Texto base: Provérbios 18.21
O livro de Provérbios retrata
em forma de comparações a vida cotidiana com suas verdades mais profundas. Os
provérbios são diretrizes práticas, isto é, princípios básicos de Deus para que
o homem os observe. Em outras palavras, são ditos
práticos criados para levar os homens a refletirem sobre o temor de Deus e
viver a vida estabelecida pelo padrão da sabedoria divina.
INTRODUÇÃO
A palavra provérbio significa “ser como”. Basicamente, um provérbio é uma
sentença em poucas palavras que expressa grandes verdades. Os provérbios são ilustrações
morais simples que ressaltam e ensinam a realidade da vida.
Não obstante, existem duas
características bem comuns no livro de Provérbios: o emprego da linguagem
figurada e o uso extensivo de paralelismos. Os assuntos incutidos neste livro não
costumam seguir uma ordem sequencial em seções como é usualmente no Novo
Testamento. Por vezes, um mesmo assunto não é tratado apenas em um capítulo ou
trecho, mas em outros capítulos e em diversos trechos. Por isso, cinco cuidados
devem ser tomados ao interpretar o livro de Provérbios:
1) Traçar o paralelismo, ou
seja, encontrar o assunto tratado em outros capítulos do livro;
2) Identificar as figuras de
linguagem e parafrasear o pensamento contido sem as figuras para que haja o
entendimento correto;
3) Resumir a lição transmitida
pelo provérbio em poucas palavras;
4) Descrever a orientação
ensinada;
5) Encontrar outros exemplos do provérbio a
lume em outras partes da Escritura;
De forma breve, vejamos, pois, algumas informações necessárias sobre o livro de Provérbios que devem ser ressaltadas.
1. O autor do livro de Provérbios
O título de Provérbios na
bíblia hebraica e na septuaginta [versão grega do Antigo Testamento] é Provérbios de Salomão. Essa expressão
não afirma absolutamente a autoria, mas define especificamente o título do
livro.
Salomão foi um dos reis de
Israel. Ele sucedeu o seu pai Davi no trono, após sua morte. Salomão governou
Israel de 971 a 931 a.C.. É mencionado na Escritura que ele recebeu grande
sabedoria de Deus (veja 1Rs 4.29-34), sendo o homem mais sábio que já existiu
em toda a história.
Uma vez que Salomão é
indubitavelmente o autor da seção didática que abrange os capítulos 1–22.16, por
outro lado é bem provável que ele seja apenas o compilador das orientações dos sábios, que abarca os capítulos 22.17–24.34,
que pertencem a uma data incerta anterior ao reinado de Salomão.
A compilação dos capítulos
25–29 foi escrita por Salomão (25.1), porém copiada e incluída mais tarde pelos
homens de Ezequias, o rei de Judá (715-686 a.C.). Os provérbios de Salomão
foram escritos antes de ele se afastar de Deus (1Rs 11.1-11), e reunidos em sua
forma final na época do rei Ezequias ou pouco depois, os quais foram
preservados pelo ensinamento oral.
2. A data em que o livro de Provérbios foi escrito
A maior parte do livro de
provérbios reporta ao século 10 a.C., no período da monarquia em Israel. A paz e a prosperidade que
caracterizaram o período eram bem adequadas para o desenvolvimento da sabedoria
reflexiva e para a produção de obras literárias. De acordo com vários
estudiosos, os ditados dos sábios, em 22.17–24.22, têm semelhanças com as 30
seções da Sabedoria de Amenemope,
obra sapiencial egípcia mais ou menos da mesma época de Salomão.
De igual forma, a
personificação da sabedoria, tão realçada nos capítulos 1–9, pode ser comparada
com a personificação de ideias abstratas contidas na literatura da Mesopotânia
e do Egito, no segundo milênio a.C.. Tais obras eram bastante conhecidas pelo
povo de Israel. Assim, várias seções de provérbios foram compiladas e editadas
entre 715 e 686 a.C.
3. O público do livro de Provérbios
Conforme é dito no prólogo
1.1-5, o livro de Provérbios não foi escrito e designado somente aos simples,
aos jovens da corte do rei e aos sábios; antes, foi
endereçado a todos os crentes de todas as épocas.
4. O propósito do livro de Provérbios
A razão do livro de Provérbios
é ensinar a prudência aos simples, transmitir conhecimento e bom senso aos
jovens inexperientes e aperfeiçoar o conhecimento dos sábios. Tudo isso através
de inúmeras orientações positivas e negativas que devem ser praticadas no dia a
dia (veja, como exemplo, 1.8,10; 2.1; 3.1,5; 4.1; 5.1).
5. O tema do livro de Provérbios
Vários temas importantes são
destacados em Provérbios. Estes temas são apresentados aleatoriamente e
tratados em diferentes tópicos. Assim, vemos no livro de Provérbios assuntos
que envolvem:
5.1 O nosso relacionamento com Deus, o qual é caracterizado pela nossa
confiança (22.19); pela nossa humildade (3.34); pelo temor a Deus (1.7); pelo nosso
pecado pessoal (28.13); pelas provações que passamos (17.3), etc...
5.2 O nosso relacionamento individual, o qual é marcado pelo nosso
caráter (20.11); por nossas palavras (18.21); pelo nosso autocontrole (6.9-11);
pelo nosso orgulho (27.1); pela nossa ira (29.11); pela nossa preguiça (13.4),
etc...
5.3 O nosso relacionamento com os outros, o qual é demonstrado pelas
nossas amizades (17.17); pelos nossos inimigos (16.7); pela nossa honestidade
(23.23); como pai que somos (20.7; 31.2-9); como mãe que as mulheres são
(31.10-31); como filho que somos (3.1-3); na educação de nossos filhos (4.1-4);
na disciplina deles (22.16), etc...
6. O reflexo do livro de Provérbios no Novo Testamento
Há evidências de que o Senhor
Jesus, Pedro e Paulo fizeram alusões e extraíram citações de Provérbios para
seus ensinos práticos.
6.1 A influência do livro de Provérbios nos ensinos de Jesus
As palavras de Jesus
censurando os fariseus e escribas que desejavam por vaidade os primeiros
lugares nos banquetes e nas sinagogas, em Mateus 23.6-7 e Lucas 20.46-47, estão
intimamente relacionadas com Provérbios 25-6-7.
A parábola do rico insensato,
descrita em Lucas 12.15-20, está retratada em Provérbios 27.1. A parábola dos
dois construtores, em Mateus 7.24-27, é baseada em Provérbios 14.11. É
importante frisar que toda a sabedoria contida no livro de Provérbios está
personificada e escondida no Senhor Jesus (1Co 1.30; Cl 2.3); ou seja, Jesus é
a própria sabedoria divina!
6.2 A influência do livro de Provérbios nas cartas de Pedro
Ao que parece, Pedro foi o
escritor do Novo Testamento que mais fez alusões ao livro de Provérbios em suas
cartas. Podemos notar isso comparando 1 Pedro 2.17 com Provérbios 24.21; 1
Pedro 3.13 com Provérbios 16.17; 1 Pedro 4.8 com Provérbios 10.12; 2 Pedro 2.22
com Provérbios 26.11.
6.3 A influência do livro de Provérbios nas cartas de Paulo
Paulo também fez uso de
Provérbios, citando o capítulo 25.21-22 em sua carta aos Romanos 12.20 e Provérbios 8 em 1 Coríntios 1.24.
EXPLANAÇÃO
1. As palavras são um dom inefável de Deus
Além de ser um meio de
comunicação, as palavras são, sobretudo, um dom de Deus. A linguagem não é um
produto da cultura, onde as pessoas a adquirem da mesma forma que distinguem as
demais coisas no mundo, como entender a política, o método de se administrar
uma empresa, como é feita a pintura de um carro, dentre outras coisas. Pelo contrário, as palavras ou a
capacidade da fala é uma parte distinta da constituição biológica do cérebro,
criada por Deus para os homens e mulheres fazerem uso de modo apropriado.
Portanto, as figuras aplicadas às palavras no livro de Provérbios demonstram o
valor deste dom divino que não apenas deixamos de utilizá-lo de forma adequada,
como também desperdiçamos e abusamos dele constantemente.
2. O poder das palavras
Aquilo que dizemos às pessoas
ao nosso redor pode causar efeitos positivos e negativos. O conteúdo de nossas
palavras pode fazer bem ou mal aqueles que nos ouvem. Acerca disso, Provérbios
18.21 ressalta: A morte e a vida estão no
poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.
Segundo
os pentecostais e neopentecostais, que são adeptos da confissão positiva
triunfalista ou do ato de profetizar e determinar bênçãos, esse texto faz
alusão ao poder que existe na palavra, na declaração verbal. Se alguém profere
palavras negativas para si mesmo e para os outros, ambos irão obter efeitos
negativos na vida.
Da
mesma forma, se alguém profere palavras positivas para si mesmo e para os
outros, ambos irão obter efeitos positivos na vida. Contudo, essa não é a
interpretação apropriada. Este segundo provérbio do trecho maior (18.12-21)
que, além de fazer par com o primeiro (18.20), o complementa. Os dois
provérbios ensinam a cautela no falar e os efeitos saudáveis e prejudiciais de
cada palavra proferida. O discurso benéfico produz resultados que favorecem
quem fala; o discurso nocivo produz resultados que prejudicam quem fala.
Nessa
mesma linha de pensamento, Antônio Pereira da Costa Junior escreve:
Este
versículo explica que devemos ter o cuidado de que nossas palavras não venham a
nos trazer situações embaraçosas. Temos que saber como dizer as coisas, pois
certamente colheremos situações que são causadas por nós mesmos. No entanto,
este versículo não dá margem para dizer que são as palavras em si que nos dá o
controle das circunstâncias da nossa vida. São situações específicas e não o
destino do ser humano que é traçado pela verbalização dos nossos desejos
interiores.
Senão vejamos dois conceitos
de vital importância acerca do poder que as palavras possuem no livro de
Provérbios.
1. As palavras têm o poder de expressar o mal
1.1 As más palavras divulgam a mentira
A mentira é a transgressão do
nono mandamento, descrito em Êxodo 20.16. Provérbios 12.22 declara: Os lábios mentirosos são abomináveis ao
Senhor. Mas o que agem fielmente são o seu prazer. De modo mais claro – O Senhor Deus detesta os mentirosos, porém
ama os que dizem a verdade. (NTLH)
Salomão, aqui, censura à
mentira. Quando não se pode mais confiar nas palavras por causa da mentira, a
sociedade se desintegra. Os contratos são inúteis, as promessas são vazias, o
sistema judiciário torna-se uma farsa e todos os relacionamentos pessoais são
suspeitos (Ef 4.25); assim, fica mais difícil confiar nas pessoas, inclusive
na igreja, pois a confiança é abalada pela mentira.
1.2 As más palavras são promotoras de fofocas
Em Levítico 19.16, Deus ordena
ao seu povo para que não ande com mexeriqueiros, isto é, pessoas maledicentes. Popularmente,
o termo mexeriqueiro significa fofoqueiro. É uma tradução da palavra
hebraica que denota andar por toda parte,
provavelmente derivada de uma palavra que traz a ideia de um comerciante. O mexeriqueiro refere-se a
alguém que divulga escândalos, que profere palavras com a deliberada intenção
de ferir, magoar e destruir pessoas, mas não apenas como quem fala precipitadamente,
sem pensar. Logo, não é bom que tenhamos laços de amizade com pessoas ardilosas
(Pv 20.19).
Todavia, o maledicente ou
fofoqueiro é uma pessoa maliciosa que anda propagando intrigas. Provérbios
11.13 diz: O mexeriqueiro descobre o
segredo, mas o fiel de espírito o encobre. O fofoqueiro é alguém que fala
demais! Por isso, ele acaba descobrindo segredos alheios. Pessoas ingênuas
costumam confiar demais nas pessoas. Não é bom confiar em uma pessoa sem que
ela tenha demonstrado que seja alguém de confiança. A pessoa discreta evita
revelar seus segredos e planos para qualquer um. Portanto, devemos ter cuidado
com os fofoqueiros, pois são pessoas que podem fazer grandes estragos com suas
intrigas.
1.3 As más palavras despertam a ira
Provérbios 29.22 – O iracundo levanta contendas, e o furioso
multiplica as transgressões. Ou seja, o
homem irado provoca brigas, e o de gênio violento comete muitos pecados. (NBV)
Ao invés de tentar resolver de
maneira pacífica uma situação prestes a gerar uma briga, a pessoa colérica,
irada, “coloca lenha na fogueira” para que a briga aconteça, quer seja verbal
ou corporal (Pv 26.21; 29.22; 15.1). Muitas pessoas têm o coração eivado pela
raiva, mas exteriormente finge estar em paz com as pessoas ao redor, encobrindo
sua raiva com palavras hipócritas (Pv 26.23).
Se interiormente estamos com
raiva de alguém, todas as nossas manifestações e declarações copiosas de amizade
e amor não passam de um “verniz fino sobre barro comum”. Em outras palavras,
estamos encobrindo o que há de mais pútrido dentro de nós com o veludo mais
fino (tecido de seda, algodão ou lã macio).
1.4 As más palavras destroem vidas
Se as palavras são usadas de forma
negativa, a consequência será negativa. Quando não são usadas adequadamente
para a glória de Deus, as palavras podem arruinar vidas ao nosso redor.
Tiago, no capítulo 3.5-12,
apresenta algumas analogias para descrever a natureza da língua. Primeiro, ele
utiliza a analogia do fogo para enfatizar o poder destrutivo da língua
(vs.5-8); segundo, ele compara a língua como um veneno de uma cobra peçonhenta
que pode “matar” quem for atacado por ela (vs.8). No trecho composto pelos
versículos 9-12, Tiago mostra a incongruência no uso da língua através de três
ilustrações da natureza (um rio de água doce, árvores e o mar).
A pessoa que utiliza as
palavras de forma indevida amaldiçoando ou praguejando o seu próximo peca
contra Deus infringindo os preceitos das Escrituras. Apesar de ser um órgão
pequeno, a língua tem o poder de controlar toda a vida da pessoa e influenciar
todas as esferas da vida (Pv 11.9a).
2. As palavras têm o poder de
expressar o bem
2.1 As boas palavras promovem a paz
Provérbios 15.1a salienta que a resposta branda desvia o furor. Em
outras palavras, a resposta delicada
acalma o furor, mas a resposta dura aumenta a raiva. (NTLH)
O versículo 1 dá prosseguimento
ao que foi dito anteriormente, no capítulo 14.35. Salomão instrui o servo a
afastar a ira do rei através de uma resposta flexível, e adverte o rei a não
empregar palavras pungentes, permeadas de agressividade contra a incompetência
do servo negligente, para que a ira que provoca infortúnios seja evitada. A
resposta suave não distorce a verdade (vs.2), antes, embeleza a verdade ainda
mais. A resposta dura, por sua vez, tende a divulgar a impolidez (grosseria) ao
invés do conhecimento (vs.2).
2.2 As boas palavras propagam a sabedoria de Deus
Provérbios 15.7 – A língua dos sábios derrama o conhecimento, mas o coração dos
insensatos não procede assim.
Provérbios 16.21 – O sábio de coração é chamado prudente, e a doçura no falar aumenta o
saber.
Apesar
de haver muitas coisas boas e proveitosas para aprender na vida, a mais importante
de todas é a sabedoria de Deus, encontrada em sua Palavra (Pv 8.6-8). O
principio da sabedoria é: Adquire a
sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o entendimento (Pv 4.7). Depois
de adquirirmos sabedoria, devemos compartilha-la com outros, pois – Nos lábios do prudente, se acha sabedoria (Pv
10.13). Quer sejam pais ensinando seus filhos (Dt 6.1-13), mulheres mais velhas
ensinando as mais jovens (Tt 2.3-5), ou os mestres da igreja ensinando os
cristãos e a próxima geração que irá substituí-los (2Tm 2.2), a instrução
correta é primordial (Pv 10.31a; 15.7a; 16.21).
Warren Wiersbe acentua com
propriedade que varias pessoas que
se dizem cristas são espiritualmente
analfabetas quando se trata dos fundamentos da vida crista. Precisamos
encarecidamente de homens que obedeçam a 2 Timóteo 2.2 e de mulheres que obedeçam
a Tito 2.3-5; do contrario, teremos uma igreja ignorante.
2.3 As boas palavras colaboram para a restauração daqueles que pecaram
Provérbios
25.12 afirma: Como pendentes e joias de
ouro puro, assim e o sábio repreensor para o ouvido atento.
Não
é uma tarefa fácil exortar negativamente alguém que está equivocado. Devemos admoestar
tal pessoa com mansidão e amor (Cl 6.1), e não com aspereza. Adular os que estão
sendo negligentes com suas responsabilidades na igreja e os que estão desobedecendo
a Palavra de Deus vivendo na prática deliberada do pecado corrobora ainda mais
o pecado e ainda nos torna cúmplices dos transgressores.
Provérbios
28.23 assevera: O que repreende ao homem
achara, depois, mais favor do que aquele que lisonjeia com a língua. Conforme
traduziu a NVB: Quem repreende o próximo
acabará ganhando um amigo, mas quem faz elogios mentirosos será desprezado.
Em
Mateus 18.15-20, Jesus explica o procedimento para ajudar a restaurar um irmão
ou irmã que pecou. Primeiro, devemos ter uma conversa confidencial com o
transgressor, confiando que Deus pode mudar o seu coração. Se isso falhar, devemos
tentar novamente, porém acompanhados de duas ou três testemunhas.
Caso
isso também falhe, aquilo que era confidencial deve se tornar publico, e a
igreja deve ser informada acerca da situação. Se o transgressor se recusar a ser
admoestado pela igreja, deve ser excluído como se não fosse cristão. É importante
que, ao longo deste processo, devemos estar em oração, buscando o auxilio de
Deus para nós e também para aqueles que estão tentando ajudar alguém a ser
restaurado.
Provérbios
10.17 ratifica: O caminho para a vida é
de quem guarda o ensino, mas o que abandona a repreensão anda errado.
2.4 As boas palavras ditas no momento oportuno podem solucionar inúmeros
problemas
Quando proferimos palavras de
consolo e ânimo no momento apropriado para quem está sofrendo, tais palavras
produzem força e motivação para o fraco, abatido e desanimado.
Provérbios 12.25 – A ansiedade no
coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra.
Provérbios 25.11 – Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim
é a palavra dita a seu tempo.
Contudo, se dissermos aquilo
que não deveria ser dito, por não ser o momento apropriado para tais palavras,
serão apenas meras palavras de quem fala demais e não tem discernimento de
quando deve falar.
Provérbios
15.23 – O homem se alegra em dar resposta
adequada, e a palavra, a seu tempo, quão boa é!
CONCLUSÃO
Visto sobre o poder que as
palavras possuem – que elas podem expressar bondade e maldade – causar
edificação e perturbação, como saber utilizar as palavras? Como fazemos o bom
uso das palavras? Vejamos, pois:
1) Pense antes de falar
Analise primeiro o conteúdo de
suas palavras antes de proferi-las. Não é bom falar tudo o que vem à mente.
Fazendo isso, poderemos evitar muitos erros e infortúnios a nós mesmos e ao
nosso próximo.
Provérbios 15.28 – O coração do justo medita o que há de
responder, mas a boca dos perversos transborda maldade.
2) Evite o excesso de palavras
O tagarela afasta as pessoas
ao seu redor. Geralmente as pessoas não gostam de relacionar-se socialmente com
pessoas que falam demasiadamente. Não é bom falarmos excessivamente. Devemos
ser moderados no falar. Quanto menos falamos, menos o risco de pecar com as
palavras. Há tempo de estar calado e tempo de falar (Ec 3.7), e os
sábios percebem quando devem ficar quietos (Pv 17.28).
Provérbios 10.19 – No muito falar não falta transgressão, mas o
que modera os lábios é prudente.
Provérbios 13.3 – O que guarda a boca conserva a sua alma, mas
o que muito abre os lábios a si mesmo se arruína.
Salmo
141.3 – Põe guarda, Senhor, a minha boca;
vigia a porta dos meus lábios.
3) Evite as palavras impetuosas
As
palavras precipitadas não apenas fazem mal aos outros, mas também podem prejudicar
àqueles que as proferem.
Provérbios
12.18 – Alguém há cuja
tagarelice é como pontas de espada, mas a língua dos sábios é medicina.
Provérbios
29.20 – Tens visto um homem
precipitado nas suas palavras? Maior esperança ha para o insensato do que para
ele.
4) Fale com honestidade
Devemos
falar palavras que promovam o que realmente somos por dentro. Jesus, censurando
a hipocrisia dos líderes religiosos no falar coisas más, disse em Mateus 12.34
que a boca fala do que o coração está
cheio. Assim como os líderes religiosos da época de Jesus, podemos falar
algo de nós mesmos, o que somos e fazemos externamente, mas que interiormente
não somos nada do que falamos.
Através da sabedoria das
Escrituras, saberemos utilizar as palavras certas; saberemos o momento propício
de falarmos para a glória de Deus e para a promoção da bondade e edificação dos
nossos irmãos na fé e das pessoas em geral.
Autor:
Leonardo Dâmaso
Divulgação:
Reformados 21