REDENÇÃO
A
restauração da criação exigirá um trabalho inspirado pelo Espírito Santo de
construção de instituições de cuidado e de hábitos revitalizantes.
Que amor é esse que assume
tais riscos?
O Deus do pacto de Israel e
Pai de Jesus Cristo é um Criador pródigo e inventivo, que – no que pode nos
parecer quase loucura – confiou o cuidado e o desenvolvimento1 da
criação a nós, Suas criaturas, comissionadas como portadoras de Sua imagem.
Comissionados e dotados de
forma a cumprir essa missão de cultivo da imagem de Deus, nós trabalhamos e
descansamos, fazemos amor e arte, cultivamos a terra e transformamos seu fruto
no pão nosso de cada dia ao mesmo tempo em que concretizamos nossos sonhos mais
extravagantes em catedrais e arranha-céus. Essa criação da cultura de portador
da imagem [de Deus] será mais frutífera quando tomar para si a responsabilidade
do grão do universo – isto é, quando nosso trabalho e lazer forem semeados nos
“sulcos” das normas vivificantes de Deus.
Portanto, a criação vem acompanhada de uma missão e uma
vocação. Sermos portadores da imagem de Deus é uma tarefa e uma
responsabilidade confiada às criaturas. Se Deus criou a partir do e para o
amor, então Ele também nos criou com o convite para amar o mundo e, desse modo,
promover o seu – e o nosso – florescimento.
Contudo…
Nós confessamos – e muito
frequentemente experienciamos – uma ruptura nessa alegre visão do amor
criativo. Embora o amor auto-sacrificial de Deus nos tenha confiado o cuidado e
cultivo de Sua criação, a humanidade tomou posse disso como se fosse um direito
seu, ao invés de recebê-lo como uma dádiva. Dessa forma, nossa missão de
desenvolver o potencial latente na criação acabou assumindo a forma de um
invencionismo irrestrito ao invés da co-criação normatizada. Embora esse impulso
criacional pela poeisis2 não poderia ser suprimido ou apagado, o bom
impulso criacional de fazer foi distorcido e mau direcionado: ao invés de fazer
amor, fizemos guerra (e mesmo agora quando fazemos amor, estamos propensos a
fazê-lo de formas que vão contra aquilo que é, de fato, bom para nós). Longe de
cultivarmos a terra, nós criamos sistemas inteiros que a espoliam avidamente.
Longe da criação normatizada, a humanidade se encontra propensa à transgressão
licenciosa. Falhamos em conduzir adiante a missão que fora confiada a nós como
portadores da imagem de Deus.
Mas ainda assim…
Nosso bom Criador não nos
abandonou aos nossos próprios planos. Apesar de termos rompido a plenitude do amor
criativo, nosso Deus complacente também rompeu nosso céu de bronze, juntamente
com nosso desejo de nos fecharmos na imanência, ao manifestar-Se na carne – a
nossa carne – como a imagem do Deus invisível. Jesus de Nazaré apresentou-Se
como o segundo Adão, sendo nosso modelo daquilo que significa cumprir a missão
original de cultivo da imagem [de Deus]. A Palavra se fez carne, não para
salvar nossas almas de um mundo caído, mas, sim, para nos restaurar como
amantes deste mundo – para nos (re)habilitar a cumprir aquela comissão
criativa. De fato, Deus nos salva para que – novamente, numa espécie de loucura
divina3 – possamos salvar o mundo, para que possamos (re)fazer o
mundo corretamente. E o amor redentor de Deus transborda em seus efeitos
cósmicos, dando esperança à essa criação que geme em angústias.
Portanto, nossa redenção não é
uma espécie de suplementação ao ser humano; na verdade, a redenção é o que
possibilita que alguém seja realmente humano, e assim cumprir a missão que nos
caracteriza como portadores da imagem de Deus. Irineu de Lyon apreende essa
questão de forma sucinta: “A glória de Deus é um ser humano vivendo em
plenitude”.4 A redenção não acrescenta descabidamente uma espécie de
anexo espiritual, nem nos liberta da condição humana a fim de alcançarmos um
estado angelical. Pelo contrário, a redenção é a restauração de nossa
humanidade, e a nossa humanidade está inseparavelmente ligada à nossa missão de
sermos os criadores de cultura, sendo co-criativos juntamente com Deus.
Embora a redenção de Deus seja
cósmica, e não simplesmente antropocêntrica, não obstante, ela opera de acordo
com aquele “escândalo” criacional original mediante o qual a humanidade é
comissionada como embaixadora, e mesmo como co-criadora, para o bem do mundo.
Agora, também por meio de um “escândalo”, nós somos comissionados como co- redentores.
Embora não seja uma questão
semelhante a: “salve a líder de torcida, salve o mundo”,5 a
controversa economia da redenção, contudo, também não sugere: “salve a
humanidade, salve o mundo”.
Uma das palavras utilizadas no
Novo Testamento para se referir à salvação (soteria) traz consigo tanto a ideia
de livramento e liberação quanto de saúde e bem-estar. Portanto, a salvação é
libertação de nossa desordem e também restauração para a saúde e florescimento.
Não consigo imaginar uma imagem melhor a esse respeito do que os tipos de
práticas salutares que Wendell Berry apresenta e celebra em sua recente coleção
intitulada “Bringing It To The Table: On Farming and Food”.6
Considere, por exemplo, o elogio que Berry faz aos agricultores Amish que vivem
no nordeste do estado de Indiana, que estão “trabalhando para restaurar os
solos que foram exauridos anteriormente por outras pessoas”. Esta é uma versão
compacta de nosso chamado para redimirmos o mundo. Sistemas, instituições e
práticas falharam crassamente em cuidar do solo (e dos animais que viviam
dele), sugaram-no e espoliaram a terra sem restaurá-la. O erro – sim, o pecado
– desses lucros ilícitos há de se revelar brevemente, pois tais sistemas e
práticas vão contra o grão do universo. A própria criação nos diz que estamos
fazendo as coisas de modo errado. Nesse caso, a redenção é tangível e concreta:
a saber, na rotação de culturas, na fertilização do solo e na atenção àquilo que
o solo “está querendo nos dizer”. O trabalho feito para se restaurar o solo
exaurido está situado dentro de um estilo de vida – de fato, é um estilo de
vida.
Graças sejam dadas a Deus,
pois tal remissão, revitalização e labor cultural não estão apenas sob a
responsabilidade dos cristãos. Embora a Igreja seja, de fato, o povo que foi
regenerado e revestido de poder pelo Espírito Santo para as boas obras da
criação da cultura, o antegosto da vinda do Reino não está confinado à Igreja.
O Espírito Santo é pródigo em espalhar sementes de esperança.7
Assim, nós experimentamos avidamente antegostos onde quer que encontremos essas
sementes. O Deus criador e redentor apresentado nas Escrituras tem prazer na
literatura judaica que alcança as profundezas do potencial da linguagem, no
mercado muçulmano que coloca em ação o grão do universo, e nos casamentos
estruturados de agnósticos e ateus. Nós também podemos ter essa iniciativa de
Deus e celebrar essas mesmas coisas.
Mas com o que a redenção se
assemelha? Na maior parte das vezes, você a reconhece quando a vê, uma vez que
ela é semelhante ao florescimento. A redenção é semelhante a uma vida bem
vivida. É semelhante ao modo como as coisas deveriam ser de fato; é semelhante
a um pomar bem cultivado, carregado de frutos produzidos por antigas raízes; é
semelhante ao trabalho que edifica a alma e traz deleite; é semelhante a um
marido e sua esposa, já anciãos, rindo de maneira hilária com seus bisnetos. É
semelhante a uma bailarina que alonga seu corpo até o limite, encarnando,
assim, uma estonteante beleza nos músculos e tendões que se retesam com
devoção. É semelhante ao aluno de graduação debruçado sobre um microscópio,
explorando nichos e recantos naquela microcriação engendrada por Deus, e, desse
modo, buscando maneiras de desfazer a maldição. É semelhante à abundância para
todos.
A redenção soa como as
surpreendentes cadências de um concerto de Bach, cujo ritmo parece fazer a alma
se expandir. A redenção é semelhante a um escritório onde todos cantarolam com
um senso de harmonia naquela missão, por vezes pontuado por risadas
colaborativas. É semelhante aos grunhidos e gritos de um jogador de tênis,
cujas técnicas “blistering serve” e “liquid forehand” são decretos8
de coisas que não poderíamos jamais sonhar. A redenção soa como as questões de
uma aluna da terceira série, cujo professor se interessa suficientemente pelo
seu bem-estar de modo a instigar sua curiosidade, dando espaço para uma
curiosidade santificada a respeito deste mundo bom criado por Deus. E soa até
mesmo como o debate espirituoso de um jovem casal que está discernindo quais as
implicações do fato de que seu casamento é uma amizade que representa a
comunidade que Deus deseja (e que Ele é).
A redenção cheira como o tom
de carvalho de um vinho Chardonnay produzido no vale de Napa que nos dá anseios
nas papilas gustativas. Cheira como a terra debaixo de nossas unhas após
plantarmos peônias e gérberas. Cheira a uma cozinha de inverno, repleta de
vapor, onde uma família reunida está se preparando para a ceia. Cheira à
sabedoria ancestral de um livro herdado de um avô, ou àquele “cheiro de rua”
que o cachorro da família rescende nos meados de Novembro. Cheira ao ato de ir
de bicicleta ao trabalho numa manhã nevoenta de primavera. Cheira até mesmo à
salgada pungência do trabalho duro e àquele singular leque de odores que banha
o nascimento de uma criança.
A redenção tem o gosto de uma
colheita de outono que deu frutos, não obstante o labor afetuoso e o cuidado atencioso
para com o solo e a plantas. Tem o gosto de um peru do Dia de Ações de Graças,
cuja “natureza própria de peru” ganha vida a partir de seu próprio deleite
animal ao ar livre. A redenção tem gosto da deliciosa amargura do lúpulo de uma
bebida compartilhada com os amigos de um pub da vizinhança. Tem até mesmo o
gosto de comer seus brócolis porque sua mãe te ama o suficiente para querer que
você se alimente bem.
Portanto, a redenção se
assemelha à poesia corporal de Rafael Nadal e o sorriso de menino de Brett
Favre numa noite agradável; soa como as amáveis risadas de Paul e Julia Child,
e cheira à cozinha desta; a redenção reverbera como as profundas performances
de Yo-Yo Ma em seu violoncelo; parece com o verso frenético da poesia de Auden
ou o deleite vivo dos versos leves de Updike; é semelhante ao cuidado
compassivo de Paul Farmer ou Madre Teresa. A redenção pode se manifestar de
forma espetacular, fabulosa e (quase) triunfante.
Mas na maior parte do tempo, a
redenção delegada pelo Espírito Santo é semelhante àquilo que Raymond Carver
chama “um coisinha boa”.9 É semelhante ao nosso trabalho cotidiano
bem-feito por amor, em ressonância com o desejo de Deus para Sua criação –
contanto que nosso “trabalho pé-no-chão” esteja instalado como parte de uma
contribuição para os sistemas e estruturas de desenvolvimento. A redenção é
semelhante à realização de nosso dever de casa, ao preparar as merendeiras das
crianças, à construção feita com qualidade e com a devoção de um artesão, e é
também semelhante à elaboração de um orçamento municipal que discirna o que
realmente importa e que, assim, contribui para o bem comum. Certamente que a
redenção é o fim do apartheid, mas também as amizades, antes impossíveis, que
foram forjadas nas circunstâncias que se seguiram. É um assento vago no ônibus
para quem quer que seja,10 mas é também travar relações com meus
vizinhos que são diferentes de mim. É nada menos do que tentar mudar o mundo,
todavia isso começa em nossas casas, em nossas igrejas, em nossos bairros e escolas.
Não deveríamos ficar surpresos
pelo fato de que a redenção nem sempre manifestar-se-á de modo triunfante. Se
Jesus vem como o segundo Adão que molda o desenvolvimento da cultura redentiva,
então, neste nosso mundo devastado, esse labor cultural apresentará uma forma
cruciforme. Todavia, também assemelhar-se-á à esperança que tem fome da alegria
e deleite [Jeremias 15:16].
NOTAS:
1. Deus nos confiou o
desenvolvimento da criação para que pudéssemos explorar as potências latentes,
enterradas pelo próprio Deus no seu mundo criado. É o que os neocalvinistas
chamam de “Mandato Cultural”, baseado em Gênesis 1:28 e 2:17, e que se baseia
na tarefa de trabalhar e desenvolver a cultura, visando a glória de Deus. Isso
envolve a redenção da cultura, ciência, arte e intelecto, para que o Reino de
Deus, que já está inaugurado mas não plenamente estabelecido, venha
progressivamente se instaurar. Nas palavras de Von Gronigen: “O primeiro
mandato que foi dado tem sido corretamente citado como sendo o mandato
cultural. Era para o homem e a mulher exercitarem suas prerrogativas reais
governando sobre o cosmos, desenvolvendo-o e simultaneamente mantendo-o. Todas
as formas de vida na terra foram, de forma específica, colocadas sob a
supervisão dos vice-gerentes humanos. Com esta responsabilidade, veio o
privilégio de usar as plantas, seus frutos e sua semente para manter a vida e a
energia para realizar as tarefas reais. A humanidade poderia responder
obedientemente ao mandato cultural para a glória de Deus por causa da sua
criação à imagem e semelhança de Deus. Deus, através da exposição deste
mandato, colocou a humanidade em um relacionamento singular com o cosmos. Na
realidade, foi um relacionamento de governador sobre o domínio cósmico. Mas
este governo envolvia trabalho. O trabalho é, consequentemente, tanto um
privilégio real como também uma responsabilidade.” (Gerard Van Groningen. In:
Criação e Consumação, v. 1).
2. Poiesis (no original grego:
ποιεσις), segundo o Dicionário Heidegger, de Michael Inwood, significa: “o
fazer, fabricação, produção, poesia, poema’, que, por sua vez, vem de poiein,
"fazer". Aristóteles distingue poiesis, "o fazer" – que
essencialmente possui um produto final, um poeima – de praxis, "ação"
– que não possui. (p. 144). Sendo assim, a poesis é a capacidade criativa
inerente ao homem, que trabalha a partir de um material preexistente, seja
físico ou não (como no caso do poema que trabalha com a linguagem), dando-lhe
uma forma final que pode ser apreendida pelo intelecto, abstração ou tato
humanos. Deus deu ao homem essa capacidade de co-criar juntamente com Ele, a
partir dos materiais que Ele disponibilizou ao homem.
3. O termo “loucura” aqui
utilizado trata-se, evidentemente, não de uma falta de reverência aos
pensamentos e atitudes de Deus, mas, sim, de uma contraposição entre a Mente
Divina e o bom senso humano, como o Apóstolo Paulo já havia dito: “Porque a
loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais
forte do que os homens” (1 Coríntios 1:25).
4. Essa afirmação (gloria Dei
homo vivens) de um dos mais proeminentes Pais da Igreja pode, num primeiro
momento, chocar os neófitos ou aqueles que não se aprofundaram ainda no estudo
teológico. Contudo, o contexto e o sentido mais profundo nos leva a compreender
a beleza e ortodoxia da frase: combatendo os gnósticos, que depreciavam a parte
física da Criação, incluindo o corpo humano, Irineu se levanta para dizer que o
homem coroa a Criação de Deus, já que foi criado à Sua imagem e semelhança. E
não apenas isso, o próprio Deus assumiu a condição humana, fazendo-se carne e
habitando entre nós. Portanto, a afirmação de que Cristo, o Filho, é a glória
de Deus (O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua
pessoa, Hebreus 1:3) não contradiz a afirmação de Irineu; antes, a complementa,
pois Cristo, o homem perfeito, reflete a imagem e semelhança de Deus também
perfeitamente. Segue-se daí que por ter cumprido plenamente a vontade de Deus,
e por ter expressado claramente o caráter de Deus, Jesus Cristo é o homem que
viveu e vive em plenitude, sendo tudo aquilo que Deus planejou e pretendeu para
o homem. Portanto, Cristo, o homem que vive plenamente (pois dEle procede a
própria Vida), é a glória de Deus.
5. Referência ao seriado
“Heroes”, no qual o personagem Hiro é avisado por seu “eu” do futuro de que a
chave para a vitória dos heróis é “salvar a líder de torcida”. A frase “salve a
líder de torcida, salve o mundo” torna-se, consequentemente o lema da série. A
líder de torcida em questão é uma personagem que aparece posteriormente na
narrativa, que também possui superpoderes. No texto em questão, o autor quer
dizer que a economia da salvação, embora não seja limitada a apenas um
indivíduo, também não se estende a toda humanidade, como postula o Arminianismo.
6. A expressão “bring something to the table”
(literalmente, trazer algo à mesa) significa fornecer algo que há de trazer um
benefício. O título do livro faz um jogo de palavras com a questão de uma
alimentação e cultivo saudáveis e os benefícios decorrentes desses hábitos.
7. O autor faz menção à ideia
de “sementes do Verbo” (logos spermatikoi), postulada por Justino, o Mártir, um
dos pais apologistas. Esse grande filósofo cristão discorre em suas obras 1 e
2Apologia e Diálogo com o Judeu Trifão que há sementes da Verdade em várias
culturas e povos, mesmo naqueles que não foram iluminados com a revelação plena
manifesta em Jesus Cristo. Joseph Ratzinger, em seu livro Padres da Igreja,
observa a respeito do pensamento de Justino: “o projeto divino da criação e da
salvação [...] se realiza em Jesus Cristo, o Logos, isto é o Verbo eterno, a
Razão eterna, a Razão criadora. Cada homem, como criatura racional, é partícipe
do Logos, leva em si uma "semente", e pode colher os indícios da
verdade. Assim o mesmo Logos, que se revelou como figura profética aos Judeus
na Lei antiga, manifestou-se parcialmente, como que em "sementes de
verdade", também na filosofia grega. Mas, conclui Justino, dado que o
cristianismo é a manifestação histórica e pessoal do Logos na sua totalidade,
origina-se que "tudo o que foi expresso de positivo por quem quer que
seja, pertence a nós cristãos" (2 Apologia 13, 4).
8. Decretos são as normas
estruturais moldadas e configuradas por Deus e que são a base mesma da
existência dos entes. Sendo assim, cada ente possui uma lógica e estrutura
interna criada e determinada por Deus – daí a sua harmonia e substancialidade.
Deus plasmou o universo com Sua Lei, de modo que ela não apenas governa sobre
os entes, mas também nestes entes. A vocação do indivíduo humano é a norma
gravada em seu ser pelo poder de Deus. Se cumprirmos nossa vocação, não apenas
nos tornamos quem Deus planejou que fossemos, mas também estamos em total
harmonia com a normatização da criação original.
9. Nome de um conto de Raymond Carver.
10. Referência a Rosa Parks,
uma costureira norte-americana que se tornou símbolo do movimento dos direitos
civis dos negros dos Estados Unidos ao se recusar a ceder seu lugar no banco de
um ônibus a um homem branco (que, naquela época segregacionista, tinham
preferência sobre as pessoas negras), dando início, portanto, ao que ficou
conhecido como “Boicote aos Ônibus de Montgomery”. Nessa parte do texto, o
autor diz que a Redenção suprime essas barreiras (segregação étnica, social,
política e cultural) criadas pelos efeitos do pecado na mente humana, pois o
ensino bíblico é que “de um só sangue fez toda a geração dos homens” (Atos
17:26), e que todos, independentemente da cor de sua pele, condição social ou
nacionalidade, foram criados à imagem e semelhança de Deus (Genêsis 1:27). Além
disso, em Cristo, todos são reunidos em um só corpo chamado Igreja, na qual
exercem funções primordiais e inseparáveis como membros, de forma que neste
corpo místico “não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem
fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28).
O autor
Albert Wolters é professor emérito de religião e teologia / línguas clássicas na Redeemer University College. Serviu como membro sênior no Institute for Christian Studies em Toronto a partir de 1974-1984, obteve seu doutorado em filosofia pela Free University of Amsterdam, em 1972, autor do livro Creation Regained: Biblical Basics for a Reformational Worldview. Nascido na Holanda, em 1942, Wolters emigrou com os pais para o Canadá em 1948. Ele se formou no Calvin College em 1964, e lecionou na Redeemer University College 1984-2012.
Autor:
James K.A. Smith
Fonte:
CARDUS
Tradução:
Fabrício Tavares
Via:
Bereianos