunda influência na sociedade moderna
contemporânea do mundo ocidental.
Século
19: A Declaração dos Sentimentos
Em 1848, cerca de 100 mulheres
se reuniram em uma convenção em Seneca Falls, Nova York, para ratificar a
Declaração dos Sentimentos escrita para defender os direitos naturais básicos
da mulher. As autoras da Declaração dos Sentimentos reclamavam que as mulheres estavam
impedidas de galgar posições na sociedade quanto a empregos melhores, além de
não receber pagamento equitativo pelo trabalho que realizavam. Notaram que as
mulheres estavam excluídas de profissões tais como teologia, medicina e
advocacia, e que todas as universidades estavam fechadas para elas. Denunciavam
também um duplo padrão de moralidade que condenava as mulheres a penas
públicas, enquanto excluía os homens dos mesmos castigos em relação a crimes de
natureza sexual.
A Declaração dos Sentimentos
foi um marco profundamente significativo no movimento feminista. Suas
reivindicações eram, em sua grande maioria, justas e consistentes. Por isto, o
movimento foi ganhando muitas e muitos adeptos, apesar, e por causa das grandes
barreiras que foram impostas às mulheres que se expunham na defesa de suas
ideias e ideais. As leis do divórcio foram liberalizadas, e drásticas mudanças
ocorreram com o status legal da mulher dentro do contexto do casamento. Por
volta dos anos 30, como resultado de sua educação qualificada e profissional,
as mulheres começaram a entrar no mercado de trabalho como força competitiva.
Muitas das barreiras legais, políticas, econômicas e educacionais que
restringiam a mulher foram removidas, e esta começa a pisar o mundo do homem com
paixão e zelo.
Século
20: Simone deBeauvoir e Betty Friedan
A primeira fase da construção
do feminismo moderno começou com a obra da filósofa francesa Simone deBeauvoir, Le Deuxième Sexe (O Segundo Sexo), em 1949. As mulheres, segundo
deBeauvoir, foram definidas e diferenciadas tomando como referencial o homem, e
não com referência a elas mesmas. Ela acreditava que o sexo masculino
compreendia a medida primeira pela qual o mundo inteiro era medido, incluindo
as mulheres, sendo elas definidas e julgadas por este padrão. O mundo pertencia
aos homens. As mulheres eram o “outro” não essencial. Simone deBeauvoir observa
esta iniquidade do status sexual em todas as áreas da sociedade, incluindo a
econômica, industrial, política, educacional e até mesmo em relação à
linguagem. As mulheres foram forçadas pelos homens a se conformar e se moldar
àquilo que os homens criaram para seu próprio benefício e prazer. Às mulheres
de seus dias não foi permitido ou não foram encorajadas a fazer ou se tornar
qualquer outra coisa além do que o feminino eterno ditava; elas foram cerceadas
num papel de “Küche, Kirche, und Kinder” (cozinha, igreja e filhos, em alemão).
De acordo com deBeauvoir, a mulher estava destinada a existir somente para a
conveniência e prazer dos homens.
No início dos anos 60, uma
jornalista americana, Betty Friedan, transformou os conceitos filosóficos de
Simone deBeauvoir em alguma coisa mais assimilável para a mulher moderna, ao
publicar A Mística Feminina, um livro onde examinava o papel da mulher norte americana.
De acordo com Friedan, as mulheres dos seus dias foram ensinadas a buscar
satisfação apenas como esposas e mães. Ela afirmou que esta mística do ideal
feminino tornou as mulheres infantis e frívolas, quase como crianças, levianas
e femininas; passivas, garbosas no mundo da cama e da cozinha, do sexo, dos
bebês e da casa. Assim como deBeauvoir, ela afirma que a única maneira para a
mulher encontrar-se a si mesma e conhecer-se a si mesma como uma pessoa seria
através da obra criativa executada por si mesma. Friedan batizou o dilema das
mulheres de “um problema sem nome”. Friedan concordou com deBeauvoir que a
libertação das mulheres haveria de requerer mudanças estruturais profundas na
sociedade. Para isto, as mulheres precisariam ter controle de suas próprias
vidas, definirem-se a si mesmas e ditar o seu próprio destino.
O
Problema sem Nome: Patriarcado
No final dos anos 60, a autora
feminista Kate Millett, usou o termo “patriarcado” para descrever o
“problema sem nome” que afligia as mulheres. O termo tem sua origem em duas
palavras gregas: pater, significando “pai”, e arche, significando “governo”. A
palavra patriarcado era entendida como o “governo do pai”, e era usada para
descrever o domínio social do macho, a inferioridade e a subserviência da
fêmea. As feministas viram o patriarcado como a causa última do
descontentamento das mulheres. A palavra patriarcado define o problema que
deBeauvoir e Friedan não puderam nomear, mas conseguiram identificar. De acordo
com as feministas, o patriarcado foi o poder dos homens que oprimiu as mulheres
e que era responsável pela infelicidade delas. As feministas concluíram que a
destruição do patriarcado traria de volta a plenitude das mulheres. A
libertação das mulheres do patriarcado haveria de permitir que elas se
tornassem íntegras.
Surgimento
do Movimento Feminista Dentro da Igreja
Podemos considerar o livro de
Katherine Bliss, The Service and Status of Women in the Church (O Trabalho e o
Status da Mulher na Igreja, 1952), como o marco inicial do moderno movimento
feminista dentro da cristandade. O livro era baseado numa pesquisa sobre as
atividades e ministérios nos quais as mulheres cristãs estavam comumente
envolvidas. Bliss observou que, embora as mulheres estivessem extremamente
envolvidas na vida da Igreja, a participação delas estava limitada a papéis
auxiliares, tais como Escola Dominical e Missões. As mulheres não participavam
em lideranças tradicionalmente aceitas, tais como as atividades de ensino,
pregação, administração e evangelismo, ainda que muitas delas pareciam estar
preparadas e terem dons para esse exercício. Bliss chamou a atenção da Igreja para
a reavaliação dos papéis homem/mulher na Igreja, particularmente da ordenação
de mulheres.
Ativistas
Cristãos compram a Briga
A obra de Bliss serviu de
munição para ativistas cristãos na luta pelos direitos civis e políticos em
1961. Eles, juntamente com as feministas na sociedade secular, começaram a
vocalizar o seu descontentamento com o tratamento diferenciado que as mulheres
recebiam por causa do seu sexo, inclusive dentro das igrejas cristãs. Neste
mesmo ano, vários periódicos evangélicos publicaram artigos sobre a “síndrome
das mulheres limitadas aos papéis da casa e esposa”, onde se argumentava que as
mulheres estavam restritas a papéis inferiores na Igreja. Os homens podiam se
tornar ministros ordenados, mas às mulheres se lhes impunham barreiras nas
atividades ministeriais, como ensino, aconselhamento e pastoreamento. As
mulheres, afirmavam os ativistas, desejam participar da vida religiosa num
nível mais significativo do que costura ou a direção de bazares ou arrumar a
mesa da Santa Ceia ou serviços gerais, tais como o levantamento de recursos para
os necessitados, os quais frequentemente são designados a elas. Tanto quanto
com trabalho físico, elas desejam contribuir com ideias para a Igreja.
O
Concílio Mundial de Igrejas
A atenção sobre os papéis do
homem e da mulher dentro da Igreja se tornou mais intenso na medida em que o
movimento secular das mulheres foi ganhando força. Ainda, em 1961, o Concílio
Mundial de Igrejas distribuiu um panfleto intitulado Quanto à Ordenação de
Mulheres, chamando as igrejas afiliadas para um “reexame de suas tradições e
leis canônicas”. Várias denominações começaram a aceitar que o cristianismo
havia incorporado em seus valores uma atitude patriarcal dominante da cultura
de suas origens. Muitos católicos, metodistas, batistas, episcopais,
presbiterianos, congregacionais e luteranos concordaram: a mulher na Igreja
precisa de libertação. Com esta conclusão em mente, de que a mulher precisava de
libertação dentro da Igreja, estabeleceu-se um curso de ação que tinha como alvo
abrir as avenidas para o ministério ordenado das mulheres tanto quanto para os
homens.
Nos anos 60, as feministas
cristãs se colocaram num curso paralelo àquele estabelecido pelas feministas na
sociedade secular. Elas, junto com suas contra partes, buscaram anular a
diferenciação de papéis de homem/mulher. O tema dominante foi a necessidade da
mulher definir-se a si mesma. As feministas criam que às mulheres se deveria
permitir fazer tudo o que o homem pode fazer, da mesma maneira e com o mesmo
status reconhecido que é oferecido ao homem. Isto, segundo elas criam,
constituía a verdadeira igualdade.
Os
Primeiros Argumentos em Prol da Ordenação de Mulheres
As feministas cristãs buscaram
a inclusão das mulheres na liderança da Igreja sem uma clara análise da
estrutura e funcionamento da mesma segundo os padrões bíblicos. Meramente
julgaram-na como sexista e começaram a incrementar o curso de ação em resposta
a este julgamento. As feministas cristãs, de mãos dadas com suas contra partes
seculares, começaram a demandar “direitos iguais”. Na reivindicação destes
direitos, àquela altura do movimento feminista cristão, ainda partiam do
pressuposto que a Bíblia era a Palavra de Deus. Vejamos seus argumentos.
Os
Pais da Igreja Foram Influenciados pelo Patriarcado
Segundo as feministas cristãs,
Clemente de Alexandria, Origines, Ambrósio e Crisóstomo, Tomás de Aquino,
Lutero, Tertuliano, Calvino e outros importantes teólogos e líderes da Igreja
Cristã, influenciados pelo patriarcado, reafirmaram a inferioridade da mulher
através da história da Igreja e, assim, proibiram a ordenação de mulheres e
cometeram erros quanto aos papéis conjugais. As mulheres foram excluídas das
posições de autoridade porque os pais da Igreja as viam, em sua própria
natureza, como inferiores e menos capazes intelectualmente do que os homens.
A
Bíblia ensina a Igualdade dos Sexos
Em segundo lugar, as
feministas cristãs passaram a afirmar que a Bíblia dava suporte à plena
igualdade das mulheres, e que os homens haviam negligenciado estes conceitos
bíblicos. As primeiras feministas cristãs afirmam que o registro da criação da
mulher no Gênesis tem sido quase que universalmente interpretado de uma maneira
equivocada para se ensinar que “Deus impôs a inferioridade e a sujeição” da
mulher. Os teólogos (homens) foram acusados pelas primeiras feministas de
ignorarem as passagens bíblicas que dão suporte à igualdade feminina,
torcendo-as para o seu próprio interesse. A doutrina da liderança da Igreja, que
excluía as mulheres do ministério foi, portanto, apresentada como um subproduto
de um estudo amputado das Escrituras.
Não
há Diferença entre Homem e Mulher
A tese maior proposta pelas
feministas cristãs no início dos anos 60 era idêntica às teses do feminismo
secular: não há diferença entre homem e mulher. As feministas argumentaram que, concernente às emoções, psique e intelecto, não há demonstração válida de
diferenças entre mulheres e homens. Qualquer aparente diferença resulta única e
exclusivamente de condicionamentos culturais e jamais de fatores biológicos.
Portanto, tendo em vista a igualdade dos sexos, as feministas cristãs reclamam
que a mulher deve ser posta em posições de plena liderança dentro de casa e na
Igreja, em igualdade com os homens.
O primeiro passo do movimento
feminista dentro da Igreja foi a ordenação das mulheres para os ofícios
eclesiásticos, e este foi somente o primeiro passo. A ordenação das mulheres
requer o desenvolvimento de uma nova teologia, de uma nova visão sobre Deus,
sobre a Bíblia, o culto e o mundo. A teologia deve se redefinir, alinhando-se
com o ponto de vista feminino. Foi o próximo passo dado.
Desenvolvimentos
Posteriores da Teologia Feminista
Uma teologia inteiramente nova
deveria ser buscada, baseada na experiência e na interpretação da
mulher. Um novo desenvolvimento teológico era necessário para dar suporte à
ordenação feminina. Esta nova teologia se moveu em várias direções. Veremos que
ordenação feminina é apenas um item de uma agenda muito maior e mais radical.
Reinterpretação
da Sexualidade Feminina
Rejeitando a definição de
feminilidade e dos papéis femininos que lhes foram impostos pelos homens e pela
mentalidade patriarcal dominante, uma parte significativa das ativistas
radicais demandaram uma nova definição destes itens que partisse de outro
referencial. A conclusão que chegaram foi que a própria mulher é o melhor
referencial para sua autodefinição. E, na caminhada desta nova descoberta, ela
deve se descobrir em relação com outras mulheres, e não com o homem. É preciso
registrar que não foram todas as feministas que concordaram com este novo
passo.
Na década de 70, movimentos
radicais em prol do lesbianismo passaram a identificar sua missão e propósito
com o movimento feminista em geral. Foi aqui que o lesbianismo entrou no
movimento feminista cristão mais radical como elemento chave na reinterpretação
da mulher, sua feminilidade, espiritualidade e papéis. A maior contribuição
para a entrada do lesbianismo no movimento feminista foi dada pela líder
feminista Kate Millet, que publicamente admitiu ser lésbica, após escrever o
livro Sexual Politics, best-seller publicado em 1970. O fato ganhou divulgação
mundial mediante reportagem da revista Time naquele mesmo ano. Surgiram dentro
das igrejas grupos de lésbicas “cristãs” pressionando para a ordenação de
mulheres, de lésbicas, a celebração do casamento gay e aceitação de
homossexuais e lésbicas ativos como membros comungantes.
Reinterpretação
Feminista da Bíblia
A teologia feminista veio a
ser profundamente afetada pela hermenêutica pós-moderna, a qual ensina que a
escrita e a leitura de qualquer texto são irremediavelmente determinadas pelas
perspectivas sociais e experiências de vida dos seus autores e leitores. A esta
altura, já se havia abandonado o conceito da inspiração e infalibilidade da
Bíblia.
Empregando este princípio
na leitura da Bíblia, as feministas cristãs concluíram que a mesma é um livro
machista e reflete o patriarcado dominante na cultura israelita e grega daquela
época. A Bíblia é o livro de experiências religiosas das mulheres e dos homens,
judeus e cristãos, mas seu texto foi formado pelos homens, adultos e
instruídos. Poucos textos foram escritos por mulheres. Como resultado, os
autores frequentemente enfatizaram somente o papel dos homens. Eles contaram a
história de todo o povo a partir de sua expectativa masculina. Desenvolveram a
visão patriarcal da religião a ponto de transformar Deus — um puro espírito sem
gênero — em um ser masculino! E que este Deus sempre escolheu homens como
profetas, sacerdotes e reis, porque os homens são melhores ou mais fortes
moralmente do que as mulheres!
As feministas radicais
propuseram, assim, uma reinterpretação radical da Bíblia partindo da ótica
delas. Propuseram também que as mulheres aprendessem a examinar as leituras
feitas na ótica patriarcal e a impugnar qualquer interpretação distorcida pelo
machismo. De acordo com elas, a interpretação tradicional da Bíblia sempre foi
masculina, pois o masculino era tido como universal. Hoje, essa leitura
ideológica incomodava muitas mulheres e homens nas igrejas.
Elas passaram ainda a defender
a publicação de versões bíblicas onde o elemento masculino fosse tirado da
linguagem. Estas versões, chamadas de “linguagem inclusiva” não deveriam mais
se referir a Deus como Pai e deveriam
chamar Jesus de “a criança de Deus” em vez de Filho de Deus. Já existem dezenas
de versões bíblicas assim no mercado mundial. Algumas feministas ainda mais
radicais declararam que a Bíblia não é confiável e que as histórias das
mulheres de hoje precisam ser adicionadas ao cânon da Bíblia.
Reinterpretação
do Cristianismo
Como resultado desta nova
leitura da Bíblia, orientada contra todo elemento masculino e contra o
patriarcalismo, as feministas propuseram uma reforma radical no Cristianismo
tradicional. A ordenação de mulheres é apenas um pequeno aspecto deste projeto.
Na concepção delas, a verdadeira religião deve conter elementos que reflitam o
poder e a cooperação das mulheres, cuja principal característica é gerar a
vida. Assim, mui naturalmente, as feministas adotaram e “cristianizaram” os
antigos cultos pagãos da fertilidade, que celebram os ciclos da natureza, as estações
do ano, a fertilidade da terra, as colheitas e a geração da vida. Os cultos
seguem temas litúrgicos relacionados com as estações do ano. Este novo
Cristianismo feminino entende que a mulher é mais apta que o homem para
estabelecer e conduzir a religião, pois enquanto o homem, guerreiro, mata e
tira a vida, a mulher gera a vida. Aquela que conduz a vida dentro de si é mais
adequada para definir a religião e conduzir seus cultos.
Reinterpretação
de Deus
O passo mais ousado dado pelo
movimento feminista cristão radical foi a "reinvenção de Deus". Mais
de 800 feministas, gays e lésbicas do mundo inteiro reuniram-se nos Estados
Unidos em 1998 num Congresso chamado Reimaginando Deus. Os participantes
chegaram a conclusões tremendas: o verdadeiro deus de Israel era uma deusa
chamada Sofia, que os autores masculinos transformaram no deus masculino Javé,
homem de guerra. Jesus Cristo não era Deus, mas era a encarnação desta deusa
Sofia, que é a personificação da sabedoria feminina. Esta deusa pode ser
encontrada dentro de qualquer mulher e é identificada com o ego feminino. No Congresso celebraram uma
“Ceia”, onde o pão e o vinho foram substituídos por leite e mel, e conclamaram
as igrejas tradicionais a pedir perdão por terem se referido a Deus sempre no
masculino. Amaldiçoaram os que são contra o aborto e abençoaram os que defendem
os gays e as lésbicas.
Conclusão
A leitura das origens e
desenvolvimentos do movimento feminista, tanto o secular quanto o cristão,
deixa claro que a ordenação de mulheres ao ministério é apenas um item da
agenda muito mais ampla dos feministas radicais dentro da igreja cristã.
É claro que nem todos os que
defendem a ordenação de mulheres concordam com tudo que se contém na agenda do
movimento feminista cristão. É preciso deixar isto muito claro. Conheço
pessoalmente diversos irmãos preciosos que são a favor da ordenação de mulheres
ao pastorado, mas que repudiam as demais teses do movimento feminista radical. O
que estou descrevendo aqui é a postura dos radicais dentro do
feminismo evangélico.
Entretanto, não se pode deixar
de notar a semelhança notável entre muitos dos argumentos usados para defender
a ordenação feminina e aqueles empregados na defesa do homossexualismo nas
igrejas, das versões feministas da Bíblia e mesmo da reinvenção de Deus e do
Cristianismo.
[Este artigo é reprodução da
primeira parte de um Caderno sobre Ordenação Feminina que publiquei algum tempo
atrás, que por sua vez utilizou a pesquisa histórica da tese de mestrado do
Rev. Ludgero Morais sobre o tema.]
Para mais detalhes acerca do "Ministério Pastoral Feminino", veja o artigo do mesmo autor: Respostas a argumentos usados em favor da ordenação de mulheres
Autor:
Augustus Nicodemus
Via: O Tempora, O Mores