31 de julho de 2016

Os Dez Mandamentos (11/11)



Décimo Mandamento:

Êxodo 20.17 – Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.

30 de julho de 2016

O Pentecostalismo e seus Danos à Igreja de Deus


Os Três Perigos

Ao longo de sua história, a igreja cristã tem enfrentado três graves perigos: o paganismo, o papismo e o pentecostalismo.

O paganismo ameaçou a igreja logo nos primeiros anos de sua existência, especialmente por meio de um misto de religiões, filosofias e fábulas que mais tarde ficou conhecido como gnosticismo. Esse modelo exercia forte atração sobre os cristãos menos preparados porque, além de oferecer experiências místicas, como visões e coisas do tipo (Cl 2.18), também impunha aos seus seguidores normas de conduta que pareciam piedosas — regrinhas como "não pode isso", "não pode aquilo" (Cl 2.20-23). O maior atrativo do gnosticismo, porém, estava na alegação de que seus adeptos formavam uma elite espiritual detentora de um grau de espiritualidade e conhecimento (gnosis) que outras pessoas eram incapazes de ter.

O papismo, por sua vez, desenvolveu-se em decorrência de processos muito mais longos e complexos, iniciados já no século 2, e que culminaram no surgimento de uma espécie de príncipe eclesiástico com autoridade universal, supostamente dotado de infinitos poderes temporais e espirituais — uma espécie de deus, reconhecido, aliás, como infalível!

29 de julho de 2016

O arminianismo como uma criação do calvinismo


A Assembleia de Deus e as demais igrejas pentecostais não podem ser chamadas de "igrejas arminianas". Vejamos as razões para isso.
  
Introdução

O presente artigo tem a finalidade de mostrar que o movimento arminiano não sobrevive como força teológica no cristianismo não católico se não for a sua antítese, o movimento soteriológico calvinista, que difere do calvinismo confessional, que busca ver a si como igreja, à semelhança da Igreja Luterana.

1. Não existe uma Igreja Arminiana no mundo

Ainda que se argumente que a atual Fraternidade Remonstrante é a herdeira dos remonstrantes originais e de Armínio, facilmente se cairá em contradição. É fato que a atual Igreja Remonstrante é uma igreja liberal, que nega as verdades essenciais do cristianismo, inclusive sendo favorável ao casamento homossexual. Além disso, não existe uma igreja plenamente reconhecida pelas diversas federações, comunhões e alianças protestantes que visível e solidamente sustente uma ecclesia remonstrante, isto é, uma igreja remonstrante ortodoxa, com ethos próprio, distinto de todas as outras igrejas e que seja sistemática, tenha seminários, missionários, editoras e pastores espalhados pelo mundo. O que existe solidamente hoje, portanto, é apenas lembrança de um passado no qual esse grupo se fez valer dentro de uma certa uniformidade que já não existe (pelo menos, tal como era)!

Longas Eras ou Dias Literais?


Podemos agora tratar a questão da duração dos dias de Gênesis 1. Comecemos com a  seguinte pergunta: Haveria  necessidade de tentar  conciliar  as  longas  eras,  apresentadas  pela  cronologia evolucionista,  com  os  dias  de  Gênesis  apresentados  pela  cronologia bíblica? A resposta é não!

Interpretar os dias de Gênesis como longas eras nada mais é do que uma preferência pessoal e não uma questão de não aceitar a evidência científica. Alguns interpretam os dias de Gênesis 1 como sendo longos períodos de tempo, por achar que essa interpretação é compatível com o registro fóssil.

28 de julho de 2016

A Reprovação em 1 Pedro


Um solene contraste (2.6-8)

2.6 Pois isso está na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será, de modo algum, envergonhado. 7 Para vós outros, portanto, os que credes, é a preciosidade; mas, para os descrentes,
A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular
8 e:
Pedra de tropeço e rocha de ofensa.
São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos.  

Tendo em mente no versículo 3 o Salmo 34.8, Pedro, mais uma vez, recorre às Escrituras. Ele cita agora explicitamente mais três passagens do Antigo Testamento, que aludem à metáfora da pedra – Isaías 28.16, Salmo 118.22 e Isaías 8.14. A intenção do apóstolo é elencar um contraste entre crentes e descrentes, e mostrar que a posição de Jesus como a principal pedra angular da nova casa espiritual, que são os próprios crentes, foi preordenada por Deus. Esta mesma pedra, que é o objeto da fé dos crentes, é também a pedra de tropeço que submeterá os descrentes ao julgamento final e à condenação eterna (Mt 25.46). Senão vejamos:  
   

27 de julho de 2016

João 15.1-6 e a Segurança do Crente


Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.

Aqui lemos que Deus, como lavrador, amavelmente “limpa” (v.2), i.e., lava, purga e purifica os crentes de tudo o que não contribui para sua maturidade espiritual (“dar frutos”). Isto pode ocorrer de várias formas: disciplina, ensinamentos, provações, etc. O debate centra-se naquilo que Deus faz com as varas infrutíferas, e o que elas representam. Há geralmente três pontos de vista dessa passagem.

26 de julho de 2016

Um exame mais detalhado sobre curandeiros e curas


Embora os métodos e as atividades das pessoas que afirmam possuir o dom de cura não se harmonizem com a Bíblia, não podemos negar a ocorrência de certos fenômenos nos cultos. Pessoas “caem no Espírito”, outras saltam de cadeiras de rodas, afirmando terem sido curadas. Existe alguma explicação para isso?

Talvez você pense que existam muitas evidências para corroborar as alegações feitas pelos curandeiros. Mas não é assim. A maior parte das “evidências” citadas por eles como prova não pode ser comprovada. É uma conjectura ou uma opinião subjetiva.

25 de julho de 2016

6 coisas que não são submissão da mulher ao marido


O que não é a submissão da mulher ao marido de acordo com 1 Pedro 3.1–6? Quando eu preguei nesta passagem há aproximadamente 20 anos atrás, as mulheres que congregam na minha igreja acharam que esta questão foi realmente útil para elas, porque nós trouxemos do texto pressuposições da nossa experiência. Você pode ouvir que a submissão significa seis ou sete coisas, e cinco destas coisas podem parecer horríveis para você, enquanto duas podem parecer boas.

Se você trouxer as suas ideias pré-concebidas para a Bíblia, você pode jogar o bebê fora quando joga a água da banheira fora e dizer: “Se é isto que submissão significa, então eu estou fora daqui”. E isso seria muito triste. Você pode estar certa, você pode estar errada; mas isto seria triste. Eu escrevi abaixo seis coisas que não são a submissão da mulher ao marido no casamento. E eu realmente quero que vocês leiam este texto.

23 de julho de 2016

As Campanhas Neopentecostais


INTRODUÇÃO

As populares campanhas de vitória, prosperidade, libertação, curas e milagres, são formas de culto utilizadas por “igrejas” neopentecostais com duas finalidades principais: solucionar os problemas dos crentes e agregar mais crentes. Para obterem resultados expressivos, os pastores investem pesado em divulgação. As campanhas são anunciadas no rádio, TV, redes sociais e através de panfletos.

Estas campanhas de fé são realizadas uma vez na semana, nas quartas ou sextas-feiras, geralmente com duração de quatro ou sete semanas, podendo haver variações. Muitos neopentecostais costumam dizer quatro ou sete “elos”.

Para muitos não será novidade, especialmente para quem já foi pentecostal ou neopentecostal, mas hoje é um crente reformado. No entanto, para quem não conhece muito sobre as campanhas neopentecostais, também chamada por muitos de correntes, é imprescindível mencionarmos algumas. Então, vamos lá.

22 de julho de 2016

Um Cordão de Pérolas Soltas: O Batismo de Crentes (5/5)


OITAVA PÉROLA

O Argumento das Bênçãos Ampliadas

Uma das grandes pérolas que brilha tão resplandecente quanto as demais encontra-se em perguntas retóricas, tais como: Se às crianças da Antiga Aliança fora concedido o sinal do pacto, nesta época de bênçãos ampliadas e cumprimento, da Nova Aliança, devemos proibir o sinal do pacto aos filhos dos crentes? Será que os filhos da Nova Aliança são menos abençoados e privilegiados do que as crianças da Antiga Aliança? Tais questões são certamente legítimas e estão no centro da questão do pedobatismo.

O poder principal de tais questões como um argumento decorre do fato de que nenhum Cristão quer proibir preciosos bebês das bênçãos de Deus ou limitar a bondade de Deus na concessão de favor às crianças. Estes pensamentos atraem nosso coração e nos constrangem a dizer “sim” ao sinal da Aliança em nossos filhos. No entanto, a Palavra de Deus, e não nosso bem-intencionado sentimentalismo, deve determinar as respostas a tais perguntas como aquelas do parágrafo acima.

21 de julho de 2016

Análise da expressão "Desceu ao Hades"


8. Procedência e legitimidade da inserção da especificidade do artigo "Desceu ao Hades" no Credo

Além disso, não convém omitir sua descida às regiões infernais, cuja importância não é de pouco valor para a efetivação da redenção. Ora, se bem que dos escritos dos antigos, este artigo que se lê no Credo parece não ter sido particularmente usado outrora nas Igrejas; contudo, em se tratando da suma da doutrina, é preciso dar-lhe o lugar necessário, visto que ele contém mistério excelente e longe de desprezar-se de matéria da máxima relevância. Há, na verdade, também alguns dentre os antigos que não o omitem, donde é lícito conjeturar que, inserido após certo decurso de tempo, tornou-se costumeiro às igrejas não de imediato, mas gradualmente.

20 de julho de 2016

A Loucura do Evangelho ou as Loucuras dos Evangélicos?


O apóstolo Paulo escreveu aos coríntios que a palavra da cruz é loucura para a mente carnal e natural, para aqueles que estão perecendo (1Co 1:18, 21, 23; 2.14; 3.19). Ele mesmo foi chamado de louco por Festo quando lhe anunciava esta palavra (Atos 26.24). Pouco antes, ao passar por Atenas, havia sido motivo de escárnio dos filósofos epicureus e estóicos por lhes anunciar a cruz e a ressurreição (At 17:18-32). O Evangelho sempre parecerá loucura para o homem não regenerado. Todavia, não há de que nos envergonharmos se formos considerados loucos por anunciar a cruz e a ressurreição. Como Pedro escreveu, se formos sofrer, que seja por sermos cristãos e não como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outros (1Pedro 4.15-16).

19 de julho de 2016

A Batalha Final


Texto base: Ap 20.1-10 


O capítulo 20 de Apocalipse é um dos mais complexos e “polêmicos” de todo o livro. Não há unanimidade entre os estudiosos acerca da sua real interpretação. As três principais linhas de interpretação para o milênio descrito neste capítulo são o Amilenismo, o Pós-Milenismo e o Pré-Milenismo, que é dividido em duas linhas distintas de interpretação – o Historicista e o Dispensacionalista. Essas três linhas de interpretação serão vistas posteriormente. Nossa posição escatológica neste excerto é baseada no Amilenismo.


INTRODUÇÃO

Apocalipse 20 apresenta o cenário da presente era em que a igreja está inserida. Vemos os propósitos de Deus sendo executados na terra, os seus escolhidos no céu, o vívido relato do juízo final e a consumação.

Não obstante, o capítulo 19 mostra o final da história com a batalha final entre Cristo, Satanás [o anticristo e o falso profeta], seus asseclas e o dia do julgamento final (vs.19-21). O capítulo 20, por sua vez, não segue a ordem dos fatos, mas retorna ao princípio da atual “dispensação” em que estamos. 


18 de julho de 2016

7 coisas a se fazer depois de olhar pornografia


Muitos conselhos cristãos sobre o vício em pornografia são inúteis; isto quer dizer, não contribuem para o real progresso no arrependimento, para a cura, para a restauração e para a recuperação. E acima de tudo, estes conselhos falham miseravelmente em tentar resolver o problema que fundamenta o uso da pornografia.

Com frequência, conselhos cristãos sobre o vício da pornografia ou estão encabeçados nas nuvens da teologia e da referência bíblica, ou são apenas uma lista superficial de como proceder. Assim, os viciados em pornografia são nocauteados sob as areias da vida real de fracasso e de estrangulamento da esperança de liberdade.

Como o Evangelho é relevante para os viciados em pornografia que vivem falhando na tentativa de se libertar? 

17 de julho de 2016

Um Sistema de Governo Presbiteriano (2/2)


Um modelo de liderança

Em seu livro The Making of a Leader (A formação de um líder), Chua Wee Hian narra a seguinte experiência:

Em 1981, eu estava no Brasil, realizando uma série de seminários sobre liderança espiritual. Os participantes eram, em sua maioria, estudantes que ocupavam posições de liderança em sua igreja. Na primeira reunião, pedi-lhes que desenhassem um logotipo ou emblema para designar liderança. Eles apresentaram vários símbolos usando imagens como coroas, cetros, escudos, espadas, cabeça de leão e pergaminhos. Todos os desenhos tinham a ver com a pessoa de um rei. Fiquei impressionado com o sentido de autoridade evidente nas ilustrações deles. O desenho vencedor, sem dúvida alguma, ficaria muito bem numa camiseta. E muitos iriam querer adquiri-la.

Mas os estudantes não haviam consultado um dicionário de sinônimos, como eu consultara. (…) Procurei a palavra “líder”. E a lista era de impressionar: general, comandante, diretor, gerente, cabeça, oficial, capitão, senhor, chefe, governador, dirigente, executivo, patrão e crânio. Isso harmonizava-se perfeitamente com os logotipos produzidos pelos alunos.

Em seguida, examinamos os textos de Lc 22.24-27 e Jo 13.3-5 e 12-17. Após o estudo dessas passagens, os alunos tiveram de refazer seus logotipos. As novas versões traziam desenhos de toalhas, bacias ou figuras ajoelhadas servindo. Mas agora tínhamos um problema. Suponhamos que aqueles emblemas que falavam de serviço e humildade fossem impressos em camisetas. Quantas pessoas comprariam e usariam uma delas. Você usaria?”.33

16 de julho de 2016

A Triunidade Intelectual de Deus


A doutrina da Trindade é essencial para a fé cristã ortodoxa. O pensamento trinitariano impregna todo o Novo Testamento e é pressuposto nas doutrinas centrais da encarnação (Lucas 1:35), expiação (Hebreus 9:14), ressurreição (Romanos 8:11) e salvação (1 Pedro 1:2), bem como nas práticas do batismo com água (Mateus 28:19) e oração (Efésios 2:18). Consequentemente, não pode haver nenhuma dúvida que a falha em aceitar a Trindade conduzirá a erros fatais no restante da teologia de uma pessoa. Contudo, a Trindade é frequentemente vista como um conceito difícil, se não contraditório. A Trindade é incoerente? O presente artigo procura responder essa pergunta com um enfático “Não”.

A Doutrina da Trindade

Em essência, a doutrina da Trindade pode ser esboçada pelas seguintes proposições:

1. Há somente um Deus que é imutável e eternamente indivisível e simples (Deuteronômio 6:4; João 17:3; 1 Coríntios 8:6).

2. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são cada um plena e co-igualmente Deus (João 20:17; João 1:1; Atos 5:3-5).

3. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são distintos e não um e o mesmo (Marcos 1:10-11; João 15:26; Hebreus 9:14).

15 de julho de 2016

Como planejar uma série de pregações?


Um e-mail apareceu em minha caixa de entrada outro dia com uma pergunta extremamente relevante: “Sou totalmente novo no jogo da pregação semanal, e amaria ouvir como você planeja seus calendários anuais de sermões e a estrutura de cada livro que você ensina...”. Ele era um plantador de igrejas que agora está se tornando um pastor consciente. Aqui está um pouco do que eu disse a ele.

Lembre-se que o alvo de cada culto não é meramente pregar, mas entregar uma pregação pastoral. Isso significa que a Palavra de Deus não é meramente exposta, mas entregue a uma congregação específica num tempo específico. Algumas maneiras de descobrir a hora certa de uma série particular incluem:

14 de julho de 2016

Há diferença entre pecado heterossexual e homossexual?


Sou grato ao Sean Lucas por compartilhar, via Facebook, um excelente artigo de David Prince, “Will I Be Fully Accepted at Your Church as a Gay Man?” [Serei completamente aceito na sua igreja se eu for gay?”]. Ele respondeu dizendo que um homem gay certamente seria bem-vindo para adorar na igreja. Ele seria recebido no rol de membros da igreja, por meio de uma profissão de fé em Cristo que incluísse o desejo de se arrepender de seus pecados. Ele também precisaria entender que a igreja considera a homossexualidade uma versão do sexo fora do casamento, um pecado a ser perdoado e uma tentação a ser resistida.

Prosseguindo, Prince afirma o ponto central, uma resposta que aponta para a natureza da membresia para qualquer pecados. Um homem gay será recebido plenamente em sua igreja? Ele responde: “se você quer dizer que deseja uma igreja onde qualquer comportamento seu seja afirmado e aceito na membresia, então a resposta é ‘não’. Igrejas cristãs recebem homens e mulheres homossexuais assim como recebem qualquer outro tipo de homens e mulheres: por meio de uma profissão de fé em Jesus como Senhor e Salvador, incluindo uma disposição a se arrepender do pecado e viver de acordo com a Palavra de Deus.

13 de julho de 2016

A Tropa do Inferno


Texto base: Ap 9.1-12

INTRODUÇÃO

As trombetas de Deus ressaltam seus juízos sendo executados sobre os ímpios. As primeiras quatro trombetas atingiram a totalidade da natureza  a terra, o mar, os rios, o sol e a lua (8.7-13). Ao contrário das 4 primeiras trombetas, onde o próprio Deus, através dos anjos, executou diretamente os seus juízos, na quinta trombeta, entretanto, percebemos que Deus vai executar indiretamente o seu juízo por meio dos gafanhotos que estão presos no poço do abismo.

O esboço analítico desta perícope pode ser dividido em 5 seções:

1. João descreve a visão que teve de uma estrela caída. Depois de ver a estrela, ele revela a sua identidade (vs.1, 11) e, em seguida, enfatiza o poder que esta estrela possui (vs.1b, 3b-5). 
2. João vê gafanhotos saindo do poço de um abismo (vs.2-3a), e, adiante, também revela a identidade destes gafanhotos (vs.2-3a). 
3. João sublinha o caráter dos gafanhotos (vs.7-9). 
4. João denota a missão destes gafanhotos (vs.4-6,10). 
5. João mostra a situação dos ímpios e da igreja diante do juízo da quinta trombeta (vs.4b).

12 de julho de 2016

Predestinação e Livre-Arbítrio


A predestinação parece lançar uma sombra exatamente no coração da liberdade humana. Se Deus decidiu nossos destinos desde toda a eternidade, isso sugere fortemente que nossas livres escolhas não são senão charadas, exercícios vazios de atuação teatral predeterminada. É como se, na realidade, Deus tivesse escrito o roteiro para nós, e estivéssemos meramente encarregados do cenário.

Para lidarmos com a enigmática relação entre predestinação e livre-arbítrio, precisamos primeiro definir livre-arbítrio. Essa definição é, ela mesma, um assunto de grande debate. Provavelmente a definição mais comum seja a que diz que o livre­-arbítrio é a capacidade de fazer escolhas sem nenhum preconceito, inclinação ou disposição anteriores. Para o arbítrio ser livre, é preciso agir a partir de uma postura de neutralidade, sem absolutamente nenhuma tendência. 

Na superfície isto é muito atraente. Não há elementos de coerção, nem externos nem internos a serem encontrados aí. Embaixo da superfície, contudo, estão à espreita dois sérios problemas. Por um lado, se fazemos nossas escolhas estritamente a partir de uma postura natural, sem nenhuma inclinação anterior, então fazemos nossas escolhas sem nenhuma razão. Se não temos nenhuma razão para nossas escolhas, se nossas escolhas são totalmente espontâneas, então nossas escolhas não têm nenhum significado moral. Se uma escolha apenas acontece, apenas surge, sem nenhuma rima ou razão, então não pode ser julgada boa ou má. Quando Deus avalia nossas escolhas, Ele está interessado em nossos motivos.

11 de julho de 2016

Salmo 150: Dançando no Santuário?


Um dos textos do Antigo Testamento mais usados para defender as danças litúrgicas é o Salmo 150. Ele é lido como prova incontestável que havia danças como parte da liturgia dos cultos no Antigo Testamento realizados no templo de Deus em Jerusalém. Como consequência, dançar, ter grupos de coreografia e ministério de dança profética durante os cultos das igrejas evangélicas de hoje não somente é permitido, como também ordenado por Deus.

10 de julho de 2016

As Definições do Calvinismo


Calvinismo – Um Nome Sectário

O nome calvinista é usado em nossos dias primeiro como um nome sectário. Este não é o caso nos países Protestantes, mas nos Católicos romanos, especialmente na Hungria e na França. Na Hungria, as Igrejas Reformadas têm cerca de dois milhões e meio de membros, e tanto na imprensa romanista como na Judaica daquele país, os membros da Igreja Reformada são constantemente estigmatizados pelo nome não oficial de “calvinistas”, um nome pejorativo aplicado até mesmo àqueles que se despojaram de todos os traços de simpatia com a fé de seus pais.

O mesmo fenômeno se manifesta na França, especialmente na região Sul, onde “calvinista” [calviniste] é igualmente, e até mais enfaticamente, um estigma sectário, que não se refere à fé ou confissão da pessoa estigmatizada, mas simplesmente é colocado sobre todos os membros das Igrejas Reformadas, mesmo que ele tenha ideias ateístas. George Thiébaud, conhecido por sua propaganda antissemita, tem, ao mesmo tempo, revivido na França um espírito anticalvinista, e até mesmo no caso Dreyfus,7 “Judeus e calvinistas” foram acusados por ele como as duas forças antinacionais, prejudiciais ao “espírito gaulês”.

9 de julho de 2016

Um Cordão de Pérolas Soltas: O Batismo de Crentes (4/5)


A SEXTA PÉROLA

A Disjunção do Batismo de João e Jesus e o Batismo Cristão

Muitas vezes existe uma tentativa de diferenciar a intenção e sujeitos dos batismos de João e de Jesus e a intenção e assuntos do Batismo Cristão. Esta é uma diferenciação antibíblica e errônea.

É geralmente admitido pelos Batistas e Pedobatistas que, semelhantemente, João batizou somente sob a condição de arrependimento (Mateus 3:6; Marcos 1:4) para remissão dos pecados. Atos 19:4 também revela que João encaminhou os homens a Jesus. Também está claro que os discípulos de Jesus somente batizaram aqueles que anteriormente haviam se tornado discípulos (João 4:1). Não há nenhuma menção, nem evidências para o batismo infantil dos filhos daqueles que eram feitos discípulos, nem nos batismos de João ou de Jesus. Qual, então, é a relação entre o batismo de João e de Jesus e o batismo Cristão? E o que esta relação tem a nos dizer sobre o pedobatismo?

8 de julho de 2016

Evite discussões tolas e ignorantes


Agora precisamos manter isso na perspectiva correta. Não estou sugerindo que toda divergência seja motivo para uma discussão aberta, nem mesmo para palavras ásperas. Longe disso. Muitas diferenças de opinião são tão insignificantes que de nada adiantaria procurar briga por causa delas. Conflitos meramente pessoais, debates sobre coisas misteriosas ou vagas e discussões semânticas normalmente entram nessa categoria (2 Timóteo 2:14,23; 1 Coríntios 1:10). Nem todas as questões sobre as quais poderíamos ter opiniões firmes e discordar são de suma importância.

A pessoa na sua totalidade (1/2)


Um dos aspectos mais importantes do conceito cristão do homem é o de que devemos vê-lo em sua unidade, como uma pessoa integral. Imagina-se os seres humanos, muitas vezes, como se fossem constituídos de "partes" distintas ou, algumas vezes, até mesmo, separadas, as quais são, então, abstraídas do todo. Assim, em círculos cristãos, tem se imaginado o homem como consistindo ou de "corpo" e "alma" ou de "corpo", "alma" e "espírito". Tanto cientistas seculares como teólogos cristãos, contudo, estão cada vez mais reconhecendo que esse entendimento dos seres humanos está errado, e que o homem deve ser visto como uma unidade. Uma vez que nossa preocupação é com a doutrina cristã do homem, revisamos agora o ensino bíblico sobre os seres humanos, para ver se de fato é assim.

7 de julho de 2016

Tipologia: O "calcanhar de aquiles" dos teólogos


Introdução

Neste artigo, pretendo demonstrar qual a natureza e a importância da tipologia dentro da hermenêutica bíblica, e com base nessa definição, explanar brevemente como o dispensacionalismo e a teologia da aliança a usam, evidenciando que é exatamente nessa área onde ambas as escolas erram.

O debate entre o dispensacionalismo e a teologia da aliança é um dos mais acalorados e difíceis. O dispensacionalismo, como um movimento, teve inicio no século 19 na Inglaterra. Originalmente era associado a nomes como John Darby (1805-1882), Benjamin Newton (1807-1899) e George Muller (1805-1898); e na América do Norte, a nomes como D. L. Moody (1837-1899), J. R. Graves (1820-1893) e C. I. Scofield (1843-1921). A Teologia Sistemática mais extensa dentro do ponto de vista dispensacional são os 8 volumes de Lewis Sperry Chafer.

Dentro do movimento, podemos distinguir entre o dispensacionalismo clássico, modificado e progressivo. Este último tem muitas similaridades com a teologia da aliança, e foi um desenvolvimento para melhor (dentro do dispensacionalismo), e qualquer sistema que deseja corrigir-se pelas Escrituras merece nossa apreciação. No coração do dispensacionalismo está a distinção entre Israel e a igreja, essa é a sine qua non dessa visão.

6 de julho de 2016

O que significa o Batismo com Fogo?


O evento ocorrido em Mateus 3.1-12 também é relatado em Marcos 1.8 [onde é omitido o batismo com fogo] e Lucas 3.16. É entendido, na maioria das vezes, como se o batismo com fogo, no qual João menciona que Jesus batizaria juntamente com o batismo com o Espírito Santo, seja um batismo de “purificação ou revestimento de poder espiritual” (Mt 3.11). 

Segundo esse entendimento, que geralmente pentecostais e neopentecostais compartilham, além de alguns estudiosos reformados, o batismo com fogo capacita o crente com “unção ou poder”, para que este possa obter uma vida espiritual mais profunda com Deus em oração, a pregar o evangelho com mais eficácia, curar os enfermos, realizar milagres, exorcismos e triunfar sobre os demônios. Essa é uma das interpretações mais populares do batismo de fogo no cenário evangélico hodierno. Porém, existem outras duas interpretações. Senão vejamos:

1. Alguns acreditam que o “fogo” é um sinal do juízo de Deus sobre os incrédulos, que se dará por ocasião da segunda vinda de Cristo.

2. Outros entendem o “fogo” como purificação ou revestimento de poder espiritual, e que tem relação com o Pentecostes, conforme já vimos.

3. E ainda há aqueles que adotam uma posição intermediária, unindo as duas interpretações anteriores. Sugerem que, por Batismo com o Espírito Santo e com fogo, João Batista estava se referindo ao novo nascimento e, ao mesmo tempo, a purificação e condenação.  


5 de julho de 2016

Disciplina na Igreja


Restaurando os que caem: Nossa Declaração com Respeito à Disciplina na Igreja

A disciplina na igreja é um dos principais meios que Deus usa para corrigir e restaurar seus filhos, quando caem em pecado. É também um modo pelo qual Ele mantém a unidade, pureza, integridade e boa reputação da igreja. Através de instrução, admoestação, conselho e repreensão, tanto em público como em particular, e, em alguns casos, até por meio de exclusão social ou remoção do rol de membros, Deus corrige seus filhos desobedientes ou, então, remove da igreja aqueles que não são realmente seus. O próprio Senhor Jesus declarou ser a igreja o instrumento que o céu emprega para executar essa difícil, porém necessária função (Mt 18.18-20).

O propósito desta declaração é definir, em termos gerais, cinco classes de comportamento pecaminoso que podem tornar a disciplina eclesiástica necessária e explicar como a Bíblia nos instrui a lidar com cada uma delas. Todavia, não devemos presumir que toda situação se encaixará facilmente em uma única categoria. Frequentemente, questões que requerem o uso da disciplina são uma mistura de combinações ou variações dessas classes gerais, o que dificulta determinar o procedimento correto para cada caso. Portanto, a igreja deve ministrar a disciplina com oração, com a aplicação diligente das Escrituras e na dependência do Espírito de Deus.

4 de julho de 2016

O feminismo Cristão: Como tudo começou


Estudar a história do surgimento do movimento feminista é de grande ajuda para nós. Geralmente, uma perspectiva global e ampla do assunto em pauta nos ajuda a entender melhor determinados aspectos do mesmo. No caso do movimento feminista, a sua história nos revelará que a ordenação de mulheres ao ministério, em alguns setores do movimento, é apenas um item de uma agenda muito mais ampla defendido por um setor bastante ativista do feminismo nas igrejas cristãs.

Origens do Movimento Feminista Fora da Igreja

Examinemos primeiramente o movimento feminista fora da igreja, focalizando suas principais protagonistas.

Século 18: A Vindicação dos Direitos da Mulher

Os Dez Mandamentos (10/11)



Nono Mandamento:

Êxodo 20.16 – Não darás falso testemunho contra o teu próximo.

2 de julho de 2016

Os Erros do Dispensacionalismo


O dispensacionalismo – uma vez conhecido como Darbyismo, devido a John Nelson Darby (1800-1882), o fundador [ou o maior divulgador, ênfase do R21] tanto do dispensacionalismo como dos Irmãos [ou Irmãos de Plymouth] – é o mais sério dos erros com respeito ao milênio. Ele não é apenas certo ensino sobre o milênio e o futuro, mas é também um sistema teológico errôneo.

O nome dispensacionalismo vem do fato que a teoria divide a história em diferentes “dispensações”, em cada uma das quais Deus tem uma relação pactual diferente com os homens, que termina com a falha deles em cumprir os requerimentos de Deus. Estamos agora, de acordo com o dispensacionalismo clássico de Darby, na “era da igreja”, ou dispensação da graça, com somente mais uma dispensação porvir, a saber, a dispensação do reino.

1 de julho de 2016

O Quarto Mandamento


O dia de descanso foi instituído por Deus e não pelo homem. O mandamento tem grande importância na Palavra de Deus. Bênçãos ocorreram, por sua guarda, e castigos severos, por sua quebra. Isso deveria provocar a nossa reflexão sobre a aplicação dos princípios bíblicos relacionados com o quarto mandamento nos dias atuais, discernindo, em paralelo, a mudança para o domingo, na era cristã. O povo de Deus sempre foi muito rebelde e desobediente com relação a essa determinação, e necessita convencimento da importância do mandamento, bem como entendimento da visão neotestamentária, para a consequente modificação do seu comportamento atual.

O quarto mandamento fala de um dia de descanso e de adoração ao Senhor. Deus julgou essa questão tão importante que a inseriu em sua lei moral. O descanso requerido por Deus é uma prévia da redenção que ele assegurou para o seu povo (Dt 5.12-15). Os israelitas foram levados em cativeiro (Jr 17.19-27) por haver repetidamente desrespeitado este mandamento.