Devido à
natureza humana pecaminosa, o povo pactual de Deus não raro se desvia da
verdade. É comum o homem perverter a verdadeira religião ao eliminar elementos
considerados desagradáveis. Ele também a corrompe pela adição de ideias
próprias. Essa tendência de deturpar a verdadeira religião, mediante adição ou
subtração, constitui a razão de Deus ter advertido Israel de nada acrescentar
ou retirar de sua Palavra:
Agora,
pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino, para os
cumprirdes; para que vivais, e entreis, e possuais a terra que o Senhor Deus de
vossos pais vos dá. Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis
dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando (Dt
4.1-2).
Esta passagem da Escritura —
além de outras semelhantes a ela — forma a base da doutrina chamada sola
Scriptura [só a Escritura] dos reformadores protestantes. Isto é, somente a
Bíblia é a autoridade final em todas as questões de fé e prática.
Todo o conselho de Deus
concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação,
fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser
lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo
algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens [...]
há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja,
comuns às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da
natureza e pela prudência cristã, segundo as regras da Palavra, que sempre
devem ser observadas”.1 Portanto, tudo o que o homem
faz deve ter por base mandamentos explícitos da Escritura, deve ser deduzido de
forma lógica ou clara (exemplo histórico,2 implicação, etc.) ou,
caso seja circunstancial, ser ordenado pela luz da natureza e da prudência
cristã, de acordo com as regras gerais da Palavra (e.g., tempo ou lugar de
reunião etc.). O mandamento de Moisés, encontrado em Deuteronômio 4.2, é o
Princípio Regulador divino em sentido mais amplo. A autoridade final para o
homem, e a marca d’água para a vida, está revelada na Bíblia.
O
Princípio Regulador do Culto
A Bíblia é nossa única regra
infalível concernente à fé e prática. Não há área da vida na qual essa verdade
seja mais aplicável que no respeitante ao culto. Antes de entrar na terra
prometida, Deus advertiu os israelitas da idolatria e do sincretismo (i.e.,
mistura) com os cultos pagãos:
Guarda-te,
que não te enlaces seguindo-as, depois que forem destruídas diante de ti; e que
não perguntes acerca dos seus deuses, dizendo: Assim como serviram estas nações
os seus deuses, do mesmo modo também farei eu. Assim não farás ao Senhor teu
Deus; porque tudo o que é abominável ao Senhor, e que ele odeia, fizeram eles a
seus deuses; pois até seus filhos e suas filhas queimaram no fogo aos seus
deuses. Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás
nem diminuirás (Dt 12.30-32).
Tudo o que não é ordenado pela
Escritura no culto a Deus é proibido. Tudo o que a igreja realiza no culto deve
ter base em um mandamento divino explícito, ser lógica e claramente deduzido
dele ou derivar-se de um exemplo histórico aprovado (a alteração do
sétimo dia para o dia do Senhor para o culto comunitário, por exemplo).
Da mesma forma que na Antiga
Dispensação nenhum aspecto do culto ou da disciplina da Igreja de Deus foi
confiado à sabedoria ou ponderação humana — todas as coisas foram prescritas de
modo objetivo pela autoridade divina —, também sob a Nova [Dispensação],
nenhuma outra voz é ouvida na casa da fé, a não ser a do Filho de Deus. O poder
da igreja é apenas ministerial e informativo. Ela deve apenas manter a
doutrina, fazer cumprir as leis e executar o governo outorgado por Cristo. Nada
do que o Senhor estabeleceu deve ser adicionado ou subtraído por ela. A igreja
não possui poder discricionário.3
O conceito corrente entre as igrejas protestantes é o da
permissibilidade de tudo o que não é explicitamente proibido na Bíblia. Esse
conceito era, e ainda é, aceito pelas igrejas luteranas e episcopais. As
primeiras igrejas reformadas e protestantes rejeitaram esse conceito por não
ser bíblico. A Confissão de fé de Westminster diz:
… o modo aceitável de adorar o
verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo, e é tão limitado pela sua própria
vontade revelada, que ele não pode ser adorado segundo as imaginações e
invenções dos homens [...] ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas
Escrituras.4
O que hoje designamos Princípio
Regulador do Culto não é algo inventado por João Calvino ou John Knox, mas se
trata de um imperativo divino. É um aspecto crucial da lei divina: Dizemos que o mandamento de
nada acrescentar é parte orgânica da lei toda, como lei e, portanto, toda adição
humana ao culto divino, ainda que não contrarie nenhum mandamento de forma
particular, é contrária ao mandamento geral de que nada deve ser adicionado.5
As
circunstâncias do culto
A fim de entender o Princípio
Regulador do Culto de forma adequada, deve-se perceber a diferença entre
ordenanças referentes ao culto e suas circunstâncias, ou aspectos secundários.
As ordenanças do culto são recebidas por orientação divina. Toda ordenança do
culto é prescrita por Deus. Qualquer coisa relacionada a ele, com significado
religioso e moral, deve se basear em ordenanças divinas (explícitas ou
implícitas) ou em exemplos históricos aprovados. A igreja recebe todas as
ordenanças do culto da parte de Deus, como foram reveladas na Bíblia. Ela deve
obedecer a todas as ordenanças divinas e não possui autoridade para adicionar
ou subtrair algo ordenado por Deus.
As circunstâncias do culto não
dizem respeito ao conteúdo ou à cerimônia, mas referem-se ao que é “comum às
ações e sociedades humanas”. A única forma de alguém aprender uma ordenança
relativa à adoração é estudar a Bíblia e ver o que Deus ordena. No entanto, as
circunstâncias do culto independem de instruções bíblicas explícitas; elas
dizem respeito exclusivamente à revelação geral e ao bom senso (“prudência
cristã”). Crentes e incrédulos sabem, indistintamente, que proteção e
aquecimento são úteis para conduzir uma reunião nos meses frios.6
Também entendem a necessidade de acomodação, iluminação, vestuário etc. Além
disso, depreende-se a escolha prévia de um horário para a realização da
reunião. Existem muitos aspectos comuns entre reuniões civis (ou seculares) e
religiosas independentes de instruções bíblicas específicas. Essas são as
circunstâncias, ou aspectos secundários, do culto.
ORDENANÇAS REFERENTE AO CULTO7
Pregação
a partir da Bíblia (Mt 26.13; Mc 16.15; At 9.20; 2Tm 4.2; At
20.8, 17.10; 1Co 14.28)
Leitura
da Palavra de Deus (Mc 4.16-20; At 13.15; 1Tm 4.13; Ap 1.13; At
1.13, 16.13; 1Co 11.20)
Reunião
no dia do Senhor (At 20.7; 1Co 16.2; Ap 1.10; At 20.7; 1Co 11.18)
Administração
dos sacramentos (Mt 28.19; Mt 26.26-29; 1Co 11.24-25)
Audição
da Palavra de Deus (Lc 2.46; At 8.31; Rm 10.41; Tg1.22)
Oração
a Deus (Dt 6.9; 1Ts 5.17; Hb 13.18; Fp 4.6; Tg 1.5; 1Co 11.13-15;
Dt 22.5)
Cântico
de salmos (1Cr 16.9; Sl 95.1,2; Sl 105.2; 1Co 14.26; Ef 5.19; Cl
3.16)
CIRCUNSTÂNCIAS DO CULTO
Estrutura
da reunião da igreja (At 20.8, 17.10; 1Co 14.28)
Local
da reunião da igreja (At 1.13, 16.13; 1Co 11.20 )
Horário
da reunião da igreja (At 20.7; 1Co 11.18)
Roupas
para a reunião (1Co 11.13-15; Dt 22.5)
Tipo
de assento provido (Lc 4.20; At 20.9)
Note que todas as ordenanças
são extraídas da Palavra de Deus, e a circunstância comum a todos os habitantes
do universo criado por Deus. As ordenanças do culto são limitadas numericamente
pela revelação divina. As circunstâncias do culto são praticamente de número
infinito, baseando-se no bom senso de homens guiados pela prudência cristã. Pelo fato de o homem ter sido criado à imagem de
Deus, e dada sua necessidade de viver em função da realidade divinamente criada
(o universo), ele de viver e agir de acordo com essa realidade. As pessoas não
necessitam de instruções explícitas da Bíblia para vestir um casaco quando a
temperatura exterior chega aos cinco graus centígrados. Porém, os homens
precisam de instruções claras da Bíblia sobre como se aproximar do Deus
infinitamente santo.
O Princípio Regulador do Culto
é ensinado por toda a Bíblia. Segue-se o exame das diversas passagens bíblicas
que comprovam a proibição de tudo o que não é ordenado na Escritura a respeito
do culto a Deus. As ordenanças do culto devem basear-se especificamente nas
afirmações divinas, não em opiniões ou tradições humanas.
A
oferta inaceitável
E
aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao
Senhor. E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua
gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta. Mas para Caim e para
a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante (Gn
4.3,5).
O que havia na oferta de Caim
para torná-la inaceitável aos olhos de Deus? A preferência pela oferta de Abel
e a rejeição da de Caim não foi arbitrária; ela se baseou na revelação
apresentada a Adão e sua família. É óbvio que Deus revelou essa informação a
Adão ao matar animais para cobrir o homem e sua mulher (Gn 3.21). Gerações mais
tarde, Noé sabia que Deus aceitaria apenas animais e aves puros como holocausto
(Gn 8.20). Caim, diferentemente do irmão Abel, decidiu, à parte da Palavra de
Deus, que a oferta de frutos da terra seria aceitável ao Senhor. Deus, porém,
rejeitou a oferta de Caim por ser uma invenção de sua mente. Ele não a
ordenara; portanto, ainda que Caim fosse sincero no desejo de agradar a Deus,
ele a rejeitaria da mesma forma.
Deus espera fé e obediência à
sua Palavra. Se o povo de Deus pode cultuar o Senhor segundo sua vontade, pelo
fato de ordenanças humanas não serem expressamente proibidas, então não
poderiam Caim, Noé ou os levitas oferecer a Deus uma salada de frutas ou uma
cesta de nabos, por não haver proibição? E se Deus desejasse uma regulamentação
estrita de seu culto à parte do Princípio Regulador, não seriam necessárias
centenas de volumes (ou talvez milhares deles) para nos informar das
proibições? No entanto, Deus, em sua infinita sabedoria, diz: Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer;
nada lhe acrescentarás nem diminuirás (Dt 12.32).
Fogo
estranho
E os filhos de Arão, Nadabe e
Abiú, tomaram cada um o seu incensário e puseram neles fogo, e colocaram
incenso sobre ele, e ofereceram fogo estranho perante o Senhor, o que não lhes
ordenara. Então saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante
o Senhor (Lv 10.1,2). Qual foi o pecado deles? Seu
pecado foi o oferecimento de fogo estranho, portanto o texto diz que eles
ofereceram fogo estranho, o que Deus não lhes ordenara... Contudo, onde Deus o
proibira? Onde encontramos que Deus lhes proibiu o oferecimento de fogo
estranho, ou a designação do oferecimento de apenas um tipo de fogo? Não existe
texto na Escritura que se possa achar, do começo de Gênesis até esse ponto,
onde Deus tenha dito terminantemente, de maneira expressa: Oferecerás apenas um
tipo de fogo. No entanto, aqui, eles foram consumidos por Deus com fogo, por
terem oferecido “fogo estranho”.8
Quem rejeita o Princípio
Regulador do culto divino enfrenta um problema real para explicar esse texto.
Alguns afirmam que Nadabe e Abiú foram condenados por terem oferecido “incenso
estranho”, por sua condenação expressa em Êxodo 30.9. Porém o texto não diz
“incenso estranho”, mas “fogo estranho”. Outros declaram que lhes faltava
sinceridade ou que estavam embriagados. Entretanto, qual razão nos apresenta o
Espírito Santo para o juízo deles? Eles ofereceram fogo estranho “o que não
lhes ordenara”. Quando se trata do culto a Deus, deve haver apoio da Palavra
divina.
Todos os elementos do culto a
Deus devem basear-se na Palavra de Deus [e] serem ordenados. É insuficiente sua
não-proibição […] Quando o ser humano concede respeito religioso a um objeto,
por virtude de sua instituição, mesmo sem apoio da parte de Deus, eis uma
superstição! Todos devemos ser adoradores voluntários, mas não pessoas de
devoção voluntariosa.9
O erro
de Davi e de seus homens
E
puseram a arca de Deus em um carro novo, e a levaram da casa de Abinadabe, que
está em Gibeá; e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo. E
levando-o da casa de Abinadabe, que está em Gibeá, com a arca de Deus, Aiô ia
adiante da arca. E Davi, e toda a casa de Israel, festejavam perante o Senhor,
com toda a sorte de instrumentos de pau de faia, como também com harpas, e com
saltérios, e com tamboris, e com pandeiros, e com címbalos. E, chegando à eira
de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus, e pegou nela; porque os bois a
deixavam pender. Então a ira do Senhor se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu
ali por esta imprudência; e morreu ali junto à arca de Deus (2Sm
6.3-7).
Davi e os homens envolvidos no
transporte da arca eram inquestionavelmente sinceros no desejo de agradar a
Deus com o intuito de levar a arca a Jerusalém. Todavia, o resultado desse
esforço sincero foi o juízo divino: Uzá tentou evitar a queda da arca com sua
mão por amar a Deus e se preocupar com sua arca. Porém, a despeito de toda a
sua sinceridade e boas intenções, acendeu-se a ira de Deus, e ele matou Uzá.
Por quê? Porque a questão toda era muito ofensiva a Deus. O fato de Uzá ter
tocado na arca foi o ponto culminante das ofensas desse dia.
Os objetores do Princípio
Regulador apostam no fato de Uzá ter sido morto por algo claramente proibido na
lei de Deus (i.e., tocar na arca). Sim, é verdade que Uzá morreu pela violação
de uma proibição explícita da lei (Nm 4.15). No entanto, a análise do rei Davi
a respeito do que aconteceu errado naquele dia inclui todos os envolvidos, não
apenas Uzá:
Porquanto
vós [os levitas] não a levastes na primeira vez, o Senhor nosso Deus fez rotura
em nós, porque não o buscamos segundo a ordenança. Santificaram-se, pois, os
sacerdotes e os levitas, para fazerem subir a arca do Senhor Deus de Israel. E
os filhos dos levitas trouxeram a arca de Deus sobre os seus ombros, pelas
varas que nela havia, como Moisés tinha ordenado conforme a palavra do Senhor (1Cr
15.13-15).
Pelo fato de Deus ter ordenado
aos levitas para carregar a arca com varas (Nm 4.6,15), era desnecessário
proibir os homens de Judá de usar um carro de boi para transportá-la. O rei
Davi e seus homens deveriam ter consultado a lei de Moisés e obedecido à sua
prescrição. Em vez disso, eles agiram de forma pragmática. Imitaram os
filisteus, que haviam usado um carro para levar a arca de volta a Bete-Semes.
Quando se trata do culto a Deus, não nos é permitido improvisar, por melhores
que sejam as intenções. A sinceridade é importante, mas ela deve estar de
acordo com a revelação divina. Mesmo em relação às questões religiosas que nos
pareçam pequenas ou triviais, Deus ordena nossa ação segundo sua vontade
revelada, e não inovações concordes com a nossa vontade: “A grande lição para
todos os tempos é precaver-se de seguir as próprias sugestões no culto a Deus
quando possuímos instruções claras de sua Palavra sobre o modo de cultuá-lo”.10
Condenação
do culto autônomo
E edificaram os altos de
Tofete, que está no Vale do Filho de Hinom, para queimarem no fogo a seus
filhos e a suas filhas, o que nunca ordenei, nem me subiu ao coração (Jr 7.31;
v. tb. 19.5).
O Senhor condena a idolatria e
o culto pagão dos filhos de Judá com a declaração: “o que nunca ordenei, nem me
subiu ao coração”. Idolatria, assassinato e sacrifício infantil são
explicitamente condenados na lei e nos profetas. Entretanto, Jeremias revela a
essência do culto idólatra. Judá cultuava de forma improcedente do coração
divino. O culto de Judá não se baseava no mandamento divino. Em vez de cultuar
Deus segundo seu mandamento, eles “andaram nos seus próprios conselhos, no
propósito do seu coração malvado; e andaram para trás, e não para diante” (Jr
7.24). Se os habitantes de Judá tivessem consultado a Palavra de Deus e lhe
fossem obedientes, teriam sido poupados da fúria divina: Lidamos com o Deus
muito zeloso que deseja ser cultuado segundo sua estipulação, ou então ele não
é cultuado. E não podemos reclamar. Se Deus é o ser descrito pela Sagrada
Escritura, é seu direito inalienável determinar e prescrever como será servido.11
NOTAS:
1. Confissão de fé de
Westminster, I.VI.
2. Uma circunstância de
exemplo histórico é o culto público no dia do Senhor. Não existe mandamento
explícito ou imperativo divino para alterar o culto público do sétimo dia (sábado)
para o primeiro dia (domingo) da semana, registrado na Escritura. Entretanto,
no Novo Testamento, a alteração do sétimo para o primeiro dia é registrada como
fato consumado (At 20.7; 1Co 16.2; Ap 1.10). Nem todos os mandamentos divinos
ou palavras proféticas foram incluídos na Bíblia. A prática universal da igreja
apostólica, como o culto público no dia do Senhor, é obrigatória por causa da
autoridade exclusiva conferida aos apóstolos (mediante revelação direta).
Quando os apóstolos morreram, a revelação direta cessou e o cânon foi
encerrado; agora, nossa doutrina, culto e todos os exemplos históricos estão
limitados à Bíblia — a Palavra de Deus. Quem apela às tradições eclesiásticas,
inventadas após o fechamento do cânon, para autorizar o estabelecimento de
ordenanças relativas ao culto encontra-se, em princípio, em situação não muito
melhor que a de Jeroboão filho de Nebate (1Rs 12.26-33).
3. James H. Thornwell, Collected Writings (Richmond:
Presbyterian Committee of Publication, 1872), vol. 2, p. l63
4. XXI.I.
5. Thomas E. Peck, Miscellanies (Richmond:
Presbyterian Committee of Publication, 1895), vol. 1, p. 82.
6. O autor diz literalmente:
“in January, in Minnesota” ([no mês de] janeiro em Minessota). [N. do T.]
7. A primeira ideia contida
nelas é a de deveres religiosos, prescritos por Deus, como método instituído
pelo qual ele deve ser cultuado por suas criaturas... Portanto, as ordenanças,
descritas dessa forma, devem ser encaixadas segundo a designação divina. Nenhuma
criatura pode ter certeza de engajar-se em qualquer forma de culto com a
pretensão de sua aceitação ou satisfação da parte de Deus; apenas Deus — o
objeto do culto — possui o direito de prescrever o modo de ser adorado. A
instituição, por parte de qualquer criatura, da forma do culto seria um exemplo
de profanação e de ousada presunção; o culto realizado seria “vão”, como diz
nosso Salvador concernente ao que não possui maior sanção que “os mandamentos
de homens” — Thomas Ridgely, A Body of Divinity (New York: 1855), vol. 2, p.
433.
8. Jeremiah Burroughs, Gospel-Worship (London: Peter
Cole, 1650), p. 2-3.
9. Ibid., p. 9-10.
10. William G. Blaikie, Commentary on Second Samuel
(New York: A.C. Armstrong and Son, 1893), p. 88.
11. Samuel H. Kellogg, The Book of Leviticus (New
York: Hodder and Stoughton, n.d.), p. 240.
Autor: Brian Schwertley
Tradução: Rogério Portella