5. Ao insistir que Deus ainda está concedendo novas revelações para os
cristãos atuais, o movimento continuacionista nega tacitamente a doutrina Sola
Scriptura.
Aqui todo o movimento é mais
concisamente definido. Ele é, em sua essência, um desvio da autoridade das
Escrituras.
Obviamente, nenhum
continuacionista conservador negaria absolutamente o cânon fechado. Nem negaria
a autoridade ou a suficiência das Escrituras. Na verdade, meus amigos
continuacionistas estão entre alguns dos mais francos defensores da
infalibilidade bíblica, e sou grato pelo compromisso deles com a primazia das
Escrituras e a afirmação de que só as Escrituras são o nosso guia oficial para
a vida e a doutrina.
Ainda assim, na realidade, o continuacionista realmente vê os padrões sobre a suficiência única das Escrituras em níveis menos práticos, porque ensina os cristãos a buscarem revelações adicionais de Deus fora da Bíblia. Como resultado, as pessoas estão condicionadas a esperar as impressões e as palavras de Deus para além do que está registrado nas páginas das Escrituras. Usando termos como profecia, revelação, ou uma palavra da parte do Senhor, a posição continuacionista tem um potencial real para prejudicar as pessoas, ligando as sua consciências a uma mensagem incorreta ou manipulado-as para tomarem decisões insensatas (porque elas acham que Deus as está direcionando a agir assim). Embora os continuacionistas insistam que a profecia congregacional não está autorizada (pelo menos, não no nível corporativo), não é difícil imaginar inúmeras maneiras em que possa ser utilizada indevidamente por líderes de igrejas sem escrúpulos.
Ainda assim, na realidade, o continuacionista realmente vê os padrões sobre a suficiência única das Escrituras em níveis menos práticos, porque ensina os cristãos a buscarem revelações adicionais de Deus fora da Bíblia. Como resultado, as pessoas estão condicionadas a esperar as impressões e as palavras de Deus para além do que está registrado nas páginas das Escrituras. Usando termos como profecia, revelação, ou uma palavra da parte do Senhor, a posição continuacionista tem um potencial real para prejudicar as pessoas, ligando as sua consciências a uma mensagem incorreta ou manipulado-as para tomarem decisões insensatas (porque elas acham que Deus as está direcionando a agir assim). Embora os continuacionistas insistam que a profecia congregacional não está autorizada (pelo menos, não no nível corporativo), não é difícil imaginar inúmeras maneiras em que possa ser utilizada indevidamente por líderes de igrejas sem escrúpulos.
Por um lado, continuacionistas
insistem que a profecia moderna é
revelação de Deus. Por outro lado, reconhecem que muitas das vezes ela é
cheia de erros e falhas, e é por isso que eles advertem as pessoas a nunca
basearem decisões futuras, quaisquer que sejam, em uma palavra de profecia.
Esse tipo de discurso duplo só amplifica a confusão teológica inerente à
posição continuacionista.
Em essência, a visão
continuacionista permite que as pessoas digam: Assim diz o Senhor (ou Eu tenho
uma palavra do Senhor) e, em seguida, transmitam uma mensagem cheia de erros e
que é, portanto, algo que o Senhor não disse. Como resultado, ela permite que
as pessoas atribuam ao Espírito da verdade mensagens que não são verdadeiras.
Isso faz fronteira com a presunção blasfema, e põe seus defensores em uma
posição espiritualmente precária. Obviamente, esse tipo de erro não pode ser
apoiado pelas Escrituras. Por isso, os defensores da profecia moderna, em
última análise, são forçados a defender seu ponto de vista, apelando para
anedotas. Eles tornam a própria experiência em autoridade, e não o claro
ensinamento das Escrituras - e isso mais uma vez prejudica o princípio da
Reforma Sola Scriptura.
6. Ao permitir uma forma irracional de falar em línguas (geralmente como
uma linguagem de oração privada), o movimento continuacionista abre portas para
o êxtase sem sentido da adoração carismática.
Continuacionistas geralmente
definem o dom de línguas como uma linguagem de oração devocional que está
disponível para todos os cristãos. Ao contrário do dom apostólico (descrito em
Atos 2), as línguas não correspondem essencialmente a idiomas estrangeiros
autênticos. Pelo contrário, ela é caracterizada pela vocalização de sequências
incoerentes de sílabas que foram posteriormente rotuladas como "a língua
dos anjos" ou uma linguagem celestial. Enquanto continuacionistas são mais
cuidadosos do que os carismáticos tradicionais sobre como controlar a prática
da glossolalia nos cultos da igreja, o uso de línguas ainda é incentivado nas
orações pessoais.
Qualquer afirmação de
glossolalia moderna - mesmo que relegada apenas à oração privada - encoraja os
cristãos a buscarem ma profunda intimidade espiritual com Deus através de
experiências místicas, confusas e até mesmo irracionais. Essa e uma prática
arriscada para os cristãos, que são chamados a renovar suas mentes, e não à
ignorar as suas faculdades intelectuais ou submeter sua razão à emoção crua.
Qualquer ênfase em línguas também pode promover o orgulho espiritual na igreja
(o mesmo que aconteceu com os coríntios). Aqueles que experimentaram o
"dom" podem facilmente se considerar, de alguma forma, superiores aos
que não o possuem. Além disso, a visão continuacionista de línguas apoia um uso
egoísta dos dons. O capítulo 12 da primeira carta de Paulo aos coríntios deixa claro que todos os dons
foram dados para a edificação mútua do Corpo de Cristo, e não para qualquer
finalidade de autoengrandecimento, incluindo a manipulação das próprias
paixões.
Endossar o
"balbuciar" abre portas para o pentecostalismo mais amplo, uma vez
que "falar em línguas" é a marca registrada do movimento pentecostal.
A partir daí, abre-se um caminho para o ecumenismo, uma vez que esse fenômeno é
experimentado dentro de muitos grupos doutrinariamente diversos (incluindo
católicos romanos e até religiões não cristãs). Mais uma vez, o continuacionista
se encontra em um dilema doutrinal: se as línguas modernas são um dom do
Espírito Santo, então por que os
católicos romanos e grupos não cristãos, que são desprovidos do
Espírito, fazem isso?
Jesus afirmou que a verdadeira
oração não deve ser caracterizada por repetições vãs e o apóstolo Paulo
enfatizou que o verdadeiro Deus não é um Deus de desordem. No entanto, a
confusa desordem e a repetição mecânica de sons sem sentido está em contradição
direta com essas injunções bíblicas. A visão continuacionista (de que as
línguas podem ser algo diferente dos idiomas humanos autênticos) é estranha não
só à descrição clara das Escrituras, mas também ao testemunho universal da
história da igreja. Ninguém na história da igreja equiparou o "dom de línguas"
a palavras sem sentido até o movimento carismático moderno. As únicas exceções
possíveis vem de hereges, seitas e falsas religiões. - justamente todas as
fontes das quais os evangélicos conservadores desejam se afastar.
7. Ao afirmar que o dom de cura continua até hoje, a posição
continuacionista ressalta a mesma premissa básica que sustenta os ministérios
fraudulentos de curandeiros carismáticos.
Os continuacionistas definem o dom de cura como a capacidade
eventual de curar (como Deus assim direciona), principalmente por meio de
oração. Tais curas nem sempre são eficazes, visíveis ou imediatas em seus
pretendidos resultados, no entanto, as pessoas com o dom da cura ou com o dom
da fé, podem ver suas orações pelos doentes respondidas com mais frequência ou
mais rapidamente.
Os continuacionistas são
rápidos em diferenciar esse dom moderno dos ministérios de cura de Cristo e dos
apóstolos (como registrado no livro de Atos). Considerando que essas curas eram
claramente milagrosas, imediatas, públicas e inegáveis, o entendimento
continuacionista da cura reduz essencialmente o dom a uma oração feita pra
alguém ficar bem que poderia ser respondida em um longo período de tempo. Eu
sinceramente, acredito no poder da oração. Os cessacionistas também acreditam.
Mas atos especiais da providência divina em resposta à oração não são
equivalentes ao dom da cura milagrosa descrita no Novo Testamento. reduzir o
dom dessa forma é menosprezar o que acontecia no primeiro século da história da
igreja.
Apesar de tentar distanciar-se
dos curandeiros do movimento carismático majoritário, os continuaconistas
conferem aos vigaristas curandeiros da fé uma legitimidade desnecessária
ao afirmar uma continuação do dom bíblico da cura. É uma absoluta
crueldade ar qualquer credibilidade aos curandeiros fraudulentos que se
aproveitam de pessoas desesperadas com a venda de falsas esperanças. Para ser
justo, quando os continuacionistas evangélicos abordam o tema do evangelho da
prosperidade, da riqueza e da saúde, eles geralmente se destacam em sua
denúncia desses erros. Sou grato por sua condenação desse falso evangelho, eu
apenas gostaria que pudessem falar ainda
mais sobre esse assunto. Mas afinal, por que eles defendem um dom de cura moderno?
Isso fornece uma plataforma para charlatões e vigaristas. deixe o dom de cura
ser o que realmente era: a milagrosa habilidade dada por Deus para curar
imediatamente as pessoas da mesma forma que Cristo e seus apóstolos curavam.
Ninguém hoje possui tal dom (há uma razão pela qual nenhum suposto curandeiro
atual cure em hospitais ou entre feridos de guerra).
Da mesma maneira que fazem com
o dom de profecia (onde a precisão da profecia depende diretamente da fé do
profeta), os continuacionistas tendem a ver o sucesso das curas como sendo
dependente da fé daquele que cura. Embora isso seja melhor do que colocar o
ônus sobre a fé da pessoa que está sendo curada (como Benny Hinn e a maioria
dos outros curandeiros carismáticos fazem), ainda assim serve como desculpa conveniente quando
o doente não é curdo. Mas qualquer tipo de cura que deixa a maioria das pessoas
doentes e enfermas, em vez de curadas e saudáveis, dificilmente corresponde ao
dom bíblico. Por que não reconhecer isso?
8. A posição continuacionista, em última análise, desonra o Espírito Santo
por desviar as pessoas de seu verdadeiro ministério enquanto as seduz com
falsificações.
Todos os cristãos verdadeiros
amam a Deus, o Pai, o Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo. Eles são
profundamente gratos pelas obras de regeneração, habitação, segurança,
iluminação, convicção, conforto, preenchimento e capacitação à santificação do
Espírito. Eles nunca iriam querer fazer nada para prejudicar a honra devido ao
seu nome, nem nunca desejariam desviar os outros de sua verdadeira obra. A posição continuacionista faz exatamente isso, ainda que voluntariamente.
A principal ferramenta que o Espírito Santo usa para santificar os cristãos é a sua Palavra inspirada. Ao insistir que Deus fala diretamente através da revelação intuitiva, das experiências místicas e dos dons falsificados, os continuacionistas, na verdade, diminuem os verdadeiros meios divinos de santificação. Como resultado, os cristãos são tentados a se desviar da Palavra e, assim, perder a espiritualidade genuína, preferindo a esterilidade de sentimentos subjetivos, de experiências emocionais e de encontros criativos. Mas ser verdadeiramente cheio do Espírito significa ser habitado pela Palavra de Deus (Efésios 5.18; Colossenses 3.16-17). Andar no Espírito pode ser percebido através dos frutos de uma vida transformada (Gálatas 5.22-23). Evidências da obra do Espírito são mensuradas em termos de crescimento em santidade e semelhança a Cristo, não em explosões emocionais ou experiências de êxtase.
Na realidade, a posição continuacionista estabelece pedras de tropeço no caminho da santificação e do crescimento espiritual, porque apoia um paradigma com práticas que não levam a uma maior santidade a Cristo. Dessa forma, prejudica e interfere na verdadeira obra do Espírito na vida dos cristãos.
As consequências perigosas da posição continuacionista (1/2)
A principal ferramenta que o Espírito Santo usa para santificar os cristãos é a sua Palavra inspirada. Ao insistir que Deus fala diretamente através da revelação intuitiva, das experiências místicas e dos dons falsificados, os continuacionistas, na verdade, diminuem os verdadeiros meios divinos de santificação. Como resultado, os cristãos são tentados a se desviar da Palavra e, assim, perder a espiritualidade genuína, preferindo a esterilidade de sentimentos subjetivos, de experiências emocionais e de encontros criativos. Mas ser verdadeiramente cheio do Espírito significa ser habitado pela Palavra de Deus (Efésios 5.18; Colossenses 3.16-17). Andar no Espírito pode ser percebido através dos frutos de uma vida transformada (Gálatas 5.22-23). Evidências da obra do Espírito são mensuradas em termos de crescimento em santidade e semelhança a Cristo, não em explosões emocionais ou experiências de êxtase.
Na realidade, a posição continuacionista estabelece pedras de tropeço no caminho da santificação e do crescimento espiritual, porque apoia um paradigma com práticas que não levam a uma maior santidade a Cristo. Dessa forma, prejudica e interfere na verdadeira obra do Espírito na vida dos cristãos.
As consequências perigosas da posição continuacionista (1/2)
Autor: Jonh MacArthur
Trecho extraído do livro Fogo Estranho, pág 267-272. Editora: Thomas Nelson Brasil