25 de julho de 2016

6 coisas que não são submissão da mulher ao marido


O que não é a submissão da mulher ao marido de acordo com 1 Pedro 3.1–6? Quando eu preguei nesta passagem há aproximadamente 20 anos atrás, as mulheres que congregam na minha igreja acharam que esta questão foi realmente útil para elas, porque nós trouxemos do texto pressuposições da nossa experiência. Você pode ouvir que a submissão significa seis ou sete coisas, e cinco destas coisas podem parecer horríveis para você, enquanto duas podem parecer boas.

Se você trouxer as suas ideias pré-concebidas para a Bíblia, você pode jogar o bebê fora quando joga a água da banheira fora e dizer: “Se é isto que submissão significa, então eu estou fora daqui”. E isso seria muito triste. Você pode estar certa, você pode estar errada; mas isto seria triste. Eu escrevi abaixo seis coisas que não são a submissão da mulher ao marido no casamento. E eu realmente quero que vocês leiam este texto.

Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor. Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível traje de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus. Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas ao seu próprio marido, como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma. (1 Pe 3.1–6 )

1. Submissão não é concordar com tudo

Submissão não é concordar com tudo – por exemplo  a fé cristã, porque o marido em 1 Pe 3.1–6 é um incrédulo.

Se nesta situação o marido disser: Você não pode ter esta religião. Nesta família nós adoramos ISIS (ou qualquer outra divindade)! E se a esposa disser: Sinto muito! É possível ser submissa e se recusar a pensar o que o seu marido diz que você deveria pensar. Este texto não faz sentido sem isto. Ela jurou fidelidade a Jesus. Jesus é agora o Senhor dela e o Rei dela. Ela é como uma estrangeira e uma exilada neste casamento. Este marido pertence a outro deus, e ela é chamada a viver com ele. Não se divorcie por problemas de religião. Se ele disser: Eu não quero que você seja cristã!, o que ela diz? Ela diz: Eu te amo. Eu quero ser submissa a você. Eu pretendo ser submissa a você. Mas nesta questão eu realmente não tenho escolha. Eu pertenço a Jesus. Ele pode mandá-la embora. Isso aconteceu em 1 Coríntios 7. O descrente se separará, o que seria uma grande tragédia.

Submissão não significa que você deve concordar com as opiniões do seu marido, mesmo em assuntos tão sérios e fundamentais como a fé cristã. Deus fez você com uma mente. Você tem que pensar. Você é uma pessoa, você não é apenas um corpo e também não é uma máquina. Você é um ser pensante que é capaz de processar se o Evangelho é verdadeiro. E se o Evangelho é verdadeiro, você acredita no Evangelho.

2. Submissão não significa deixar o seu cérebro no altar

Agora, talvez este é o mesmo ponto, mas é necessário dizer isto desta maneira também. Qualquer homem que diz: “Eu sou a cabeça pensante desta família”, está doente e tem um ponto de vista enfermo de sua autoridade. Eu lidei com um casal certa vez. A esposa disse que ela precisava pedir permissão ao marido para ir ao banheiro. E isto realmente acontecia. Eu apenas olhei para ele e disse:

Você não está bem. Você possui uma visão incrivelmente distorcida da autoridade masculina no lar. Você não compreende a Bíblia Sagrada. Você está tomando palavras como ‘autoridade’, ‘liderança’ ou ‘submissão’, e está se afastando da Bíblia e preenchendo estas palavras com o significado que você quer que elas tenham. Você não está tirando o seu entendimento destas palavras da Bíblia.

Submissão nunca significa deixar o cérebro no altar. Durante todo o casamento, o marido está pensando com um centro mental independente que tem pensamentos dignos de serem escutados. É o trabalho da união de uma só carne. Liderança não significa que você não escuta. Liderança nem ao menos significa ter sempre a última palavra. A boa liderança sempre diz: Você estava certa; eu estava errado.

Liderança é tomar a iniciativa. Às vezes eu digo: Quem diz vamos mais frequentemente na sua relação?

Vamos sair para comer.
Vamos tentar colocar as nossas finanças em ordem.
Vamos para a Igreja na hora certa no próximo domingo.

Quem diz isto mais frequentemente? Se é a esposa, você tem um problema, e o problema é com o cara. Se é o cara, ela provavelmente está feliz porque não quer ser aquela que diz “vamos” uma e outra vez. Esposas não querem dizer “vamos” na maioria das vezes. Em geral – eu sei que eu estou generalizando – liderança significa uma tendência em direção à iniciativa à qual a mulher prospera. Não é ditadura. Não é nem mesmo ter a última palavra.

Se você perguntar à minha esposa: “o que é que a submissão significa para os Pipers?”, uma coisa que ela diria é: Nós estabelecemos o princípio desde cedo que se nós não podemos concordar, Johnny vai tomar a decisão. Isto é muito básico. E isto quase nunca acontece. E uma das razões pela qual quase nunca acontece é que nós estamos juntos há muito tempo, e nós sabemos o que o outro pensa. Outra razão importante é que eu sempre me rendo à minha esposa Noel. Eu não preciso estar certo, ou ter o meu direito, ou ter a última palavra.

3. Submissão não significa que você não pode tentar influenciar o seu marido

Submissão não significa evitar o esforço para influenciar ou para mudar o marido. O grande ponto do texto é “Conquistá-lo”. Sua vida é dedicada a mudar este marido de um incrédulo em um crente. Você pode imaginar se alguém dissesse que submissão significa “parar de tentar mudar o marido”? Bem, eu entendo o que eles podem estar querendo dizer. Mas, se o seu marido está vivendo em pecado ou sua esposa está vivendo em pecado ou na incredulidade, você quer que eles mudem, e você não seria uma pessoa amorosa se não quisesse a melhora delas – se você parasse de querer a melhora delas. Isto pode parecer insubordinação para alguns; mas biblicamente, não é.

4. Submissão não é colocar a vontade do marido acima da vontade de Cristo

Submissão não é colocar a vontade do marido acima da vontade de Cristo. Cristo (e não o marido) é o Senhor dela agora, e por amor ao Senhor, ela vai se submeter ao marido, mas o marido não é o Senhor da esposa. Portanto, aonde quer que ela tenha que escolher entre os dois, ela escolhe Jesus. Se o seu marido disser: “Vamos nos envolver em uma falcatrua”!, ou “Vamos fazer sexo grupal!”, a escolha dela deve ser clara: Eu vou com Jesus nesta situação. Ela deve dizer isso não com uma atitude arrogante, mas sim, de modo submisso e cativante. Ele será capaz de discernir nela um desejo de que ele não faça isto para que ela pudesse se alegrar nele como o seu líder. Você sente isso? Eu não vou seguir a sua liderança nisto, e eu não estou seguindo você com um comportamento que diz a você que eu quero seguir a sua liderança, mas neste momento eu não posso – ao menos não desta maneira.  

5. Submissão não significa receber toda a força espiritual através do Marido

Submissão não significa receber toda a força espiritual através do marido. Ele não está lhe dando nenhuma força espiritual neste texto, e ela tem muita. A esperança dela está em Deus. Provavelmente ela está indo à igreja no Domingo de manhã antes que ele acorde, recebendo sua força em algum outro lugar, recebendo cosmovisão em algum outro lugar.

6. Submissão não significa viver ou agir sob medo

O temor a Deus desta esposa é intrépido.

Eu amo as Escrituras. Eu sou um complementarista. Eu acredito que o homem é chamado para um tipo único de liderança no casamento. Eu acredito que as mulheres são chamadas para um tipo único de submissão no casamento. E eu acredito que isto é uma coisa bonita – a maneira com a qual estes dois papéis se complementam e servem um ao outro. Se nós sondarmos a profundidade e continuarmos cavando as Escrituras, mesmo que elas tenham sido escritas em outro tempo, elas vão dar uma forma muito bonita ao casamento no dia de hoje.   

Portanto, à luz de tudo o que eu disse sobre o que não é a submissão, eu a definiria da seguinte maneira: Submissão é o chamado definido para a esposa honrar e sustentar a liderança do marido, e então ajudar a sustentar a liderança do marido de acordo com os seus dons.




Autor: John Piper
Fonte: desiringgod
Tradução: Thiago Mancini
Revisão: Leonardo Dâmaso