Voltamo-nos agora para a
consideração da terceira ilustração oferecida por nosso Senhor sobre como nos
deveríamos conduzir nessa questão da retidão pessoal. Nos capítulos quarto e
quinto voltaremos ao nosso estudo pormenorizado do ensino de Jesus concernente
à oração, especialmente como é dado na comumente intitulada “oração do Pai
Nosso”. Porém, antes disso, parece-me que deveríamos ter bem claras na mente
essas três ilustrações particulares sobre a retidão pessoal. Você deve estar
lembrado de que nesta seção do Sermão do Monte nosso Senhor falava sobre a
questão da retidão pessoal. Ele já havia descrito o crente em sua atitude geral
em relação à vida — a sua vida mental, se assim alguém preferir chamá-la. Aqui,
entretanto, estamos considerando mais de perto a conduta cristã.
Não podemos ventilar essa
declaração a respeito do jejum sem antes fazermos algumas poucas observações
gerais e preliminares. Penso que todos deveríamos ficar impressionados, logo de
saída, diante do fato que há uma constante necessidade de mudança de ênfase,
não somente em nossa pregação do Evangelho, mas também em toda a nossa
abordagem do Evangelho e em nossa maneira de pensar a respeito. Embora a
verdade permaneça imutável, não obstante, por causa de seu caráter
multilateral, e porque a natureza humana é aquilo que é, em resultado do
pecado, em certas épocas particulares da História da Igreja tem havido
necessidade de alguma ênfase especial sobre determinados aspectos da verdade.
Esse princípio pode ser detectado na própria Bíblia. Existem aqueles que gostariam
que acreditássemos que houve um imenso debate, ao longo do período do Antigo
Testamento, entre os sacerdotes e os profetas, ou seja, entre aqueles que
frisavam as boas obras e aqueles que destacavam a fé, respectivamente. Mas a
verdade, como facilmente se verifica, é que jamais houve tal conflito, jamais
houve qualquer contradição dessa ordem. Houve, sim, indivíduos que emprestaram
uma falsa ênfase a aspectos particulares da verdade, e isso exigiu correção. O
ponto que estou salientando é que em uma época em que a ênfase sacerdotal
estava em grande voga, o que se tornava especialmente necessário era a ênfase
sobre o elemento profético. Mas, em outras ocasiões, quando o interesse cambava
demasiadamente para o lado do elemento profético, era chegado o tempo de se
reequilibrar a balança, e o povo era novamente lembrado a respeito do aspecto
sacerdotal.
Vê-se a mesma coisa
acontecendo nas páginas do Novo Testamento. Assim, não há qualquer contradição
verdadeira entre Tiago e Paulo. Somente uma visão particularmente superficial
da doutrina neotestamentária é que diz que esses dois homens se contradiziam
mutuamente em seus ensinamentos. Eles não o fazem. Antes, cada um deles, em
face de determinadas circunstâncias, foi impelido pelo Espírito Santo a dar determinada
ênfase à verdade. Como é evidente, Tiago escrevia para pessoas que se
inclinavam por dizer que enquanto estivessem confiando no Senhor Jesus Cristo
tudo estaria bem com eles, não havendo necessidade alguma de se preocuparem.
Isso posto, a única coisa que podia ser dita a tais indivíduos era a seguinte: … a fé sem obras é morta (Tiago 2:26). Todavia, se tivermos de tratar com
pessoas que vivem chamando atenção para aquilo que fazem, que dão excessiva
importância às obras, então será mister enfatizarmos diante delas esse notável
aspecto e elemento da fé.
Neste contexto, lembro-me de
tudo isso porque, particularmente para os evangélicos, toda essa questão do
jejum quase desapareceu de nossa prática diária, e até mesmo do campo das
nossas considerações. Com que frequência e com que extensão temos pensado a
respeito disso? Que lugar o jejum ocupa em toda a nossa perspectiva da vida
cristã e da disciplina nela envolvida? Sugiro que a verdade provável é que
apenas mui raramente temos meditado sobre isso. Porventura já jejuamos alguma
vez? Porventura já nos ocorreu pensar demoradamente sobre a questão de jejum? O
fato é que toda essa questão parece haver sido inteiramente excluída de nossas
vidas, e até mesmo de nosso pensamento cristão, não é verdade?
Não encontramos dificuldade
alguma para descobrir a causa disso. Trata-se de uma óbvia reação contra o
ensino do catolicismo romano, assim chamado, em todas as suas variegadas
formas. O ensino católico, quer da Igreja Anglicana, quer da Igreja Católica Romana,
quer de outra variedade qualquer, sempre deu grande preeminência a essa questão
do jejum. E a posição dos evangélicos não é algo que sobreviva por si só; pelo
contrário, em adição a isso, será sempre uma reação contra as doutrinas do
catolicismo. A tendência dessa reação sempre será ir longe demais. Nesta
instância, por causa da falsa ênfase católica sobre o jejum, que com toda razão
é repelida pelos evangélicos, tendemos por cair no extremo oposto, deixando
inteiramente de lado o jejum, em nossas considerações e em nossa prática
diária. Não seria esse o motivo por que a vasta maioria dos evangélicos nunca
nem sequer considerou com seriedade essa questão do jejum? Tenho observado
certas indicações que mostram que esse é um assunto que gradualmente começa a
ser outra vez considerado entre os evangélicos. Numa época como a nossa, em que
homens e mulheres estão começando a considerar com uma nova seriedade a época e
o dia em que estamos vivendo, e quando muitos estão começando a aguardar o
reavivamento e o despertamento espirituais, essa questão do jejum se tem
tornado mais e mais importante. Mui provavelmente, você descobrirá que,
gradativamente, a questão do jejum irá sendo colocada em maior evidência, e,
por essa razão, é recomendável que estudemos juntos a questão. Inteiramente à
parte desse fato, entretanto, esse tema figura no Sermão do Monte; e não nos
assiste qualquer direito de escolher o que queremos e o que não queremos
aceitar nas Escrituras Sagradas. É imprescindível que aceitemos o Sermão do Monte
tal e qual ele é, e nesta passagem a questão do jejum se impõe diante de nós.
Por conseguinte, cumpre-nos considerá-la.
Nesta altura de Seu sermão,
nosso Senhor estava primariamente interessado por um único aspecto desse tema
do jejum, a saber, a tendência de nos ocuparmos dessas diversas práticas
religiosas com o único objetivo de sermos vistos pelos homens. Ele se
preocupava com essa nossa tendência para o exibicionismo, e, por conseguinte,
isso é algo que temos de levar em conta. Porém, sinto que, em face da
negligência a que esse tema tem sido relegado, também nos é justo e proveitoso
considerá-lo de maneira mais geral, antes de atingirmos o ponto particularmente
enfatizado por nosso Senhor.
Abordaremos a questão da
maneira que se segue. Na realidade, qual é o papel do jejum na vida do crente?
Onde cabe essa prática, dentro do ensinamento bíblico? De modo geral, a
resposta é a seguinte: trata-se de uma prática ensinada no Antigo Testamento.
De acordo com a lei de Moisés, os filhos de Israel tinham recebido a ordem de
jejuar uma vez por ano, o que era um estatuto obrigatório para aquela nação e
para aquele povo, para sempre. Mais adiante, aprendemos que, devido a certas
divergências nacionais, o próprio povo judeu acrescentou certos jejuns adicionais.
Contudo, o único jejum diretamente ordenado por Deus foi aquele grande jejum
anual. Ao chegarmos aos dias do Novo Testamento, descobrimos que os fariseus
costumavam jejuar duas vezes por semana. Jamais Deus determinara tal prática,
mas eles assim faziam, e pensavam que isso fosse uma porção vital de sua vida
religiosa. A tendência de certas pessoas religiosas sempre será ir além daquilo
que está escrito na Bíblia; e essa era a posição dos fariseus.
Quando examinamos o ensino do
Senhor Jesus, descobrimos que embora Ele nunca tivesse ensinado diretamente que
alguém jejuasse, sem dúvida Ele ensinava indiretamente essa prática. Em Mateus
9, lemos que a Jesus dirigiram uma pergunta específica acerca do jejum.
Perguntaram-Lhe: Por que jejuamos nós e os fariseus [muitas vezes], e teus
discípulos não jejuam? Respondeu-lhes Jesus: Podem acaso estar tristes os
convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Dias virão,
contudo, em que lhes será tirado o noivo, e nesses dias hão de jejuar (v. 14 e
15). Parece-me que nesse trecho, de forma evidente, temos o ensino implícito
sobre o jejum, e quase mesmo a sua defesa. Seja como for, o que não se pode
duvidar é que Jesus nunca proibiu o jejum. De fato, no trecho que ora
consideramos, a Sua aprovação ao jejum é claramente obviada. O que Ele disse
foi: Tu, porém, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto (Mateus 6:17).
Com base nessas palavras de Jesus, portanto, concluímos que, para Ele, o jejum
nada tinha de errado e era recomendável ao povo crente. E nós mesmos estamos
informados de que Ele jejuou por quarenta dias e quarenta noites, quando, no
ermo, foi tentado por Satanás.
Então, passando além da
doutrina e da prática de nosso Senhor, e chegando à doutrina e à prática da
Igreja primitiva, descobrimos que o jejum era praticado pelos apóstolos. A
Igreja de Antioquia, ao enviar Paulo e Barnabé, na primeira viagem missionária
deles, só o fez depois de um período de oração e jejum. De fato, em qualquer
ocasião importante, quando confrontada por alguma decisão vital, a Igreja
primitiva sempre parecia entregar-se à prática da oração e do jejum, e o
apóstolo Paulo, ao referir-se a si mesmo e à sua vida cristã, aludiu aos
“jejuns” entre as suas práticas e aflições (ver 2 Coríntios 6:5). É patente
que, para Paulo, jejuar era um aspecto regular de sua vida. Ora, aqueles que se
interessam pelas questões atinentes à crítica textual deverão estar lembrados
de que, no trecho de Marcos 9:29, onde nosso Senhor diz: Esta casta não pode
sair senão por meio de oração e jejum, a verdade mais provável é que as
palavras finais, “e jejum”, não deveriam constar do texto, segundo os melhores
documentos e manuscritos; mas isso é bastante inconsequente no que concerne à
questão geral do jejum, pois dispomos de todas aquelas outras passagens
neotestamentárias que nos mostram claramente que o jejum é reconhecido como
prática correta e valiosa. E quando inquirimos a História subsequente da
Igreja, descobrimos precisamente a mesma coisa. Os santos de Deus, em todas as
épocas e em todos os lugares não somente têm crido no jejum, mas também o têm
posto em prática. Isso ocorreu entre os reformadores protestantes, e, sem
dúvida, foi observado também na vida dos irmãos Wesley e na vida de George
Whitefield. Admito que eles tendiam por jejuar muito mais antes do que depois
de se terem convertido; não obstante, continuaram jejuando após se haverem
convertido. E os que estão familiarizados com a vida do grande crente chinês,
pastor Hsi, da China, devem estar lembrados de como o pastor Hsi, defrontado
por algum problema novo e excepcionalmente difícil, invariavelmente observava
um período de jejum e oração. O povo de Deus sempre sentiu que o jejum não
somente é uma prática correta, mas também que ela se reveste de imenso valor,
quanto aos seus efeitos, sob determinadas circunstâncias.
Portanto, se esse é o pano de
fundo histórico, aproximemo-nos um pouco mais diretamente da questão, a fim de
sondá-la. No que consiste, exatamente, o jejum? Qual é o seu propósito? Não se
pode duvidar que, em última análise, trata-se de algo alicerçado sobre uma
compreensão da relação entre o corpo e o espírito. O homem se compõe de corpo,
mente e espírito, e esses elementos estão intimamente relacionados entre si,
interagindo uns sobre os outros, bem de perto. Distinguimos entre esses
elementos que constituem o ser humano porque são diferentes, mas não devemos
separá-los, porquanto há entre eles inter-relação e interação. Não se pode
duvidar que os estados e condições corporais exercem influências sobre as atividades
da mente e do espírito, pelo que também essa questão do jejum deve ser levada
em conta dentro dessa peculiar relação entre o corpo, a mente e o espírito. O
que o jejum realmente significa, por conseguinte, é a abstinência de alimentos
com vistas a propósitos espirituais. Essa é a noção bíblica do jejum, que
precisa ser distinguida daquilo que é puramente físico. A noção bíblica do
jejum é que, por causa de certos objetivos e razões espirituais, homens e
mulheres resolvem fazer abstinência de alimentos.
Ora, esse é um ponto
importantíssimo, razão por que deveríamos também colocá-lo sob forma negativa.
Recentemente, eu estava lendo um artigo que abordava esse assunto e onde o
autor se referia àquela declaração do apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 9:27, onde
se lê: Mas esmurro o meu corpo. O apóstolo diz que ele fazia isso a fim de
que pudesse realizar a sua obra com maior eficiência. O escritor dizia ali que
isso ilustra a prática do jejum. Ora, sugiro que necessariamente esse texto
nada tem a ver com o jejum. Isso é o que eu chamaria de disciplina geral do ser
humano. Sempre deveríamos esmurrar o próprio corpo, mas isso não quer dizer que
sempre deveríamos jejuar. O jejum, pelo contrário, é algo incomum, excepcional,
algo que um homem põe em prática apenas ocasionalmente, com uma finalidade
especial, ao passo que a disciplina pessoal deveria ser algo perpétuo e
permanente. Por conseguinte, não posso aceitar textos como Esmurro o meu
corpo e Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena (1 Coríntios 9:27 e
Colossenses 3:5), como se eles fizessem parte do ensino do jejum. Em outras
palavras, a moderação ao comer não equivale a jejuar. A moderação ao comer faz
parte da disciplina pessoal no tocante ao corpo, sendo uma excelente maneira de
esmurrá-lo; mas isso não é a mesma coisa que jejuar. Jejuar é abster-se
completamente de alimentos, na busca de certos alvos especiais, como a oração,
a meditação ou a busca do Senhor, devido a alguma razão peculiar, ou sob
circunstâncias especiais.
Para completar a nossa definição, deveríamos
acrescentar que o jejum, quando realisticamente concebido, não somente deve
confinar-se à questão de alimentos sólidos e líquidos; pelo contrário, o jejum,
na realidade, deveria incluir a abstinência de qualquer coisa, legítima em si
mesma, tendo-se em vista algum propósito espiritual especial. Existem muitas
funções corporais corretas, normais e perfeitamente legítimas, mas que, por
razões peculiares e especiais, também deveriam ser submetidas a controle, em
determinadas circunstâncias. Isso é jejuar. Conforme estou sugerindo, temos
aqui uma espécie de definição geral do que se deveria entender por jejum.
Antes de pensarmos sobre as
diferentes maneiras de se observar o jejum, ponderemos sobre como devemos
considerar e abordar a questão inteira do jejum. Novamente, dividir o assunto é
questão simples, pois, afinal de contas, há somente a maneira errada e a
maneira certa de o observarmos. Sim, há certas maneiras erradas de jejuar. Eis
uma delas. Se jejuarmos de maneira mecânica, ou meramente com a finalidade de
jejuar, então sugiro que estaremos violando o ensino bíblico atinente à questão
toda. Em outras palavras, se eu fizer do jejum uma finalidade em si mesma, algo
acerca do que eu possa dizer: “Bem, agora que eu me tornei crente, terei de
jejuar em tal dia e em tal época do ano, porque isso faz parte da religião
cristã”, então seria melhor se eu não jejuasse. O elemento especial do jejum
desaparece quando é praticado dessa maneira.
Isso é algo que não ocorre somente no caso do
jejum. Porventura não vimos exatamente a mesma coisa no tocante à oração? É boa
norma, quando possível, as pessoas fixarem certas ocasiões especiais para se
dedicarem à oração. Porém, se eu traçar o meu programa para um determinado dia
e resolver que às horas tais eu terei de orar, e então puser-me a orar somente
para cumprir o programa traçado, não estarei mais orando verdadeiramente. Dá-se
precisamente o mesmo na questão do jejum. Há pessoas que abordam o problema
precisamente assim. Tornaram-se crentes, mas preferem agora submeter-se a
alguma espécie de lei, de norma. Preferem que se lhes diga exatamente o que
devem e o que não devem fazer. Em determinado dia da semana não podem comer
carne, e coisas desse tipo. Isso é algo que nunca deve ser utilizado na prática
cristã, a saber, não comer tal ou qual coisa em certo dia da semana ou do ano!
Ou então, abster-se de alimentos, ou comer menos, em certos períodos do ano, e
assim por diante. Em tudo isso oculta-se uma sutil ameaça. Qualquer coisa que
fizermos somente por fazê-la, como se fosse uma rotina, certamente viola
ensinamentos bíblicos importantes. Jamais deveríamos considerar o jejum como um
fim em si mesmo.
Contudo, devemos adicionar a
isso algo do que já havia ficado entendido, e que poderia ser expresso como
segue: Jamais deveríamos considerar o jejum como parte integrante da disciplina
pessoal. Algumas pessoas afirmam que é excelente a prática de não se comer
certas coisas em determinados dias da semana, ou então que, em dados períodos
do ano, nos deveríamos abster de certas coisas. Dizem elas que isso é excelente
do ponto de vista da disciplina pessoal. Na verdade, a disciplina é algo que
deve ser permanente, é algo que deve ser perpétuo. Sempre deveríamos estar
exercendo disciplina quanto a nós mesmos. Quanto a isso, não pode haver
contestação. Sempre deveríamos refrear os nossos corpos, sempre deveríamos
segurar com firmeza as rédeas que nos controlam a vida diária, sempre
deveríamos sujeitar-nos à disciplina, em todas as facetas da vida. Portanto, é
um erro grave reduzir o jejum meramente a uma parcela do processo da
disciplina pessoal. Pelo contrário, a disciplina é algo para o que eu deveria
apelar a fim de atingir aquele terreno espiritual mais elevado das orações
dirigidas a Deus, ou da meditação ou da intercessão intensa. E isso situa o
jejum dentro de uma categoria inteiramente diferente da disciplina pessoal.
Uma outra forma de se entender
erroneamente o jejum pode ser descrita como segue. Existem algumas pessoas que
jejuam porque esperam resultados diretos e imediatos do jejum. Em outras
palavras, consideram o jejum como uma espécie de aparelho mecânico; por falta
de melhor ilustração, elas têm um ponto de vista do jejum que tenho chamado de
“moeda na fenda”. Alguém mete uma moeda na fenda de um aparelho qualquer, puxa
a manivela, e obtém um resultado imediato. Para muitos essa é a perspectiva do
jejum. Se alguém quiser auferir certos benefícios, dizem elas, então que jejue;
se alguém jejuar, receberá benefícios imediatos. Essa atitude, todavia, não se
limita à questão do jejum. Já vimos que há muitos indivíduos que encaram a
oração por esse prisma. Leem relatos de como certos indivíduos, em determinadas
oportunidades, resolveram ter vigílias de uma noite inteira dedicada à oração,
como vararam a noite em oração e como, em resultado disso, teve início um
reavivamento religioso. E assim decidem que também passarão uma noite de
vigília, esperando obter resultados idênticos. “Visto que já oramos,
forçosamente terá de ocorrer um reavivamento”, dizem os tais. E essas idéias
também podem ser encontradas em conexão com os movimentos de “santidade”. Há
quem diga que se ao menos obedecermos a certas condições, obteremos uma bênção,
com resultados imediatos e diretos. Ora, jamais encontrei qualquer coisa
parecida com isso nas Escrituras, em conexão com o jejum ou com qualquer outra
prática. Jamais deveríamos jejuar em busca de resultados diretos e imediatos.
Autor: D.
Martyn Lloyd-Jones
Trecho extraído do livro Estudos no Sermão do Monte, pág 321-331.
Editora: Fiel
Via:
Monergismo